Estamos acompanhando o debate que está acontecendo sobre o fim do
“imposto sindical”, oficialmente chamado de Contribuição Sindical.
O debate não é novo, de um lado estão aqueles que alegam que o
fim da contribuição Sindical vai
fortalecer os Sindicatos, já que acabaria com a fonte de renda da pelegada,
dirigentes de “sindicatos” que são fundados apenas para meter a mão em um
dinheiro fácil do trabalhador indefeso que sequer sabem onde fica a sede
sindical, muitas vezes em municípios a quilômetros de distancia, sendo certo
que tais entidades só representam em
cartório.
De fato, há “sindicatos”, que mantém bases extensas, com milhares
de empregados e que só tem como sócios os membros de sua “diretoria”, em resumo
recolhem o dito imposto, não prestam qualquer serviço, não representam quem
quer que seja e muitas vezes ainda fracionam base de Sindicato que representam
efetivamente a Categoria, aviltando salários
e fazendo composições espúrias.
De outro lado estão aqueles que defendem a manutenção da contribuição
sindical, alegando que o seu fim enfraqueceria os Sindicatos e o sistema
confederativo e que seu fim do contribuirá para a
ruína do movimento sindical brasileiro, já combalido por toda forma de ataques,
o que certamente colocará os trabalhadores em condições precárias, no que diz
respeito à manutenção dos direitos adquiridos e nas relações trabalhistas com
os empresários.
O fato concreto é que muitos sindicatos utilizam corretamente os
valores de tais contribuições, mantendo serviços que seriam de obrigação do
estado brasileiro, estado este omisso e corrupto.
Decerto, não deveria ser obrigação do Sindicato manter serviços de
saúde, como muitos mantém, devido a omissão governamental. Muitos optaram por
manter tais serviços pela fragilidade econômica de seus representados e são
obrigados a gastar fortunas com tais incitativas, distribuindo ainda kits
escolares e coisas do gênero.
É certo que tais situações
são exploradas pelos pelegos de plantão, mas também é certo que aqueles que
defendem a extinção da contribuição, não dão qualquer solução para o problema que acarretará, por exemplo, na
assistência médica que muitos sindicatos mantém, talvez por que os que defendem
a extinção do imposto não se precisam preocupar com tal coisa, representam
funcionários públicos ou empregados de empresas que mantém serviços médicos e
tem uma renda melhor que o restante da população.
Coincidentemente os que defendem o fim do imposto sindical
defendem também o pluralismo sindical, este sim completamente nocivo aos interesses
dos trabalhadores, já que fracionaria ainda mais o já enfraquecido sistema
sindical brasileiro o que levaria a flexibilização das leis trabalhistas tão
queridas dos neo liberais.
Em nossa opinião deveria ser mantida a unicidade sindical e também
a contribuição sindical, mas com fiscalização rigorosa, visando a corrigir a
espoliação sofrida pelos trabalhadores reféns de bandos de pelegos que se
aproveitam de seu dinheiro a fim de enriquecerem, pelegos estes que não
representam a maioria do movimento sindical brasileiro.
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