Proposta do governo Bolsonaro
associada à "reforma" Trabalhista de Michel Temer perpetuam lógica da
escravidão que impõe às mulheres negras as piores formas de trabalho com
direitos mínimos
por Redação RBA
Arquivo EBC
"(Mulheres negras) saíram do processo de escravidão e continuaram trabalhando no mesmo tipo de serviço", alerta militante
São Paulo – A "reforma" da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), a exemplo das mudanças nas leis trabalhistas, deve prejudicar ainda mais as mulheres negras, parcela da população que mais sofre com a falta de proteção do direito do trabalho, a desigualdade salarial e o desemprego.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), a cada ponto percentual a mais na taxa de desocupação,
as mulheres negras são afetadas, em média, com o aumento de um 1,5 na taxa de desemprego, enquanto que mulheres brancas têm um reflexo de 1,3 pontos percentuais.
Diante dessa desigualdade, os parâmetros mais rígidos de
acesso aos benefícios, a ampliação do sistema de capitalização privada e
o aumento no tempo de contribuição para acessar a Previdência de forma integral, com 40 anos, previsto na "reforma", devem agravar ainda mais as disparidades de gênero e raça, principalmente em um país que não reconhece o racismo como um "fenômeno que produz desigualdades", como explica a militante do Movimento Negro Adriana Moreira em entrevista ao Seu Jornal, da TVT.
"O Brasil nunca enfrentou o fato de que as mulheres, por
exemplo, elas saíram do processo de escravidão e continuaram trabalhando
no mesmo tipo de serviço", adverte Adriana quanto à continuidade das
formas mais precárias de trabalho e com mínimos direitos.
FONTE: Rede Brasil Atual - https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2019/03/reforma-da-previdencia-agrava-desigualdades-enfrentadas-por-mulheres-negras
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