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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Desemprego cresce em 11 estados e chega a 13,3%

Segundo dados do IBGE, em lugares como Bahia e Sergipe a taxa se aproxima de 20%. Desemprego também é maior entre mulheres (14,9%) e negros (17,8%).


O desemprego ficou em 13,3% no país no segundo trimestre de 2020, com crescimento de 1,1 ponto percentual em relação ao 1º trimestre, quando a taxa era de 12,2%. A taxa de desemprego cresceu em 11 unidades da federação e, em alguns estados, encostou em 20%. Foi o caso de Bahia (19,9%), Sergipe (19,8%) e Alagoas (17,8%). Mulheres e negros são os mais afetados.


A taxa de desocupação para mulheres ficou em 14,9% contra 12% para homens. Para negros, chegou a 17,8%, ficando em 10,4% para a população branca.


Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Os maiores aumentos da taxa de desemprego em relação ao primeiro trimestre ocorreram em Sergipe (4,3 pontos percentuais), Mato Grosso do Sul, (3,7 pontos percentuais) e Rondônia (2,3 pontos percentuais). As únicas quedas aconteceram no Pará (-1,6 ponto percentual) e no Amapá (-5,8 pontos percentuais).


O número de desalentados (que não procuram emprego porque acreditam que não conseguirão) foi de 5,6 milhões de pessoas, com alta de 19,1% em relação ao trimestre anterior.


O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada era de 77,7% do total de empregados no setor privado do país. O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria era de 26%. A taxa de informalidade para o Brasil ficou em 36,9% da população ocupada.

 

Fonte: Portal Vermelho - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Desemprego_cresce_em_11_estados_e_chega_a_13,3% 


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Em período de menor proteção social, país tem menos trabalhadores sindicalizados

 

Queda se deve, principalmente, ao setor público, mas houve redução em todas as áreas e regiões


A taxa de sindicalização no Brasil, que em meados dos anos 2000 se aproximou de 18%, caiu para 11,2% no ano passado, segundo o IBGE. Havia aproximadamente 10,567 milhões de trabalhadores filiados a alguma entidade sindical, 951 mil a menos em relação ao ano anterior. Mais da metade (531 mil pessoas) saiu do grupo que abrange administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.


Em 2013, último ano em que se registrou aumento, eram 14,615 milhões. Assim, em seis anos, mesmo com mais gente no mercado de trabalho, o país perdeu 4,048 milhões de sindicalizados. A taxa naquele ano era de 16,1%. Desde então, só caiu.


Isso acontece em um momento de menor proteção social, com medidas como a “reforma” trabalhista, implementada em 2017. E outras medidas que apontam para redução de direitos.


Perda de recursos

 

“As grandes centrais sindicais congregam trabalhadores do setor público e privado, como professores e médicos, por exemplo. Num primeiro momento, as atividades com mais contratos celetistas tiveram maiores quedas em 2018, porém a perda nos recursos e capacidade de organização e mobilização das centrais sindicais pode, também, ter afetado o setor público”, diz a analista do IBGE Adriana Beringuy.


Outro provável fator de queda está nas aposentadorias. “Diante da tramitação da reforma da Previdência, em 2019, vários servidores públicos que já reuniam alguns requisitos para aposentadoria adiantaram seus pedidos”, observa Adriana. “No primeiro semestre de 2019, houve mais pedidos de aposentadoria no setor público do que em todo o ano de 2018. Os servidores mais antigos costumam ser associados a sindicatos, e suas aposentadorias representaram queda na taxa de sindicalização.”


De acordo com o instituto, entre as regiões a menor taxa foi a do Centro-Oeste (8,6%) e a maior , do Nordeste (12,8%). Em seguida, vêm Sul (12,3%), Sudeste (10,8%) e Norte (8,9%). Ficou em 11,4% entre os homens e 10,9% para as mulheres, que têm taxa maior na região Nordeste.


Setores, carteira e escolaridade

 

Nos setores de atividade, o grupo que inclui agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve a maior taxa de sindicalização (19,4%). Na indústria, por exemplo, esse percentual era de 13,5%, caindo para 4,2% na construção e 2,8% nos serviços domésticos. E foi de 18,4% na administração pública – era de 22% em 2018 e de 24,8% em 2012.


Empregados com carteira assinada no setor privado e no serviço público tinham taxas maiores, de 14,5% e 22,5%, respectivamente. Entre os sem carteira, apenas 4,5% eram sindicalizados. Segundo a escolaridade, a menor taxa de sindicalização era a dos ocupados com ensino fundamental completo e médio incompleto (7,1%), e a maior, dos ocupados com superior completo (17,3%).


A pesquisa mostrou ainda que, no ano passado, havia 8,4 milhões de pessoas ocupadas como empregador ou por conta própria, com CNPJ. Taxa de 29,3%, a maior da série, iniciada em 2012. Por outro lado, só 1,5 milhão (5,2%) estavam associadas a cooperativa de trabalho ou produção, menor índice da série.

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI


quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Para dirigentes, saúde e segurança no trabalho estão em risco

 

Desde a reforma trabalhista de 2017, passando pelo fim do Ministério do Trabalho e pelas mudanças das NRs, conquistas sindicais, de melhores condições de saúde e segurança no trabalho, estão sendo ameaçadas e até destruídas.


É o que relatam, neste artigo, dirigentes das seis maiores Centrais Sindicais brasileiras. O barateamento do trabalho e a dificuldade de fiscalização, consequências diretas da reforma, traduzem-se em uma situação alarmante que já se desenhava, mas que a pandemia escancarou.


Confira artigo na íntegra:


Para tratar da questão da saúde e segurança no trabalho, enfocamos a evolução dessa matéria nos últimos 40 anos, mais especificamente entre as grandes conquistas de 1979 e a recente onda de retrocessos, iniciada pela reacionária reforma trabalhista em 2017.


A escolha do ano de 1979 está relacionada às greves iniciadas em São Bernardo do Campo em 1978. Isso porque uma das grandes vitórias daquele movimento foi a conquista da negociação direta. E, através das convenções coletivas, que abriram a possibilidade de diálogo e negociação, os sindicatos passaram a reivindicar, além de valorização salarial, melhoria das condições e do ambiente de trabalho.


