Projetos de lei em análise na Casa preveem o reajuste da tabela e das deduções em vigor, elevando o limite de isenção do tributo
Uma das principais promessas de campanha do
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, a
correção da tabela do Imposto de Renda (IR) das
pessoas físicas, é alvo de diversos projetos de lei
na Câmara dos Deputados, tendo um deles já sido
aprovado na atual legislatura. A maioria propõe o
reajuste da tabela e das deduções em vigor, elevando
o limite de isenção do tributo.
O último reajuste da tabela do IR ocorreu em 2015
(Lei 13.149/15). O assunto vem sendo discutido pela
equipe de transição do novo governo com o Congresso
Nacional. Durante a campanha eleitoral, Lula
prometeu isentar do pagamento de IR quem ganha até
R$ 5 mil por mês. Hoje é isento quem recebe até R$
1.903,98.
Texto aprovado
O projeto sobre o assunto com tramitação mais avançada no Congresso é do Poder Executivo (PL 2337/21), aprovado pela Câmara no ano passado e atualmente aguardando votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Pelo texto, a faixa de isenção passa para R$ 2,5 mil
mensais, correção de 31,3%. As demais faixas também
terão reajustes.
Impacto social
Entre as propostas apresentadas por deputados, um dos mais recentes é o PL 2140/22, do deputado Danilo Forte (União-CE), que amplia para R$ 5.200 o limite de isenção do IR. Segundo o parlamentar, o reajuste da tabela é uma medida de amplo efeito social.
“Se não houver atualização da tabela progressiva,
praticamente toda a classe assalariada deverá pagar
Imposto de Renda”, disse Forte. A mesma avaliação é
feita pelo deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE),
autor do PL 1894/19, de teor parecido.
“Com a tabela congelada, mesmo ganhos salariais
abaixo da inflação podem fazer com que o
contribuinte mude de faixa de tributação e tenha sua
carga tributária majorada”, afirmou Calheiros.
Alguns dos projetos em tramitação na Câmara propõem
regras fixas para reajuste da tabela e das deduções,
como correção anual pelo IPCA ou INPC. Entre eles,
os PLs 1332/2019, 284/20 e 2429/2021,
respectivamente dos deputados Roberto de Lucena (Republicanos-SP),
Alexis Fonteyne (Novo-SP) e Fábio Mitidieri (PSD-SE).
“Não se trata apenas de uma questão econômica, mas
uma ação urgente desse Parlamento de promover a
atualização da tabela do Imposto de Renda”, afirmou
Mitidieri.
Estudo
Recentemente, a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados publicou uma página na internet sobre o assunto.
A avaliação da consultoria é que, se não houver
correção da tabela, é possível que em breve mesmo
quem ganha um salário mínimo comece a pagar o
imposto. Atualmente, a isenção do IR equivale a
apenas 1,57 do salário mínimo (atualmente em R$
1.212).
Ainda de acordo com a consultoria, caso a tabela de
1995 fosse atualizada entre janeiro de 1996 e junho
de 2022 com base no IPCA, estariam isentos quem
ganham até R$ 4.608,07 por mês, valor próximo ao
proposto pelo presidente eleito.
Fonte: Agência Câmara - Do Blog de Noticias da CNTI
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