As Centrais Sindicais saúdam o crescimento da taxa
de sindicalização divulgado pelo IBGE (em 19/11). Os
dados marcam um ponto de inflexão no mundo do
trabalho brasileiro. Após quase uma década de queda
— resultado de ataques ao movimento sindical,
tentativas de criminalização e medidas legislativas
que retiraram direitos — o avanço atual expressa a
força da organização coletiva e o papel decisivo dos
sindicatos na defesa dos trabalhadores.
Após a reforma trabalhista de 2017, com sua ampla
retirada de direitos e desvalorização do trabalho,
cresceu a compreensão de que somente a ação coletiva
organizada é capaz de promover conquistas, garantir
proteção social, enfrentar desigualdades e
influenciar políticas públicas. A expansão de
acordos e convenções coletivas, a atualização de
cláusulas econômicas e sociais e a retomada de mesas
nacionais e setoriais de diálogo produziram
resultados concretos, aumentando a confiança dos
trabalhadores em suas entidades representativas. Os
dados do IBGE reforçam tal percepção: o sindicato é
reconhecido como “escudo protetor coletivo”.
Ela é resultado de muito trabalho. Mesmo diante do
desmonte institucional e dos cortes impostos ao
movimento sindical, as ações de base não apenas
resistiram, como se intensificaram. A presença
constante nos locais de trabalho, a capacidade de
organização e as estratégias de mobilização estão
promovendo um reencontro entre trabalhadores e seus
sindicatos.
Ressaltamos ainda que a alta da sindicalização se
conecta a outros fatores estruturais, como a geração
de empregos formais e a retomada das contratações no
setor público, impulsionados pela reconstrução do
Estado como indutor do desenvolvimento e pelo
reposicionamento do trabalho na agenda nacional.
As Centrais Sindicais entendem que os dados
divulgados pelo IBGE fortalecem a luta para vencer
desafios que ainda persistem: a permanência dos
retrocessos ocasionados pela reforma trabalhista,
como a desvalorização do trabalho, a fragilização da
segurança e o ataque às entidades sindicais.
Seguiremos lutando pela recomposição dos direitos
perdidos com a reforma de 2017 e para que a classe
trabalhadora seja cada vez mais ouvida e valorizada.
A sindicalização crescente reafirma: sem sindicato
forte, não há democracia sólida, nem justiça social.
São Paulo, 19 de novembro de 2025
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova
Central Sindical de Trabalhadores)
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilsa Pereira de Almeida, secretária geral da Intersindical
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor
Fonte: NCST - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
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