A questão da saúde e segurança e a organização de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) cresceram muito neste contexto. Tanto que o ano de 1979 foi considerado o marco inicial da luta contemporânea pela saúde e segurança do trabalhador.


Isso levou os sindicatos a contratarem médicos do trabalho e técnicos de segurança para assessorar os trabalhadores, além de preparar quadros para esta função, fazendo com que os próprios trabalhadores passassem a fiscalizar as condições de trabalho e as eleições para as Cipas.


Quando os sindicatos puderam negociar essas questões, inúmeras denúncias de problemas de saúde nas empresas surgiram, deixando claro que os índices de acidentes de trabalho eram alarmantes e que o reduzido número de fiscais do Ministério do Trabalho era preocupante.


Naquele ano de 1979, consagrando o reforço da pauta sanitária dentro dos sindicatos, foram realizadas as duas primeiras Semanas de Saúde do Trabalhador (Semsat).


A primeira, concebida por médicos ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), ocorreu entre os dias 14 e 19 de maio, em São Paulo, com a participação de 1.800 trabalhadores, 49 sindicatos e seis federações de trabalhadores e trabalhadoras. O principal tema de discussão foi a silicose e as doenças pulmonares causadas por poeira. Foi naquela semana que surgiu a ideia de o movimento sindical criar um departamento para estudar as questões relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores, como um “Dieese da Saúde”, ideia que foi concretizada em agosto de 1980, com a fundação do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat).


Esse processo, desde as greves de 1978, a assinatura de convenções coletivas, as Cipas representadas pelos sindicatos e todo o movimento em torno da saúde e segurança no trabalho, começou a melhorar o ambiente de trabalho.


A Constituição de 1988 equiparou os trabalhadores rurais aos trabalhadores urbanos, criou o seguro desemprego, reduziu a jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais, ampliou a licença maternidade e a licença paternidade, instituiu o abono de férias e direitos trabalhistas a empregados domésticos, entre outras coisas.


No que tange à matéria aqui tratada, a Constituição, além de declarar que a saúde é direito de todos, dispõe sobre a saúde de segurança no Trabalho no art. 7º, inciso 22, que estabelece como direito essencial a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança e o inciso 28, do mesmo artigo, que prevê seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.


Desde meados da segunda década do século 21, entretanto, os avanços civilizatórios conquistados pelos brasileiros sofrem graves ameaças. Vivemos uma fase de flagrantes retrocessos, inaugurada com a reforma trabalhista de 2017, no governo de Michel Temer.


Essa reforma reacionária propôs a extinção de direitos fundamentais, como a proteção às mulheres grávidas ou lactantes em ambientes insalubres, uma aberração que, felizmente, não se consolidou, pois foi derrubada por uma ação direta de inconstitucionalidade da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, em maio de 2019.


A flexibilização da jornada de 8 horas diárias, com a possibilidade do cumprimento de 12 horas de trabalho seguidas, mesmo em ambientes insalubres, e a redução do intervalo mínimo de descanso para 30 minutos são outras grandes perdas contempladas naquele atentado aos direitos dos trabalhadores. Submetidos a uma grande pressão e sobrecarga em suas funções, os trabalhadores e as trabalhadoras estão mais suscetíveis a processos de adoecimentos, acidentes, afastamentos, e mortes relacionadas ao trabalho.


Além dessas questões específicas que atingem os trabalhadores e as trabalhadoras no seu dia a dia, a reforma impôs um prejuízo generalizado, não apenas relacionado à saúde e integridade física e mental, mas também na questão econômica e na garantia do cumprimento de todos os direitos previstos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e recomendados pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Trata-se do ataque deliberado aos sindicatos por meio daquilo que na prática constituiu a suspensão do financiamento sindical. Com isso, várias atividades sindicais foram diminuídas drasticamente ou até encerradas pelas entidades, como a fiscalização, os espaços de orientação e formação dos trabalhadores e os ambulatórios médicos e de assistência à saúde.


No governo Bolsonaro, a partir de 2019, a classe trabalhadora continuou sendo atacada e tendo seus direitos sabotados. A saúde e segurança do trabalhador foi prejudicada logo nos primeiros dias do governo com a extinção do Ministério do Trabalho e Emprego que era responsável pela fiscalização do cumprimento dos direitos trabalhistas. Esse Ministério foi incorporado ao Ministério da Economia, simbolizando que o trabalho agora estaria subordinado ao comando da economia.


E não parou aí. Em meados de 2019 o governo iniciou uma ação no sentido de revisar todas as Normas Regulamentadoras (NRs), que orientam os procedimentos de segurança e saúde obrigatórios a serem implementados pela empresa nos locais de trabalho.


A representação dos trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) tem buscado resistir às propostas de flexibilização das normas de segurança e proteção ao trabalho construídas ao longo de décadas.

Essas normas remontam, novamente, ao ano de 1978, quando foram aprovadas pela Portaria N.°3.214, em 8 de junho. São elaboradas e revisadas em grupos temáticos e depois nas comissões temáticas tripartites e têm como 1 dos principais objetivos, a padronização dos procedimentos de segurança e saúde do trabalho.

Originalmente eram 36 NRs. Já foram revisadas, por exemplo, as normas NR1, que fala sobre saúde e segurança, NR 2, que regulamentava a fiscalização dos estabelecimentos por um fiscal do trabalho antes de sua abertura para funcionamento (que foi revogada), e NR12, que trata da segurança no trabalho com máquinas e equipamentos.

A alegação apresentada para tais alterações é o estímulo à economia. Os argumentos escondem, todavia, que todo o peso da produção de valor recai nos ombros do trabalhador que, por sua vez, como a realidade brasileira deixa claro, não compartilha dos ganhos que permeiam esse processo.


Por fim, neste inusitado contexto de pandemia da covid-19, escancarou-se a importância do Estado, e não do mercado, como regulador da sociedade, contradizendo o discurso liberal que baseou as políticas reducionistas dos últimos anos. O cenário da reforma trabalhista não poderia ser pior para o trabalhador durante a pandemia. Não poderia ser pior porque enfraqueceu (e praticamente proibiu) a ação dos sindicatos quando os trabalhadores mais precisam dele.


