Os delegados e as delegadas presentes na Conferência
Internacional do Trabalho (CIT) adotaram uma
resolução para adicionar o princípio de um ambiente
de trabalho seguro e saudável aos Princípios e
Direitos Fundamentais no Trabalho da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Os delegados e as delegadas adotaram a medida
durante a sessão plenária da Conferência nesta
sexta-feira, 10 de junho.
Até agora existiam quatro categorias de Princípios e
Direitos Fundamentais no Trabalho:
- liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do
direito à negociação coletiva;
- eliminação de todas as formas de trabalho forçado
ou obrigatório;
- abolição efetiva do trabalho infantil;
- eliminação da discriminação em relação ao emprego
e à ocupação.
A decisão da Conferência significa que Segurança e
Saúde no Trabalho passará a ser a quinta categoria.
Os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho
foram adotados em 1998 como parte da Declaração da
OIT sobre Princípios e Direitos Fundamentais no
Trabalho. De acordo com a Declaração, os Estados
membros da OIT, independentemente de seu nível de
desenvolvimento econômico, comprometem-se a
respeitar e promover esses princípios e direitos,
tenham ou não ratificado as Convenções relevantes.
Cada um dos princípios fundamentais está associado
às Convenções da OIT mais relevantes. As novas
Convenções fundamentais serão a Convenção sobre
Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981 (Nº 155) e
a Convenção do Quadro Promocional para a Segurança e
Saúde Ocupacional, 2006 (Nº 187).
A Conferência também aprovou oito emendas à
Convenção do Trabalho Marítimo, 2006 (MLC, 2006) ,
que se concentra nos direitos e condições de
trabalho dos(as) marítimos(as). Essas emendas foram
negociadas e adotadas em maio de 2022 pelos
representantes dos marítimos, armadores e governos
durante a quarta reunião (Parte II) do Comitê
Tripartite Especial da MLC, 2006.
As novas disposições, que devem entrar em vigor em
dezembro de 2024, contribuirão para melhorar as
condições de vida e de trabalho dos(as)
marítimos(as) de todo o mundo, com base em algumas
das lições aprendidas durante a pandemia.
O Comitê de Discussão Geral da CIT sobre trabalho
decente e economia social e solidária (ESS) adotou
conclusões complementadas por uma resolução. Os 16
pontos das Conclusões incluem uma definição
importante sobre ESS e fornecem orientações sobre a
promoção da ESS no contexto do trabalho decente. O
Comitê também solicitou à OIT que desenvolva uma
estratégia e um plano de ação sobre trabalho decente
e economia social e solidária, a ser apresentado ao
Conselho de Administração da OIT em sua sessão de
novembro de 2022.
Cúpula do Mundo do Trabalho
No início do dia, a CIT realizou a Cúpula de alto nível sobre o Mundo do Trabalho: Abordar as múltiplas crises mundiais, promover a recuperação e a resiliência centradas nas pessoas . As discussões se concentraram na ação urgente necessária para lidar com as consequências trabalhistas e sociais das crises atuais e no uso de abordagens centradas nas pessoas para apoiar a paz, a resiliência e o desenvolvimento inclusivo, em particular para as populações em situação de maior vulnerabilidade.
Embora panorama seja sombrio e as perspectivas
incertas, não devemos perder de vista nossa visão de
um futuro melhor do trabalho. As esperanças e sonhos
de milhões de pessoas dependem de nós. Não podemos
decepcioná-las. Juntos, devemos cumprir nossa
promessa de um futuro melhor, mais justo e mais
inclusivo para todos”, disse o diretor-geral da OIT,
Guy Ryder, na abertura da Cúpula. “Devemos renovar
nossos esforços para criar oportunidades de trabalho
decente, especialmente para os grupos mais
vulneráveis”, acrescentou.
Em um segmento separado, a cúpula também contou com
discursos dos presidentes da República de
Seychelles, Wavel Ramkalawan, e de Honduras, Iris
Xiomara Castro Sarmientos. Ambos abordaram as
questões mais prementes que afetam o mundo do
trabalho.
Falando da exclusão gerada pelo sistema capitalista,
Castro Sarmientos enfatizou os problemas enfrentados
pelos pequenos produtores, acrescentando que “neste
sistema de exclusão, mulheres, meninas e meninos são
os mais afetados”.
“Nossa mensagem deve ser de esperança. Nossas ações
e políticas devem apresentar esperança para nosso
povo, enquanto lutamos contra os flagelos da
corrupção, exploração e injustiça”, disse Ramkalawan.
Fonte: OIT - Do Blog de Notícias da CNTI
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