Por João Guilherme
Na guerra, na política e na ação sindical a falta de acontecimentos extraordinários que mereçam uma repercussão estrondosa não significa que não esteja sempre acontecendo algo.
A isto chamamos normalização, ou seja, o fluxo de acontecimentos corriqueiros e naturais indicam a normalidade nos fatos e a necessidade permanente de agir conforme as exigências que eles impõem, sem espetacularidade.
Na ação sindical a própria campanha salarial é um fato corriqueiro e natural, embora em alguma ocasião possa se transformar em um acontecimento extraordinário. O mesmo raciocínio aplica-se às mais diversas ações porventura empreendidas pelo movimento sindical: campanha de sindicalização, campanha de reconhecimento e cobrança das PLRs, campanha de comunicação com os associados, campanha de fortalecimento das CIPAs e contra as mortes, acidentes e doenças do trabalho, campanha de requalificação dos dirigentes, congressos, encontros ou seminários e as próprias eleições estatutárias e periódicas.
Na atual conjuntura favorável aos sindicatos, economicamente, politicamente e juridicamente, a normalização (com a ausência de acontecimentos extraordinários) impõe a persistência daquelas iniciativas definidoras do dia a dia do trabalho conjunto com as bases dos trabalhadores e trabalhadoras.
Mesmo a recente posição quase unânime do STF favorável a uma pretensão e a uma prática sindicais, que é um acontecimento extraordinário (ainda que o bom senso e a não precipitação mande esperar a publicação do acórdão definitivo), deve impulsionar com novo ânimo e vontade firme o conjunto de iniciativas para garantir a relevância efetiva do movimento sindical: campanhas salariais, PLRs, CIPAs, requalificação dos dirigentes e a “subida” às bases.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.
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FONTE: https://agenciasindical.com.br
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