Mas, mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos, nós dos sindicatos desempenhamos um grande papel durante a chamada “coronacrise”, fortalecendo a relação entre as entidades sindicais e as suas bases. A presença sindical é constantemente acionada pelos trabalhadores para negociar acordos de redução de jornada e salário, além de protocolos para evitar os malefícios da pandemia. Isso mostra como os sindicatos são fundamentais em uma sociedade movida pelo trabalho.


Essa história da luta pela saúde e segurança do trabalhador, desde 1979 até a atual situação de retrocessos e retirada de direitos, nos deixa um alerta. Um alerta que foi muito bem descrito pelo o ex-senador italiano e jornalista José Luiz Del Roio para a revista do Centro de Memória Sindical sobre os 100 anos da greve de 1917. Diz ele: “o que os trabalhadores conquistaram, eles nunca podem considerar conquistas definitivas. E se o Estado for oligárquico, escravocrata, eles estarão sempre disponíveis a fazer voltar para trás as conquistas operárias. Sempre! A história está marcada por isso, sobretudo num país como o Brasil, com uma elite escravocrata de origem e de mentalidade”.


Álvaro Egea, secretário-geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)


Canindé Pegado, secretário geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT)


Carmen Foro, secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT)


João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical


José Reginaldo Inácio, vice-presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)


Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

 

 

 

Fonte: Agência Sindical - Do Blog de Notícias da CNTI


http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Para_dirigentes,_sa%C3%BAde_e_seguran%C3%A7a_no_trabalho_est%C3%A3o_em_risco_


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Governo adia pacotão econômico por divergências internas

O ministro Paulo Guedes pretende acabar com dois benefícios e com o Farmácia Popular para transformar o Bolsa Família em Renda Brasil - com uma diferença de R$ 50


O presidente Jair Bolsonaro pretendia entregar na terça-feira (25) as aguardadas propostas relativas ao pacote social e econômico prometido pelo ex-capitão e pelo ministro Paulo Guedes, da Economia.


Segundo informações de Gustavo Uribe, Bernardo Caram e Fábio Pupo, da Folha de S. Paulo, a equipe econômica do governo não conseguiu fechar todo pacotão a tempo, apesar de Guedes ter garantido a realização do evento na última sexta-feira.


A pasta tem sofrido pressões de todos os lados nas últimas semanas em razão da manutenção ou não do teto de gastos e da debandada de assessores de Guedes. Setores do próprio governo divergem sobre a condução econômica.


No pacote estaria o Renda Brasil, programa que pretende substituir o Bolsa Família, a expansão do auxílio emergencial, obras de infraestrutura, planos para atrais capital privado e a nova Carteira Verde e Amarela.


Segundo a Folha, o Renda Brasil seria o principal ponto do impasse.


Informações de Geralda Doca e Marcello Corrêa, do O Globo, apontam que Guedes pretende passar o Bolsa Família de R$ 191 para R$ 247. Para isso, o ministro estuda acabar com o abono salarial, com o programa Farmácia Popular e com benefícios dados a pescadores.


Para o ministro, esses programas não atendem a população mais pobre e, por isso, devem acabar.

 

Fonte: RevistaForum - Do Blog de Notícias da CNTI 

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Governo_adia_pacot%C3%A3o_econ%C3%B4mico_por_diverg%C3%AAncias_internas 


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Mercado fecha 1 milhão de vagas no ano, e acordos emergenciais alcançam 16 milhões

Apenas em julho, país criou 131 mil empregos com carteira


Com redução do ritmo de demissões, o mercado formal de trabalho teve saldo de 131.010 vagas com carteira em julho, segundo o “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Mas no ano, até agora, foram eliminados quase 1,1 milhão de postos de trabalho (exatos 1.092.578, queda de 2,8%). O estoque de empregos formais é de 37,7 milhões.


O Ministério da Economia informou ainda que, no intervalo entre abril e julho, foram fechados 16,3 milhões de acordos de suspensão do contrato de trabalho ou de redução de salário e jornada. Foram modalidades criadas durante a pandemia.


Desses 16,3 milhões, 44% (7,2 milhões) foram de suspensão do contrato. Mais de 3,5 milhões reduziram o salário em 70% e quase 3 milhões, em 50%. Outros 2,3 milhões, em 25%. Os acordos preveem complementação de renda com recursos públicos.


Setores

 

A maior parte dos acordos foi firmada no setor de serviços (7,7 milhões). Depois vêm comércio (4,1 milhões), indústria (3,5 milhões) e construção (360 mil), entre outros.


Ainda de acordo com o Caged, os serviços fecharam 536.492 vagas no ano (-2,9%) e o comércio, 453.405 (-4,9%). A indústria eliminou 197.543 (-2,6%). Aumentaram o nível de emprego a agricultura (86.217, 5,8%) e a administração pública (62.832, 1,3%).

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Mercado_fecha_1_milh%C3%A3o_de_vagas_no_ano,_e_acordos_emergenciais_alcan%C3%A7am_16_milh%C3%B5es 


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Volks quer flexibilizar e cortar mais de 5 mil trabalhadores

 


Quatro sindicatos de metalúrgicos começaram a conversar com a montadora, que diz ser necessário se adequar diante da pandemia


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou nesta quarta-feira (19) que “iniciou um processo de negociações com a Volkswagen” sobre uma pauta com várias medidas de flexibilização. Uma das principais, segundo a entidade, é a redução de 35%, em média, do efetivo nas quatro fábricas da montadora no Brasil. Isso significaria em torno de 5.200 trabalhadores. A Volks confirma a negociação com os sindicalistas, mas não fala em números.


A pauta foi apresentada ontem, após reunião com as representações sindicais nas fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC, São Carlos e Taubaté, no interior paulista, e São José dos Pinhais, no Paraná. Juntas, somam 15 mil funcionários. O objetivo seria adequar a montadora aos efeitos da pandemia, projetando uma recuperação demorada do mercado.


Segundo o sindicato do ABC, as propostas da Volks incluem ainda flexibilidade de jornada, corte do reajuste salarial, redução do valor da participação nos lucros ou resultados (PLR) “e alterações em benefícios como transporte, alimentação e plano médico”. Em nota, a entidade afirma que “vai debater a pauta com a montadora, em conjunto com os dirigentes sindicais dos outros três sindicatos envolvidos na negociação, e vai informar os trabalhadores do avanço das conversas ao longo do processo”.


