Entidades sindicais e movimentos sociais fizeram protestos em Brasília, São Paulo e outras regiões
São Paulo – Em protesto diante da sede do Banco Central, em Brasília, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, pediu a saída do presidente do BC. Para ele, Roberto Campos Neto “sabota o crescimento do país” com uma política de juros altos e – por ser bolsonarista – já deveria ter entregado o cargo. Centrais e movimentos sociais fizeram manifestações nesta terça-feira (20) em outras regiões, como em São Paulo, na Avenida Paulista.
O Comitê de Política Monetária (Copom) abriu hoje sua reunião, com avaliações de conjuntura. A decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) sai amanhã, no início da noite. Nas últimas seis reuniões, o colegiado manteve os juros em 13,75% ao ano, ignorando protestos.
Vergonha na cara
“Não há razão para o Campos Neto continuar mantendo a taxa básica de juros do país em absurdos 13,75%”, afirmou Sérgio Nobre. Ele chamou a política monetária de “crime” contra o país e disse que o presidente do BC deveria tomar “vergonha na cara” e baixar os juros. Uma das faixas estendida diante da sede do banco tinha os dizeres “Juros matam”.
Caso isso não aconteça, o sindicalista afirmou que irá aumentar a pressão pela saída do presidente da autoridade monetária. “Se não baixar a taxa de juros, já temos uma audiência marcada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, porque sabemos que o Senado pode afastar Campos Neto do cargo e, na nossa visão, há motivo para isso, porque o presidente do BC está sabotando o crescimento do país”, disse o dirigente durante o ato. “A visão dele de Brasil foi derrotada nas urnas, em 2022. Campos Neto é um bolsonarista e deveria entregar o cargo. (…) Não vamos sair das ruas enquanto esse camarada estiver à frente do Banco Central.” A audiência com o senador está prevista para quinta-feira.
A alta dos juros são uma “forma perversa” de transferência dos mais pobres para os mais ricos, ressaltou o dirigente da CUT. “Os juros estão embutidos nos produtos. Quando um trabalhador vai comprar uma geladeira, um fogão, ele não compra à vista. Ele financia e com os juros praticados, compra um, mas acaba pagando por três”, afirmou, citando ainda impacto na produção e na criação de empregos. A inflação em declínio, lembram os sindicalistas, é mais um motivo para reduzir juros.
FONTE: Rede Brasil Atual - Por Redação RBA
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