Em primeiro lugar, é preciso compreender que nada do que foi praticado pelos governantes Michel Temer e Jair Bolsonaro foi aleatório. Tudo foi milimetricamente calculado, os ataques sofridos pela classe trabalhadora e por grande parte da sociedade mais vulnerável serviram para beneficiar os detentores do Capital, principalmente o setor financeiro e o agronegócio.
O cálculo era utilizar para as eleições de 2022 a mesma estratégia utilizada em 2018, com o discurso de que Lula e seu partido são comunistas, esquerdistas e corruptos.
Em 2018, através de um esquema muito bem montado, conseguiram tirar o Lula do páreo. Porém, como a mentira tem perna curta, o esquema foi se deteriorando e a liderança de Lula voltando.
Com isso, o desespero das pessoas que montaram o esquema foi aumentando e, então, recorreram a grupos do Exército, outros militares e aos financiadores do esquema, que foram beneficiados nos dois últimos governos, Temer e Bolsonaro.
As condutas criminosas – tanto no tocante às ações junto aos aliados, quanto na utilização da máquina pública indevidamente – não podem mais ser revertidas. Está na conta da maldade, incompetência e irresponsabilidade dos presidentes da República e seus defensores.
Só podemos zelar pelo futuro. Hoje, felizmente, temos um Presidente da República que deve voltar a abrir espaço às organizações democráticas, para atuarem e contribuírem com o governo na melhor distribuição de renda e justiça social.
Contudo, temos que cobrar que seja investigado e punido, ao rigor da lei, cada ato praticado pelos mandantes, financiadores e mandados que praticaram, e que não foram poucos. Tudo isso é de fundamental importância para reconstruirmos um país democrático e justo.
Para isso, precisamos trabalhar e nos organizar de forma coletiva, com urgência, nas bases dos municípios. Não podemos nos iludir, pois com a perda do poder junto à Presidência da República, uma enorme parcela dos que apoiaram essas barbáries vão desaparecer, como uma nuvem de fumaça.
Mas grande parte dessas pessoas está nas prefeituras, câmaras municipais, governos estaduais, assembleias legislativas, Câmara Federal e Senado da República. Penso que precisamos cuidar desta árvore chamada Brasil, que foi tão maltratada nesses últimos 6 anos. Precisamos começar pelas raízes, com grandes projetos e candidatos, nas câmaras de vereadores e prefeituras das cidades.
2023 precisa ser o ano da organização, para 2024 ser o ano das ações, em cada município. Assim, no futuro, poderemos colher os saudáveis frutos que toda sociedade vai poder saborear.
Juntos, somos capazes de fazer acontecer.
Artur Bueno de Camargo – presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins CNTA Afins
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FONTE: Agência Sindical
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