Revisão de acordos

A maior fábrica é de São Bernardo, com 8.600 empregados. É também a mais antiga, aberta em 1959. Depois vêm as de Taubaté (1976), São Carlos (1996) e São José dos Pinhais (1999).


Segundo a Volkswagen, a negociação conjunta sobre “flexibilização e revisão” dos acordos coletivos tem foco “na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”. A empresa cita projeção da Anfavea, a associação nacional dos setor, segundo a qual a produção de veículos deverá cair 45% neste ano – e a recuperação é prevista apenas para 2025.

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog  de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Volks_quer_flexibilizar_e_cortar_mais_de_5_mil_trabalhadores 


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Governo quer enviar reforma tributária, corte de gastos e Renda Brasil ainda em agosto

A equipe econômica do governo federal quer encaminhar até o final de agosto para o Congresso um conjunto de propostas de mudanças fiscais, tributárias e de benefícios sociais. A ideia é vincular as medidas de corte de despesas com as que aumentam benefícios.


Uma parte das medidas vai ser incorporada à proposta de emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, relatada pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC). Outros pontos serão encaminhados por meio de projetos de lei e PEC enviados para a Câmara.


“Vai ser apresentado um conjunto, não só na relatoria da [PEC] 188, tem coisas que vão entrar pela Câmara. O que é fundamental é que no conjunto da obra você atenda os brasileiros que continuam precisando, que é o Renda Brasil”, disse Bittar ao Congresso em Foco.


A PEC do Senado traz corte de gastos como a redução de salários de servidores e a desvinculação dos gastos obrigatórios na saúde e educação.


O governo entregou no mês passado a primeira parte da sua participação na reforma tributária, que trata da unificação de impostos federais sobre consumo em uma alíquota de 12%. Ainda faltam as reformas no Imposto de Produtos Industrializados (IPI), no Imposto de Renda, na desoneração da folha e a criação de um imposto sobre transações digitais.


Na desoneração, o governo estuda reduzir as alíquotas da contribuição patronal previdenciária. No caso do primeiro emprego com rendimento de um salário mínimo, a ideia é retirar totalmente os 20% que as empresas recolhem da folha de salário para bancar o INSS. No restante das faixas salariais, a intenção é diminuir de 20% para 15% ou 10% o tributo para o INSS.


O senador Márcio Bittar (MDB-AC), que se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana, defendeu as medidas e também disse que há a ideia de retirar o IPI dos eletrodomésticos.


“A ideia, isso tudo está sendo construído, é tirar o imposto dessa linha branca, eletrodomésticos todos, que atende as pessoas, é um valor importantíssimo para as pessoas de mais baixa renda. Também aumentar a alíquota das pessoas que hoje estão isentas no Imposto de Renda”, disse.

 

O emedebista ressaltou que a desoneração incluída no pacote é diferente do que acontece desde 2015 no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que é uma desoneração setorial apenas para empresas intensivas de mão de obra. O Congresso prorrogou por mais um ano essa isenção, mas Bolsonaro a vetou. Executivo e Legislativo travam um embate sobre a manutenção desse veto.

 

Fonte: Congresso em Foco - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Governo_quer_enviar_reforma_tribut%C3%A1ria,_corte_de_gastos_e_Renda_Brasil_ainda_em_agosto 


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Pandemia mudou contexto de negociações coletivas, aponta Dieese

De março até junho foram registrados 7.398 instrumentos coletivos; mais da metade se refere a cláusulas relacionadas à covid-19


Levantamento feito pelo Dieese mostra que a maioria das cláusulas de negociações coletivas, no primeiro semestre, envolve questões relacionadas à pandemia do novo coronavírus. A maioria dos instrumentos menciona a Medida Provisória (MP) 936, que, aprovada, se tornou a Lei 14.020.


Desde o início da pandemia, em março, até junho, foram registrados 7.398 instrumentos coletivos no Sistema Mediador, base de dados do Ministério da Economia. Do total, 55% deles tiveram cláusulas relacionadas à covid-19.


O sociólogo Luís Ribeiro, um dos integrantes da equipe técnica do estudo, afirma que diversos temas foram tratados, como o home office. “Tem questões que envolvem as medidas provisórias, como a MP 936, sobre a redução de salário e jornada, além da suspensão temporária de contrato”, disse, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.


Ribeiro explica que o reajuste salarial deixou de ser o principal tema, dando lugar à negociação sobre suspensão de contrato. “Foi tratado por todas as categorias, principalmente a de atendimento ao público, como comércios, transporte e restaurantes. O que nos surpreendeu é que foi uma negociação difundida em todo o Brasil”, acrescentou.


Negociações coletivas

O levantamento mostra que as cidades paulistas têm o maior percentual de garantias sobre as questões envolvendo o coronavírus. Na região Sul, em especial no Rio Grande Sul, a proporção de negociações sobre o tema é menor.


O Dieese mostra também que a maior parte dos instrumentos com cláusulas sobre a covid-19 foi negociada pelo setores dos serviços (43%) e da indústria (41%). “Nesse estudo tentamos observar três setores: o comércio, a indústria e os serviços. De certo modo, foram os mais afetados pelo impacto econômico da pandemia”, disse Luís.


Já a MP 396 foi mais debatida nos instrumentos coletivos dos metalúrgicos, comerciários e trabalhadores nos transportes. A redução salarial e da jornada de trabalho foram os principais pontos discutidos por estas categorias.


Ribeiro relata ainda que o trabalho remoto, o chamado home office, também foi bastante debatido nesse período. “Muitas empresas estão descobrindo o home office e querem que se torne uma prática permanente, e precisamos lutar para que isso não seja um problema para o trabalhador. As empresas não podem transferir o custo do trabalho ao empregado. Esses assuntos já estão na negociação, consequência da pandemia”, finalizou.

