Inflação é um complicador para as negociações: índice de agosto foi o maior para uma data-base em mais de cinco anos
Dois terços das campanhas salariais de categorias
com data-base em agosto tiveram reajuste abaixo da
inflação acumulada (INPC-IBGE). Foram 66,3% com
perdas, ante 16,8% em igual período do ano passado.
Os dados foram compilados pelo Dieese, com base em
informações do Ministério do Trabalho. A inflação
crescente piora um cenário que já era ruim com a
crise econômica e a pandemia.
Agosto tem o pior resultado de 2021, em um ano que
registrou acordos abaixo do INPC em seis de oito
meses. As informações referem-se a negociações
concluídas até o início de setembro. Categorias como
metalúrgicos e químicos, em São Paulo, recentemente
fecharam acordo com o INPC integral. Os bancários,
que fazem campanha nacional, firmaram em 2020 acordo
coletivo com validade de dois anos. Os trabalhadores
nos Correios, que têm data-base em agosto, estão com
dissídio em julgamento no Tribunal Superior do
Trabalho (TST).
Dos acordos fechados até agora relativos a agosto,
apenas 8,8% das campanhas salariais chegaram a
reajuste acima do INPC. Outros 25% ficaram com
índice equivalente ao da inflação, que segue sendo
um “inimigo” das negociações. O Dieese lembra que o
INPC de 0,88% em agosto representou “o maior
percentual de reajuste necessário para uma
data-base” desde fevereiro de 2016.
A taxa mantém trajetória de crescimento, somando
10,42% em 12 meses. Há um ano, esse mesmo índice
acumulado era de 2,94%. Em setembro, com nova alta,
o INPC chegou a 10,78%, enquanto a inflação oficial
(IPCA) também atingiu os dois dígitos (10,25%).
Quase metade abaixo do INPC
No acumulado de janeiro a agosto, o resultado também é ruim. Quase metade dos reajustes (48,5%) ficou abaixo do INPC. Um terço (33,2%) equivale ao índice oficial e apenas 18,2% ficam acima. A variação real média dos reajustes salariais mostra perda: -0,71%.
No recorte por setor econômico, o de serviços tem
61,2% de acordos (de um total de 3.686) perdendo
para a inflação. A indústria (2.814) tem 35,7% e o
comércio (1.164), 32,1%. O maior percentual de
reajustes acima do INPC é do setor industrial
(24,7%).
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
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