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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Fome avança e chega a 36% das famílias brasileiras

Ação da CNTEEC combate a fome


Estudo da FGV Social, centro de pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, conduzido pelo economista Marcelo Neri, aponta que, em 2021, 36% das famílias brasileiras foram ameaçadas pela fome. Os resultados foram publicados no jornal O Globo desta quinta (26).

Segundo os dados coletados, em algum período do ano essas famílias não tiveram dinheiro pra colocar comida na mesa. Esse é o maior patamar da pesquisa, iniciada em 2006, além de ser a primeira vez que a insegurança alimentar no Brasil ultrapassa a média mundial, de 35%.

De acordo com Marcelo Neri, a insegurança alimentar aumentou quatro vezes mais no Brasil do que na média mundial. Ele explica que essa situação de fome se agravou durante a pandemia, combinado com a crise econômica que provocou recessão entre 2014 e 2019, quando a desigualdade de renda aumentou.

Além da recessão, outros fatores contribuíram para esse quadro. A inflação, que estava alta no começo do período, com o Banco Central aumentando a taxa básica de juros, e a falta de reajuste no Bolsa Família.

Para o consultor da Action Aid, Francisco Menezes, o cenário deste ano é ainda mais dramático para as famílias. “A inflação foi aumentando de 2020 pra cá. Para as famílias mais pobres, significa comer menos ou pior”, afirma.

Mulher – Ainda de acordo com Marcelo Neri, as mulheres foram as que mais sofreram pela fome. Entre os homens, a insegurança alimentar caiu de 27% para 26%. Já para as mulheres, deu um salto de 33% para 47%. Esse aumento afetou também as crianças.

“Vimos a volta das crianças mais novas à escola, a subnutrição já deixou uma marca. Estamos falando de educação e nutrição, a base do desenvolvimento da pessoa. Isso tem um efeito estrutural, que precisa ser atacado o quanto antes”, ressalta o economista da FGV Social.

Merenda – Francisco Menezes explica que há cerca de 4 milhões de pessoas cadastradas para receber o Auxílio Brasil, mas é preciso uma medida urgente pra atender a população com fome, que hoje é estimada entre 25 milhões e 30 milhões de brasileiros.

“Vai ser preciso rever os R$ 400,00 repassados pelo Auxílio Brasil, porque já foram superados diante da elevação dos preços. O Programa Nacional de Alimentação Escolar é outro ponto de atenção. Muitas vezes a merenda pode se tornar a refeição principal dos alunos. Será preciso aumentar o valor per capita que é repassado aos municípios para merenda”, conclui Menezes.

MAIS – Clique aqui e veja reportagem completa do jornal O Globo.

 

FONTE: AGÊNCIA SINDICAL

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