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Pandemia_mudou_contexto_de_negocia%C3%A7%C3%B5es_coletivas,_aponta_Dieese 


terça-feira, 18 de agosto de 2020

Desemprego na pandemia continua subindo e chega a 13,7%

Nos últimos quatro meses, em que o país passa pela pandemia de covid-19, cerca de 3 milhões de pessoas ficaram sem trabalho. Na quarta semana de julho, a taxa de desocupação chegou a 13,7%, o que corresponde a 12,9 milhões de pessoas. Os dados são da edição semanal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Covid-19, divulgada sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Quando a pesquisa teve início, na primeira semana de maio, eram 9,8 milhões de pessoas desocupadas. Na comparação com a terceira semana de julho, houve aumento de 550 mil pessoas entre os desocupados. A população ocupada do país foi estimada em 81,2 milhões, estável em relação à semana anterior e com queda em relação à semana de 3 a 9 de maio, quando 83,9 milhões de pessoas entravam nessa categoria.


De acordo com a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, os demais dados relacionados a trabalho ficaram estáveis na comparação com a semana anterior, apesar da variação em relação a maio.


“Comparando com o início da pesquisa, o saldo da investigação é que a população ocupada está menor em 2,9 milhões de pessoas. A população desocupada está maior, pouco mais de 3 milhões. E a taxa de desocupação também está maior em 3,2 pontos percentuais. Isso num contexto em que a população informal vem caindo também”.


Após queda na semana anterior, o número de pessoas que estavam temporariamente afastadas do trabalho por causa do distanciamento social voltou a crescer e somou 5,8 milhões, o que representa 7,1% da população ocupada. No início de maio eram 16,6 milhões de pessoas afastadas do trabalho, o que representava 19,8%. O trabalho remoto está sendo exercido por 8,3 milhões de profissionais (11,5%), apenas 300 mil a menos do que no início da pesquisa.


O grupo de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego por causa da pandemia ou por falta de trabalho perto de casa, somou 18,5 milhões. A informalidade atinge 27,2 milhões de pessoas, 2,7 milhões a menos do que no início de maio. A taxa está em 33,5%, 1 ponto percentual acima do registrado na terceira semana de julho.


Maria Lúcia explica que entre os informais estão os empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores e trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados que ajudam morador do domicílio ou parente.


“Vimos na divulgação da semana passada que essa população tinha caído. É uma força de trabalho que oscila bastante nessas comparações curtas. As pessoas entram e saem da força de trabalho com muita facilidade. Com mais facilidade que a população ocupada, que é formalizada”.


A população fora da força de trabalho era de 76 milhões de pessoas, estável em relação à semana anterior e ao início da pesquisa. Desses, 36,9% disseram que gostariam de trabalhar.

 

Fonte: Agência Brasil - Do Blog de Notícias da CNTI


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Além de encolher, mercado de trabalho perde R$ 12 bilhões de renda em um trimestre


Em um ano, são quase 10 milhões de pessoas a menos na força de trabalho, mostra a Pnad Contínua, do IBGE.

Desempregados somam mais de 12 milhões


A edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mostrou, mais que aumento da taxa de desemprego, uma saída dramática de pessoas da força de trabalho brasileira. No trimestre encerrado em junho, havia quase 10 milhões a menos entre os ocupados. Eles somavam 83,347 milhões, ante 93,342 milhões em igual período do ano passado. A força de trabalho (96,138 milhões) caiu praticamente na mesma proporção, enquanto os desempregados somam 12,791 milhões.


O encolhimento mostra outra face negativa da crise e com efeitos para toda a economia. Com tanta gente fora do mercado, a renda do trabalho também cai. A massa de rendimentos, que em junho de 2019 atingia R$ 212,911 bilhões, agora é de R$ 203,519 bilhões. Quase R$ 9,4 bilhões a menos. Essa retração se concentrou no segundo trimestre deste ano, que perdeu R$ 12 bilhões em relação ao primeiro.


Individualmente, a renda do trabalho não teve tanta variação na Pnad Contínua. Estimado em R$ 2.500, o rendimento médio até cresceu, tanto em relação ao primeiro trimestre deste ano como na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O que indica que as vagas fechadas foram as de menor remuneração.


Consumo cai e puxa o PIB

 

A queda na renda já pôde se observar no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, embora ainda sem todo o impacto da pandemia. Em relação ao último período de 2019, o consumo das famílias (R$ 1,2 trilhão) caiu 2%. Na comparação com os três primeiros meses do ano passado, queda de 0,7%. “Esse resultado pode ser explicado pela pandemia aliada ao distanciamento social que afetou negativamente o mercado de trabalho, prejudicando a demanda, além dos efeitos sobre a oferta”, diz o IBGE. O PIB do segundo trimestre será divulgado em 1º de setembro.


O Brasil é um país de salários baixos e com disparidades na renda. Uma população com maior poder aquisitivo significaria mais potencial de consumo de produtos e serviços. No ano passado, a renda média domiciliar per capita ficou estagnada em R$ 1.439, de acordo com o IBGE. Variou de R$ 636 (Maranhão) a R$ 2.686 (Distrito Federal).

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Al%C3%A9m_de_encolher,_mercado_de_trabalho_perde_R$_12_bilh%C3%B5es_de_renda_em_um_trimestre 


quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Paulo Paim destaca importância do FGTS

O senador Paulo Paim (PT-RS) ressaltou, em pronunciamento nesta quarta-feira (12), a importância do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para todos os brasileiros. Paim também criticou medidas que possam fragilizar o FGTS. Para ele, o fundo foi criado para proteger o trabalhador e sua família.


— É inaceitável que se fale em medidas que fragilizem o nosso FGTS. E também os mecanismos de entrada de recursos na nossa Previdência Social e pública. Não! não à privatização, não à capitalização. As perdas são enormes, atingindo a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, aposentados e pensionistas. Uma situação que com certeza vai piorar ainda mais as desigualdades sociais e o desemprego no país — afirmou.


O senador destacou também os benéficos que o FGTS pode trazer para o trabalhador, como aquisição da casa própria, aposentadoria e demissão sem justa causa além, da utilização em caso de doenças graves. De acordo com o senador, só em 2019 o FGTS beneficiou 24 milhões de trabalhadores.


— Ele é necessário para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do nosso país. O FGTS gera emprego, renda, moradia e ainda uma indenização em caso de demissão. O que seria do nosso país se não fosse a seguridade social? Vamos juntos defender sempre a nossa seguridade social e o nosso fundo de garantia — defendeu.

