Bolsonaro diz que o Brasil seria um dos melhores destinos para investimentos estrangeiros, mas país deve crescer abaixo da média mundial
Em discurso na abertura da 76ª Assembleia Geral da
ONU, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que está
resgatando a credibilidade do Brasil no exterior. Os
dados da realidade, no entanto, desmentem essa
afirmação. De acordo com relatório da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
a economia brasileira deve crescer 5,2% em 2021,
abaixo da previsão de crescimento do PIB mundial,
que é de 5,7%.
Ainda assim, para o diretor técnico do Dieese,
Fausto Augusto Junior, essas previsões da OCDE para
o Brasil estão defasadas. O boletim Focus divulgado
pelo Banco Central (BC) nesta semana indica
crescimento de 5,04% em 2021. Para o ano que vem, as
estimativas de acrescimento do PIB foram reduzidas
de 1,72% para 1,63%.
Fausto diz que falta ao Brasil um plano estratégico
para a retomada da economia. E as tensões criadas
pelo governo Bolsonaro, que ataca a Constituição e a
própria democracia, acabam afastando investidores
estrangeiros.
“O Brasil está longe de despertar interesse
internacional”, disse Fausto, em entrevista a Glauco
Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta
quarta-feira (22). “Quem investe quer retorno com o
mínimo de risco possível. E o Brasil está longe ser
um país de baixo risco. Ao contrário, esse risco
está cada vez maior”, acrescentou.
Investimentos
Bolsonaro também afirmou que o Brasil seria hoje um dos melhores destinos para os investimentos estrangeiros. Os números, mais uma vez, contrariam a versão apresentada pelo presidente. O país despencou da 6ª para a 11ª posição no ranking da ONU dos locais que mais receberam recursos externos em 2020. Esses fluxos de investimento se reduziram para patamares de 20 anos atrás. E a previsão é que só haverá recuperação a partir de 2023.
“O governo não dá nenhum tipo de segurança, nem no
curto nem no longo prazo, uma vez que não apresenta
claramente as diretrizes da sua política econômica.
Nem diz qual a sua proposta de investimento. Além de
tudo, gosta de criar confusão com parceiros
importantes, como a China e os Estados Unidos”,
destacou Fausto.
Colaboram ainda para a falta de interesse do
investidor estrangeiro os recordes de desemprego no
Brasil, o que reduz o mercado interno. Sobram apenas
eventuais privatizações de empresas estatais e
demais ativos públicos, naquilo que Fausto
classificou como “entrega” do patrimônio nacional.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
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