Com fim da suspensão dos cortes em função da pandemia, famílias correm o risco de ficarem às escuras
Desde a última sexta-feira (1º), voltou a ser
permitido o corte de energia por falta de pagamento
no caso dos consumidores de baixa renda. Resolução
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que
impedia os cortes, editada em março deste ano em
função da pandemia, acabou expirando. E ainda não há
sinais de nova ação nesse sentido.
O diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior,
cobra sensibilidade do governo Bolsonaro, e também
do Congresso Nacional, para evitar que as famílias
mais pobres fiquem às escuras. Como saídas, ele
sugere o perdão das dívidas ou um programa de
refinanciamento.
“É importante voltar à normalidade enquanto a
pandemia vai sendo controlada. Mas é preciso ter o
mínimo de cuidado social com as pessoas que mais
precisam num momento tão difícil como esse. Vale
lembrar que a inflação atingiu a casa dos 10%, a
maior parte das famílias vive em insegurança
alimentar“, destacou Fausto, em entrevista a Glauco
Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta
segunda-feira (4).
Além disso, a população também sofre com a elevação
no custo da energia, com a implementação da bandeira
da escassez hídrica. Nesse sentido, Fausto destaca
que o governo tenta colocar a culpa na natureza. No
entanto, faltaram investimentos em geração e
distribuição de energia nos últimos anos e as
políticas de devastação ambiental desempenhadas pelo
governo Bolsonaro também agravam a crise hídrica.
“As empresas estão endividadas, as pequenas estão
falindo. As famílias com dificuldades em fechar suas
contas. Tudo deveria ser feito com mais
tranquilidade e negociação, ouvindo o conjunto da
população. E, minimamente, construindo saídas, como
perdão de dívidas ou refinanciamento, coisas que o
governo simplesmente não discute. A única coisa que
propõe são reformas que, na verdade, representam
retirada de direitos, como estamos vendo agora com a
PEC 32 e tantas outras”, disse Fausto.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
Nenhum comentário:
Postar um comentário