 

Fonte: Agência Senado - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Paulo_Paim_destaca_import%C3%A2ncia_do_FGTS 


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MORREU DOM PEDRO CASALDÁLIA

 

Vida de luta

Leonardo Boff: ‘Casaldáliga quis se identificar com os últimos, os sofredores, até o final da vida’

Corpo do bispo emérito será sepultado nesta quarta (12) em cemitério onde peões e indígenas que resistiram à grilagem em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, também foram enterrados

Reprodução
Amigo de Dom Pedro Casaldália, teólogo diz que o bispo "é um fenômeno do cristianismo, do seguimento da mensagem de Jesus"

São Paulo – O teológo Leonardo Boff ainda se recorda do dia em que ouviu a “mais bela” das mensagens de Dom Pedro Casaldália. O bispo emérito estava de passagem pela Nicarágua, quando Fidel Castro fez questão de que ele fosse até Cuba. Nas terras do triunfo revolucionário, Dom Casaldáliga, no entanto, respondeu: “Em Cuba há pouca igreja, pouca liturgia e devoções. Mas há muito reino. Porque reino é feito de justiça, de solidariedade, de igualdade, de esforço, de ter uma visão universal das coisas. Aqui tem muito reino”, lembra o religioso. 

Em entrevista a Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, Boff disse que as palavras do velho amigo são belas porque há nelas “algo de eternidade, os valores do reino e o respeito à pessoa, à liberdade, à igualdade, que todos tenham o suficiente e o decente para comer”. O que Fidel ainda considerou ser a “análise da revolução sob todos os pontos de vista, econômico, político e estético”. Mas que também poderia sintetizar toda a luta do bispo emérito, que morreu neste sábado (8), aos 92 anos. “O socialismo integra todo mundo, todos somos irmãos e irmãs. E ele (Casaldáliga) criou esse sentimento de fraternidade”, compara .

Com o povo

Nesta segunda-feira (10), o corpo do bispo foi velado em Ribeirão Cascalheira (MT), depois da realização de uma missa de exéquias em Batatais (SP). De Ribeirão, o cotejo segue para São Félix do Araguaia, onde Dom Casaldáliga deve ser sepultado para “virar estrela”, como reflete Boff, nesta quarta-feira (12). O local foi escolhido pelo próprio bispo, que pediu para ser enterrado no Cemitério dos Sertões, onde peões e índios que resistiram à grilagem em Mato Grosso foram também sepultados.

“Ele pediu no comunicado à assistência que ‘para descansar quero só essa cruz. Cruz de pau, com chuva e sol, estes sete paus e a ressurreição’. Ele quis se identificar com os últimos, com os sofredores, até o final da sua vida”, explica o teólogo. 

Boff lembra que o amigo também rejeitou o título de “Dom”. Na comunidade de São Félix, ele queria ser conhecido apenas como “Pedro, o irmão de vocês”. A luta de uma vida, a despeito de perseguições e ameaças, o tornam “estrela não só para as comunidades cristãs e as igrejas”, como adverte o teólogo. “Porque ele é maior do que a Igreja Católica. Ele é um fenômeno do cristianismo, do seguimento da mensagem de Jesus”.

Para Boff, assim como Cristo, é o corpo de Casaldáliga que será enterrado nesta quarta, jamais seu espírito. “E ele nos encherá de alegria e esperança. Porque a coisa que ele mais suscitava era a esperança do povo, apesar dos sofrimentos e perseguições.” 

 

PUBLICAÇÃO DA REDE BRASIL ATUAL

 https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/08/leonardo-boff-dom-casaldaliga-sepultamento/

 


 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Bolsonaro propõe suspender o exame ocupacional, que protege a saúde do trabalhador

Ministério da Economia alega que o exame ocupacional causaria aglomerações e exporia trabalhador a risco de covid.

Centrais sindicais rechaçam a proposta


Com o duvidoso argumento de proteger trabalhadores de aglomerações durante a pandemia de covid-19, governo de Jair Bolsonaro prepara mais um ataque aos direitos trabalhistas: a desobrigação da realização de exame ocupacional pelas empresas. No último dia 29, o Ministério da Economia publicou a Nota Informativa SEI nº 19627/2020/ME, com minuta de portaria que suspende também exames clínicos e complementares relacionados às atividades nos locais de trabalho. O acompanhamento da saúde dos trabalhadores está previsto na Norma Regulamentadora nº 07, que obriga a elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O objetivo é promover e preservar a saúde dos trabalhadores pela cumprimento de parâmetros mínimos e diretrizes gerais das condições de trabalho.


Pela proposta do governo, que será apresentada durante a reunião da chamada Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), nos dias 13 e 14 deste mês, esses exames seriam realizados no prazo máximo de 180 dias a partir do fim do atual estado de calamidade pública. A regra valeria para exames admissionais e periódicos e excluiria os demissionais.


Afronta à saúde

A CUT rechaça a proposta, que considera afronta à saúde e à segurança dos trabalhadores. Por isso, não apoiará a minuta de portaria na comissão tripartite. Para a central, a medida coloca em risco os trabalhadores.


“A suspensão da obrigatoriedade da realização de exames fazia parte da Medida Provisória 927/2020, que caducou. Como o governo não pode mandar ao Congresso outra MP de igual conteúdo, tenta agora por meio do Ministério da Economia. Lutamos muito contra a aprovação dessa MP e somos contrários a essa nova proposta”, disse a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT Nacional, Madalena Teixeira.


A dirigente destacou a importância do exame ocupacional para a saúde e a segurança dos trabalhadores. “Se o exame deixa de ser feito, doenças adquiridas (pelas condições do trabalho) podem se agravar. Ficaremos atentos e faremos o enfrentaremos contra essa medida, que é um retrocesso”, disse. Ela cita, por exemplo, categorias do setor químico, diante da exposição cotidiana a riscos de várias contaminações.


O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Gonçalves de Araújo, reforça que a proposta do governo Bolsonaro representa mais um ataque a direitos da população. “As centrais vão se manifestar de maneira contrária a mais este retrocesso. Além de vetar a indenização para os trabalhadores da saúde vitimados pela covid-19, agora o time do genocida quer desproteger ainda mais os trabalhadores. Bolsonaro é mais que um genocida. É um exterminador de trabalhadores”.


