A situação melhorou desde a crise de 2008, mas os jovens
ainda representam mais de 35% dos desempregados no mundo, e a taxa de
desemprego deverá crescer este ano (de 13% para 13,1%), segundo informe
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A estimativa é de 70,9
milhões de jovens sem emprego, bem menos do que em 2009 (76,7 milhões), o
nível mais alto pós-crise. Porém, a previsão é de que esse número
cresça em 200 mil até 2018, atingindo 71,1 milhões.
No texto, divulgado ontem (20), o Brasil é citado como destaque.
Negativo. A expectativa é de que, aqui, o desemprego entre os jovens
atinja 30% neste ano, no nível mais elevado desde 1991.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, do IBGE, no terceiro trimestre o número de desempregados de 18
a 24 anos somava 4,2 milhões e com 25 a 39 anos, 4,4 milhões.
A taxa global de desemprego dos jovens passou de 12,3%, em 2008, para
um projeção de 13,1% no ano que vem. Na América Latina e no Caribe
varia de 16% a 19,5%, fica estável na Europa Ocidental (de 14,3% para
14,2%) e cai na América do Norte (de 12,6% para 11,1%). Tem seu nível
mais alto nos Estados árabes (projeção de 29,7%) e o menor, na Ásia
Oriental (10,5%).
"Em nível mundial, o considerável aumento das taxas de desemprego
juvenil entre 2010 e 2016 na África do Norte, nos Estados árabes, na
América Latina e no Caribe foi contraposto por melhoras no mercado de
trabalho dos jovens na Europa, América do Norte e África Subsaariana",
diz a OIT. "O crescimento econômico segue desconectado do crescimento do
emprego, e a instabilidade econômica ameaça reverter os avanços obtidos
em matéria de emprego juvenil", acrescenta a instituição em seu
relatório.
A OIT mostra ainda que 39% dos trabalhadores jovens nos países
emergentes e em desenvolvimento, ou 160,8 milhões, vivem em pobreza
extrema ou moderada (o equivalente, por essa classificação, a menos de
US$ 3,10 por dia). "Mais de dois em cada cinco jovens da população ativa
estão desempregados ou são trabalhadores pobres, uma dramática
realidade que tem impacto em todas as sociedades em todas as sociedades
do mundo", diz a organização.
"Para muitos desses jovens, seu presente e seu futuro se encontram na
economia informal. Em nível mundial, três de cada quatro mulheres e
homens jovens estão empregados na economia informal, ante três a cada
cinco adultos. Nos países em desenvolvimento, essa relação é de 19 de
cada 20 mulheres e homens jovens." Assim, o desafio não é apenas criar
empregos, mas, principalmente, "a qualidade do trabalho e do emprego
decente para os jovens".
O relatório destaca um "número crescente" de jovens em busca de
trabalho e empreendedores em direção à internet, "onde encontram novas e
diversas formas de emprego, que podem oferecer flexibilidade e ampliar
as oportunidades de inserção". Mas esse tipo de atividade oferece
riscos, como a falta de garantia de oportunidade de continuação no
emprego e a falta de acesso a benefícios sociais.
FONTE: http://www.observatoriosocial.org.br/?q=noticia/jovens-sao-35-dos-desempregados-no-mundo-brasil-e-destaque-negativo - Publicado por Rede Brasil Atual
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