A
homologação da rescisão do contrato de trabalho é,
para o trabalhador, um dos momentos mais delicados
da vida profissional. É ali que se encerra um
vínculo e, ao mesmo tempo, se fazem os acertos de
contas com o empregador — muitas vezes, sem que o
trabalhador tenha pleno conhecimento sobre o que de
fato lhe é devido.
Foi justamente para proteger o trabalhador nesse
momento que, antes da Reforma Trabalhista de 2017, a
legislação previa a obrigatoriedade da homologação
com a assistência do Sindicato, especialmente para
contratos com mais de um ano de vigência. Desde que
essa exigência foi retirada da lei, cresceram os
casos de demissões com erros — ou omissões — nos
pagamentos rescisórios, resultando em um verdadeiro
colapso na Justiça do Trabalho.
Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, só
em 2023 foram registrados mais de 4,19 milhões de
novos processos trabalhistas, a maioria envolvendo
verbas rescisórias. Essa avalanche de ações reforça
a urgência de retomar mecanismos de proteção mais
efetivos. E é justamente isso que está sendo
debatido agora no Supremo Tribunal Federal e no
Congresso Nacional.
O ministro Gilmar Mendes articula a volta da
obrigatoriedade das homologações com sindicatos,
enquanto o Projeto de Lei nº 2690/2025, apresentado
pelo deputado Paulinho da Força, propõe que a
quitação ampla do contrato de trabalho só seja
válida quando houver acompanhamento sindical e
previsão em norma coletiva, protegendo especialmente
os trabalhadores de baixa renda.
A homologação vai além de um simples carimbo de
finalização contratual. Trata-se de um verdadeiro
ato de justiça. O Sindicato, ao conferir todos os
documentos e cálculos, atua como garantidor de
direitos, identificando erros, prevenindo fraudes e
orientando o trabalhador sobre seus direitos. Casos
práticos mostram o quanto essa presença faz
diferença.
Recentemente, o Sindicato dos Eletricitários de São
Paulo evitou que um trabalhador da categoria
perdesse quase R$ 30 mil em sua rescisão, graças à
atuação de seu Departamento Jurídico. Esse não é um
caso isolado: a média de erros encontrados nas
homologações feitas com a presença do Sindicato
passa de R$ 3.500 por trabalhador.
Além da segurança para o trabalhador, a proposta de
retomada da homologação sindical oferece benefícios
também ao empregador e à Justiça. Ao conferir
validade legal à quitação feita com acompanhamento
técnico e sindical, o projeto reduz a judicialização
e oferece previsibilidade jurídica. Empresas evitam
passivos ocultos, Sindicatos atuam com
responsabilidade técnica e o trabalhador sai mais
seguro.
É fundamental destacar que a homologação feita no
Sindicato é gratuita para os associados, o que
reforça ainda mais a importância de estar filiado.
Se você ainda não é sócio, sindicalize-se: esse é um
investimento direto na sua proteção e dignidade
profissional.
Por fim, é preciso encarar a homologação não como
uma burocracia, mas como um ato essencial de
proteção social, segurança jurídica e respeito ao
trabalho. A volta da obrigatoriedade da homologação
com o Sindicato é uma pauta urgente e necessária.
Valoriza o papel das entidades representativas,
fortalece o diálogo social e, acima de tudo, garante
que o trabalhador receba o que é seu por direito.
Defenda seus direitos. Homologue com o
Sindicato!
Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA
Diretor de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI)
Vice-presidente da Força Sindical
Fonte: Eletricitários - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
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