Reforma de Michel Temer falhou em criar empregos e aumentou a insegurança financeira, aponta a FGV
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da
FGV (FGV-Ibre) revela que 67,7% dos trabalhadores
autônomos, incentivados pela reforma trabalhista a
aderirem à informalidade, agora desejam um emprego
com carteira assinada, informa o portal UOL. Esse
dado expõe a fragilidade da medida que, aprovada há
sete anos, em vez de criar oportunidades, aprofundou
a precariedade do trabalho no país.
Alterando mais de cem pontos da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), a reforma trouxe mudanças
significativas, como a prevalência de acordos entre
patrões e empregados sobre a legislação, a permissão
de parcelamento de férias e a eliminação da
contribuição sindical obrigatória — decisão
posteriormente retificada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF). Apesar de a promessa ser a redução do
desemprego que subia desde a crise
político-econômica de 2015, a realidade foi outra.
Em julho de 2017, a taxa de desocupação já estava em
12,9%, disparando ainda mais nos anos seguintes e
atingindo 14,9% em março de 2021, em meio à pandemia
de Covid-19.
Hoje, 25,4 milhões de brasileiros trabalham como
autônomos, e a insegurança financeira é uma
constante para esses trabalhadores. Cerca de 44% dos
autônomos ganham até um salário mínimo, e 45% deles
não conseguem prever sua renda para os próximos seis
meses — um percentual que chega a 67,5% entre os
empregados formais. Além disso, a variação salarial
é uma realidade para 19,8% dos autônomos, enquanto
apenas 4,7% dos trabalhadores com carteira assinada
enfrentam essa oscilação.
O desejo pela segurança do emprego formal é ainda
mais intenso entre os mais pobres: 75,6% dos
autônomos que ganham até um salário mínimo preferem
a CLT. Entre aqueles com rendimentos de um a três
salários mínimos, esse índice é de 70,8%. Apenas
entre os que ganham acima de três salários mínimos,
a preferência pela carteira assinada cai para 54,6%.
A precarização do trabalho recai mais pesadamente
sobre os homens negros, que representam 54,5% dos
autônomos, e sobre aqueles na faixa etária de 45 a
65 anos.
Fonte: Brasil247 - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário