Semana passada, os presidentes da Força Sindical, Miguel Torres, e da CUT, Sérgio Nobre, foram à Brasília para dialogar com parlamentares a fim de que não aprovem a Medida Provisória 1.045/2020. Isso porque a MP, na prática, se configura como uma minirreforma trabalhista.
A Medida foi aprovada na Câmara e agora aguarda para
apreciação no Senado. O relator, deputado Christino
Áureo (PP-RJ), incluiu no texto os chamados
‘jabutis’, que podem levar à precarização das
relações de trabalho.
Alguns pontos chamam a atenção. Na MP 1.045 existem
três programas trabalhistas, como o Requip, o
Programa Nacional de Prestação de Serviço Social
Voluntário e o Priore. Em dois desses programas, não
há a previsão de 13º salário ou FGTS ao trabalhador.
Requip – Regime de Qualificação Profissional é
voltado para os jovens, desempregados e pessoas
carentes. Nesse programa, está prevista a criação de
uma bolsa de até R$ 550,00 por mês. O contrato está
vinculado a um curso de qualificação profissional e
é pago quando a pessoa está em treinamento. Após um
ano, existe o direito a recesso remunerado de 30
dias, porém não há 13º e FGTS.
Voluntário – Esse ‘jabuti’ permite a contratação
pelas prefeituras para execução de serviços
temporários. Não há qualquer menção às férias, 13º
ou FGTS.
Priore – Programa Primeira Oportunidade e Reinserção
no Emprego é o único que prevê vínculo empregatício,
férias e 13º salário. Porém, o FGTS de quem entrar
nessa modalidade será reduzido.
MP – A Medida foi criada em 2020 a fim de evitar o
desemprego em massa da população, criando a redução
de salários e jornadas dos trabalhadores em meio à
crise econômica.
Miguel Torres afirma que a MP 1.045 não pode ter
esse tipo de emenda que visa prejudicar o emprego
decente. “Não podemos admitir. Vamos convencer
senadores a manter o texto original”, ressalta
Miguel.
Já Sérgio Nobre alerta que essa é uma tentativa do
governo de atacar a classe trabalhadora. “Estão
destruindo empregos de qualidade, com proteção
social, e transformando em vários empregos de
jornada parcial, precários, sem contribuição e sem
que o trabalhador tenha qualquer perspectiva de
sustentar sua família”, denunciou o presidente da
CUT.
Fonte: Agência Sindical - Do Blog de Notícias da CNTI
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