O presidente nacional da CSB, Antonio Neto, responde ao artigo “Volta do imposto sindical mostra visão velha do trabalho no Ministério de Marinho”, de Miriam Leitão, publicado no jornal O Globo nesta segunda-feira (21). “Não se discute a volta do imposto sindical, mas o financiamento solidário de toda a categoria beneficiada por um acordo coletivo”, argumenta Neto. Veja a resposta:
A senhora Miriam Leitão ataca o debate do
financiamento das entidades sindicais por profundo
desconhecimento. Vamos ao debate:
1) O Brasil tem uma taxa média de sindicalização de
12%, dentro da média da OCDE. A taxa de
sindicalização no Brasil não é baixa, sobretudo em
um sistema em que sindicato não representa filiado,
mas representa CATEGORIA. Ou seja, o trabalhador
recebe os mesmos benefícios da negociação coletiva
que um sindicalizado.
2) Não se discute a volta do imposto sindical, mas o
financiamento solidário de toda a categoria
beneficiada por um acordo coletivo. O que se tem no
Brasil hoje é um sistema de desigualdade em que
apenas os sócios sustentam uma estrutura que
representa todos os trabalhadores.
3) Miriam Leitão fala como se no Brasil as práticas
antissindicais fossem inexistentes. Em outubro
passado, vimos inúmeros casos de assédio eleitoral
no local de trabalho. Imaginem o que acontece com os
trabalhadores que se filiam e participam do
sindicato? O próprio Grupo Globo tem um histórico de
práticas antissindicais em suas empresas.
4) Não existe democracia sem sindicatos fortes, e
sindicato forte exige financiamento. Muitos
trabalhadores não contribuem voluntariamente por uma
questão simples: por que vão contribuir se terão
todos os benefícios previstos em negociação
coletiva?
5) O que os sindicatos querem é nada diferente do
que ocorre em uma reunião de condomínio que define a
cota condominial. Os sindicatos têm conta de luz,
telefone, internet, comunicação, viagens, faixas,
impressão, jurídico, pessoal… Se todos são
beneficiados por essa estrutura por causa de uma
negociação coletiva, por que só os sócios tem que
pagar a conta? Por que ninguém questiona as decisões
de assembleias de condomínio?
Fonte: Portal CSB - Do Blog de Notícias da CNTI
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