Dieese alerta para o impacto da guerra sobre preços de combustíveis e alimentos
Os acordos salariais têm mantido a tendência de
ficar abaixo da inflação, que por sua vez segue sua
trajetória de alta. De 119 reajustes com data-base
em fevereiro analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram
abaixo da variação acumulada do INPC-IBGE. Segundo
os dados, preliminares, outros 15,1% tiveram índice
equivalente ao da inflação e 24,4% conseguiram
aumento real.
Já a variação real (média dos reajustes após
descontada a inflação) segue negativa. Em fevereiro,
ficou em -0,98%.
O Dieese aponta um “agravamento do quadro” após
ligeira melhora em janeiro. O reajuste necessário
para acordos com data-base em março subiu para
10,80%, ante 10,60% no mês anterior e 10,16% no
primeiro mês de 2022. “A situação tende a piorar nos
próximos meses, em função do impacto da guerra na
Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da
alimentação”, alerta o instituto.
Pisos superam salário mínimo em 13%
No total do primeiro bimestre, os resultados mostram algum equilíbrio. São 37% dos reajustes abaixo do INPC, 32% acima e 31% equivalentes à inflação. A variação média também é negativa: -0,48%.
A situação é um pouco melhor na indústria, setor em
que 39% dos reajustes no bimestre tiveram ganho real
e 34% empataram com a inflação. Nos serviços, os
aumentos reais contemplaram 30%, enquanto 43%
ficaram abaixo do INPC. No comércio, metade dos
acordos equivaleram à inflação.
O valor médio dos pisos salariais registrados em
acordos coletivos fica, até agora, em R$ 1.370,84.
Ou 13,1% acima do salário mínimo oficial (R$ 1.212).
Confira aqui a íntegra do boletim do Dieese.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
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