Retrocesso

O Instituto Trabalho Digno divulgou nota técnica em que alerta para mais este retrocesso na regulamentação de saúde e segurança no trabalho, “ que mesmo alegadamente temporária, revela a natureza perversa do processo”. E ressalta que o artigo 168 da CLT prevê que “será obrigatório exame médico ocupacional, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho”.


Os técnicos do instituto lembram que o exame médico admissional é fundamental para avaliar as condições físicas e mentais do trabalhador para exercer a função para a qual está sendo admitido. Sem ele, há o risco de não serem identificadas vulnerabilidades e agravos que poderão expor não apenas os trabalhadores em processo de admissão, mas todos aqueles com quem irão manter contato durante o trabalho.


Além disso, a depender das condições e da organização do trabalho, trabalhadores são expostos a fatores psicossociais e ergonômicos, bem como a agentes físicos, químicos e biológicos, agindo de forma isolada ou sinergicamente. “Uma aposta temerária com a saúde alheia, atingindo milhões de pessoas em trabalho presencial na pandemia e após a vigência do estado de emergência”, alertam.


Eles destacam ainda que centenas de estressores físicos, químicos e biológicos continuam presentes no ambiente de trabalho mesmo na pandemia. Por si só, a condição já é uma anomalia funcional importante, mas há presença constatada de outros fatores de risco para o adoecimento humano. Assim, suspender os exames durante a emergência em saúde pública, mais os 180 dias após declarado seu fim, significa manter trabalhadores expostos. Isso, mesmo sendo eles portadores ou não, estando contaminados ou não. Na medida em que há uma sugestão de omissão avaliativa médica aos mais diversos agentes deletérios à saúde, a proposta vai no sentido contrário da CLT e de cláusulas pétreas da Constituição.

 

Redação: Fábio M. Michel

 

Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI

 

http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Bolsonaro_prop%C3%B5e_suspender_o_exame_ocupacional,_que_protege_a_sa%C3%BAde_do_trabalhador 


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Com CPMF, sem FGTS: Guedes quer prejudicar trabalhador duas vezes

Ministro da Economia tenta comprar apoio de empresários com proposta que aumenta regressividade do sistema tributário


Para aprovar o novo imposto sobre transações digitais, no mesmo modelo da extinta CPMF, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer retirar mais direitos dos trabalhadores. A ideia é reduzir a tributação que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários, incluindo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).


Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Paulo Guedes quer diminuir de 8% para 6% o valor dos salários que é depositado pelas empresas nas contas do FGTS e cortar metade dos encargos referentes ao Sistema S.


Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, afirma que o governo Bolsonaro tenta descapitalizar o fundo e extingui-lo. O especialista aponta que essa ideia mantém a regressividade do sistema tributário do Brasil, ou seja, o pobre continuará pagando mais que o rico.


“Quando falamos sobre a retirar contribuição das empresas ao FGTS, que é uma poupança compulsória, o governo retira recursos da população. Os trabalhadores de carteira assinada perdem duas vezes. De um lado, ficam sem o recurso quando poderiam retirá-lo. E ainda vão perder mais, já que pagarão mais impostos à CPMF. Na outra ponta, quem se beneficiará são as empresas”, criticou.


Governo antipovo


Guedes ainda quer acabar com a contribuição das empresas ao INSS do trabalhador que ganha até um salário mínimo, de R$ 1.045, o que custaria de R$ 25 bilhões por ano aos cofres da União.


Atualmente, os empresários pagam alíquota de 20% sobre os salários como contribuição à Previdência. Entretanto, a proposta é reduzir para 10%. “A gente vê que o governo não tem proposta de reforma tributária, ele vai se adequando às negociações no Congresso. Enquanto ele tenta impor a CPMF, vai tentando o apoio dos empresários, tirando recursos dos que menos tem”, acrescenta Fausto.


O diretor técnico do Dieese afirma ainda que reduzir o valor depositado no FGTS pode causar outro problema. “Ele também pesa no valor da multa da demissão do trabalhador sem justa causa. O valor da multa é relativo ao que foi depositado no fundo, ou seja, o trabalhador receberá menos. Isso facilita ainda mais o processo de demissão dos trabalhadores em geral”, critica.


Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI


http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Bolsonaro_joga_mais_peso_nos_ombros_dos_trabalhadores


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Bolsonaro veta indenização a trabalhador da saúde incapacitado por covid-19

O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente um projeto de lei aprovado pelo Congresso que concedia indenização de R$ 50 mil para trabalhadores da saúde incapacitados pela covid-19. O veto ao PL 1.826/2020 está publicado na edição desta terça-feira (4) do Diário Oficial da União (DOU).


Na mensagem encaminhada ao Congresso, Bolsonaro alega que decidiu vetar a proposta “por contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade”. Segundo o governo, o projeto viola a lei que estabeleceu o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus Sars-CoV-2 (Lei Complementar 173, de 2020), ao prever “benefício indenizatório para agentes públicos e criando despesa continuada em período de calamidade no qual tais medidas estão vedadas”.


Em sessão conjunta a ser agendada, o Congresso poderá decidir se derruba ou mantém o veto. Se for derrubado, a lei seguirá para promulgação.


Dependentes

Além do benefício para profissionais incapacitados por atuarem na linha de frente de combate à pandemia, o projeto, aprovado pelo Senado em julho, também previa a indenização de R$ 50 mil aos dependentes dos trabalhadores, em caso de morte do profissional pela doença.


Os senadores aprovaram emendas à proposta, de autoria dos deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS). O relator, senador Otto Alencar (PSD-BA), ampliou a lista de contemplados pela indenização.


Inicialmente, o texto aprovado pela Câmara contemplava profissionais da área de saúde, agentes comunitários e trabalhadores de estabelecimentos da saúde. O Senado propôs que também fossem contemplados fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e profissionais de nível superior e técnico que trabalham com testagem nos laboratórios de análises clínicas, além de coveiros.


