A ação faz parte da campanha "Brasil pela Democracia", promovida por 80 organizações da sociedade civil e movimentos sociais
Em uma maratona de mais de cinco horas, artistas,
ativistas, jornalistas e influenciadores digitais
participaram, neste domingo (13), da live
"Democracia Vive", parte da campanha "Brasil pela
Democracia", promovida por 80 organizações da
sociedade civil e movimentos sociais.
O cantor Lulu Santos, a cantora Elza Soares, a
filósofa Djamila Ribeiro, o influenciador digital
Felipe Neto, o apresentador Fábio Porchat, a atriz
Alice Braga e a antropóloga Lilia Schwarcz foram
algumas das personalidades que falaram ou cantaram
no evento.
Houve pedidos de união entre pessoas que pensam
diferente e críticas ao presidente Jair Bolsonaro,
ao racismo, à homofobia e às agressões contra os
indígenas, o ambiente, a cultura, a ciência e a
imprensa.
Em conversa com o músico Samuel Rosa, Djamila
criticou a "democracia de baixa intensidade" no
Brasil, em que vários grupos não podem exercer seus
direitos fundamentais. "Com racismo não há
democracia", disse a filósofa, que também ressaltou
a falta de educação para formar estudantes com visão
crítica.
"O conceito de democracia precisa ser uma coisa
ensinada e percebida desde muito cedo", disse o
advogado Augusto de Arruda Botelho em conversa com a
DJ e atriz Kiara Felippe. "Não dá pra ser um cidadão
bacana se você não entende esse conceito
extremamente básico do que é democracia", disse.
Os participantes citaram a necessidade de lembrar a
gravidade dos abusos de direitos humanos cometidos
durante a ditadura militar (1964-1985), como uma
forma de conscientizar parte da população atraída
por apelos autoritários.
Também abordaram a desigualdade, racismo, sexismo,
homofobia, desmatamento, desinformação e a atuação
do governo federal na pandemia. "No Brasil, 45 mil
George Floyds são assassinados por ano e não há essa
mobilização", disse Preto Zezé, presidente da
Central Única das Favelas, referindo-se aos
protestos gerados pela morte, nos EUA, do homem
negro sufocado por um policial branco.
O jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, falou sobre
os ataques à imprensa profissional. "Desde 1º de
janeiro de 2019, temos visto a promoção de violência
contra jornalistas para moldar a opinião pública à
imagem e semelhança dos desejos e opiniões de um
presidente", disse Sakamoto. "Esse tipo de ação, que
nasce na rede e se derrama para fora, não pode ser
encarada como algo banal, não. É grave e está
diretamente relacionada à lenta corrosão de nossas
instituições democráticas."
O líder indígena Ailton Krenak, em conversa com a
atriz Alice Braga, disse que o Brasil tem vivido
pequenos e sistemáticos golpes contra a democracia e
que "o aparelho do Estado está predisposto a ignorar
a Constituição", comentando violações a direitos dos
indígenas.
O evento foi promovido por organizações como a
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia,
Artigo 19, CNBB, Coalizão pelo Clima, Comissão Arns,
Conectas, CGT, CUT, Fundação Tide Setubal, Geledés -
Instituto da Mulher Negra , Greenpeace, Instituto
Ethos, Instituto Socioambiental, Instituto Vladimir
Herzog, MST, OAB, Observatório do Clima, Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência, Uneafro,
#Juntos e #somos70porcento.
Fonte: FolhaPress - Do Blog de Notícias da CNTI
http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Em_live_pela_democracia,_artistas_e_ativistas_pedem_uni%C3%A3o_entre_pessoas_que_pensam_diferente
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