Desde
o golpe de 2016, tanto o ilegítimo governo de Michel Temer (MDB) quanto
o governo de Jair Bolsonaro (PSL) veem garantindo que a aprovação de
propostas de retirada de direitos previdenciários e trabalhistas
aqueceria a economia e geraria milhões de empregos. Pesquisa divulgada
nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) desmente a tese dos governos de direita.
Enquanto
Bolsonaro tenta aprovar a reforma da Previdência e a MP da Minirreforma
Trabalhista e apresenta dia sim dia não uma medida para retirar
direitos da classe trabalhadora, um quarto (26,2%) dos trabalhadores e
trabalhadoras desempregados no 2º trimestre no Brasil, o que equivale a 3,347 milhões de pessoas, estão procurando emprego há pelo menos 2 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. No 1º trimestre, estavam nesta situação 3,319 milhões trabalhadores, ou 24,8% do total.
Do
total de desempregados, 45,6% estavam entre um mês e menos de um ano em
busca de trabalho; 26,2%, há dois anos ou mais, 14,2%, de um ano a
menos de dois anos e 14,0%, há menos de um mês.
A taxa de desemprego do
primeiro trimestre deste ano foi de 12,0% contra 12,7%. O recuo foi
leve e o desemprego ainda atinge 12,8 milhões de trabalhadores e
trabalhadoras. A subutilização atinge 28,4 milhões de brasileiros que poderiam e querem trabalhar mais horas e não conseguem; e o desalento bateu a porta de 4,9 milhões que nem procuram mais recolocação.
De
acordo com técnicos do IBGE, o elevado tempo de procura por emprego é
um dos fatores que ajudam a explicar o desalento, em especial nas
regiões onde o mercado de trabalho oferece poucas oportunidades. A maior
parte dos desalentados está na Bahia (766 mil pessoas) e no Maranhão
(588 mil pessoas).
Ainda de acordo com o instituto, a dificuldade
de se recolocar no mercado também influencia a informalidade em um
mercado de trabalho composto por 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ.
No 2º trimestre de 2019, as maiores taxas de subutilização da
força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por
insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em
relação a força de trabalho ampliada) foram registradas no Piauí
(43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%). Já as menores taxas foram em
Santa Catarina (10,7%), Rondônia (15,7%) e Mato Grosso (15,8%).
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada
no setor privado do país era de 74,3%. Os maiores percentuais estavam
em Santa Catarina (87,6%), Rio Grande do Sul (83,3%) e Paraná (81,4%) e
os menores, no Maranhão (50,3%), Piauí (52,0%) e Pará (52,7%).
Já a proporção de empregados sem carteira de trabalho assinada
no setor privado foi de 25,7%. As UFs com os maiores percentuais foram
no Maranhão (49,7%), Piauí (48,0%) e Pará (47,3%), e as menores taxas
estavam em Santa Catarina (12,4%), Rio Grande do Sul (16,7%) e Paraná
(18,6%).
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria
era de 25,9%. As unidades da federação com os maiores percentuais foram
Pará (35,6%), Amapá (35,1%) e Amazonas (34,3%) e os menores estavam no
Distrito Federal (19,6%), Mato Grosso do Sul (20,9%) e São Paulo
(21,7%).
FONTE: Site da Central Única dos Tralhadores - CUT
https://www.cut.org.br/noticias/1-em-cada-4-desempregados-procura-trabalho-ha-pelo-menos-dois-anos-no-brasil-7f9b