Fonte: Agência Senado - Do Blog de Notícias da CNTI


http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Bolsonaro_veta_indeniza%C3%A7%C3%A3o_a_trabalhador_da_sa%C3%BAde_incapacitado_por_covid-19


terça-feira, 4 de agosto de 2020

Bolsonarismo e pandemia jogam 3,8 milhões de famílias nas classes D/E

Com a crise no emprego informal, pobreza no Brasil volta ao patamar dos anos 2000


Ao enfrentar a pandemia do novo coronavírus de forma irresponsável e negligente, o presidente Jair Bolsonaro acabou por aumentar a pobreza e agravar ainda mais a tragédia social no Brasil. Com os impactos da Covid-19 e do descaso do governo federal, 3,8 milhões de famílias devem retroceder na pirâmide social e passar a integrar as classes sociais D/E neste ano. É o que apontam estimativas realizadas pela consultoria Tendências e publicadas nesta segunda-feira (3) no jornal Valor Econômico.


Conforme o levantamento, a base da pirâmide social passará a abarcar um total de 41 milhões de famílias ao fim do ano – o equivalente a 56% dos domicílios brasileiros. É a maior proporção desde 2009 (60%). No ano passado, 51% das famílias brasileiras – cerca de 37,2 milhões de lares – estavam nas classes D/E.


Quem mais vai perder é a classe C, chamada erroneamente de “nova classe média”. O estudo mostra que a classe C deve encolher em 1,8 milhão de famílias, para 20,9 milhões. As classes A e B também devem ficar menores, em 260 mil e 672 mil famílias, respectivamente. Além delas, 1 milhão de novos domicílios devem surgir em 2020.


Segundo Camila Saito, economista da Tendências, as famílias de menor renda concentram as ocupações informais. São empregados sem carteira de trabalho assinada, trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Eles se dividem em ocupações tão variados como camelôs, entregadores por aplicativo e diaristas.


“Como é sabido, os informais são os que estão perdendo mais renda por causa da pandemia. Esse fator deve ser o grande responsável por essa migração de famílias da classe C para a D/E”, diz Camila. “O auxílio emergencial deve aliviar um pouco a renda dos informais, mas não deve compensar toda a perda.”


Mesmo com a prorrogação do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, as classes de menor renda serão infladas. Embora o pagamento do auxílio tenha permitido a redução da extrema pobreza durante a pandemia, o valor do benefício é insuficiente para manter as famílias dentro do critério de classe C.


No estudo, a Tendências classifica como classes D /E as famílias com rendimento mensal de até R$ 2.564. Esse é um critério próprio da consultoria, na ausência de critérios oficiais ou usualmente aceitos. Para a classe C, a renda vai de R$ 2.564 a R$ 6.185. No topo da pirâmide estão as classes B (de R$ 6.185 a R$ 19.257) e A (a partir de R$ 19.257).


A renda é usada por especialistas de diferentes países para calcular o tamanho das classes sociais. Há outros critérios que também podem ser adotados para realizar essa classificação, como a posse de bens, o nível de escolaridade, a segurança econômica e, mesmo, a autoimagem das famílias.


O número de famílias mais ricas, da classe A, também deve encolher neste ano. O topo da vida econômica concentra os empregadores – grupo que tem o rendimento atrelado à lucratividade das empresas. Para a consultoria, a renda dos mais ricos é afetada pelo ciclo negativo de forma mais rápida até do que a dos trabalhadores assalariados.


Recentemente, a XP Investimentos estimou que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) das companhias do Ibovespa deve baixar 73% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Dados do IBGE mostram que a crise fechou 522 mil empresas no país.


Segundo Camila, ainda que o aumento do número de famílias nas classes D/E possa ser transitório, a recomposição da renda será lenta, sobretudo para os menos escolarizados. “Além de incertezas quanto ao nível de atividade e ao futuro das políticas ativas sobre o mercado de trabalho, há outras restrições a novas contratações como o fechamento recente de empresas e o elevado ajuste no fluxo de caixa das firmas que seguem em funcionamento”, diz ela.


Pelos números do levantamento, o Brasil foi um país de maioria “classe média” por um curto período de tempo. As classes A, B e C representaram somadas mais da metade dos domicílios do país somente entre 2013 e 2015, quando chegaram a representar 52,5% da famílias em 2014. Hoje, correspondem somados 44,1% dos lares.


Fonte: Portal Vermelho - Do Blog de Notícias da CNTI


http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Bolsonarismo_e_pandemia_jogam_3,8_milh%C3%B5es_de_fam%C3%ADlias_nas_classes_D/E


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Padrão de vida dos brasileiros terá queda recorde e voltará ao nível de 2008

A queda da renda per capita dos brasileiros será tão acentuada em 2020 que fará com que a gestão de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes entre para a história como a de maior retrocesso econômico na história do País, mesmo que a causa maior seja a pandemia. "A crise causada pelo novo coronavírus deve levar à maior queda do padrão de vida do País desde a década de 1940, quando começa a série histórica. Calculada a partir do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a retração esperada é de 6,7% este ano – e mais da metade dos brasileiros já percebe que está em uma situação pior do que antes da pandemia. Até então, o maior recuo havia sido em 1981", aponta reportagem de Douglas Gavras, no jornal Estado de S. Paulo.


A queda acentuará o contraste com o período em que os brasileiros mais prosperaram, que foi justamente o período do governo Lula. "De crise em crise, o brasileiro vai perdendo o que havia conquistado na década passada. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de 2011 a 2020, o PIB per capita deve recuar 8,2% ante uma alta de 28% na década anterior", aponta ainda a reportagem.


"Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva a pedido do Estadão, além de mais da metade (54%) dos brasileiros afirmar que seu padrão de vida piorou, seis em cada dez deles estimam que vai levar mais de um ano para reconquistar o que tinham. Além disso, um terço dos entrevistados que têm plano de saúde, pagam escola particular para os filhos ou empregam um trabalhador doméstico afirma que não conseguirá manter ao menos um desses serviços", revela Gavras, em sua reportagem.


Fonte: Brasil247 - Do Blog de Notícias da CNTI


http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Padr%C3%A3o_de_vida_dos_brasileiros_ter%C3%A1_queda_recorde_e_voltar%C3%A1_ao_n%C3%ADvel_de_2008