“Contradições entre capital e trabalho não devem
impedir pacto pela reindustrialização”, diz diretor
da CNI
Rafael Lucchesi, diretor de educação da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e palestrante no
Seminário Nacional pela Reindustrialização do
Brasil, realizado no dia 11 de junho, declarou, em
entrevista ao HP, que há um importante movimento
para a construção de um diálogo entre empresários e
trabalhadores para a recuperação da indústria
nacional.
“A visão do presidente da CNI, Ricardo Alban, é uma
proposição de diálogo, de construção, em que o foco
principal é o desenvolvimento industrial”.
De acordo com Rafael, a CNI considera “muito
importante uma atuação articulada de todo setor
produtivo, também de outras confederações, como a
Agricultura e o Comércio, e, em especial, a
construção de um diálogo com os trabalhadores”.
Rafael ressalta que existem construções históricas
que foram muito importantes para quase todos, senão
todos, os países que tiveram que se desenvolver
aceleradamente.
O diretor da CNI avaliou que, embora haja interesses
contraditórios entre o capital e o trabalho (“isso é
sobejamente sabido”, afirma), citou “o clima de
pactos sociais progressistas, bem construídos,
exemplos de sucesso, como os casos clássicos do
‘Pacto de Moncloa’ e do processo de concertação
social na Irlanda”.
Conforme Lucchesi, “o presidente Alban tem essa
compreensão. É a percepção que vários outros
dirigentes da CNI têm”.
O líder empresarial declarou que tem buscado a
realização deste diálogo e citou que a sua
participação nas comemorações do centenário do
PCdoB, em Salvador, e o desdobramento no seminário
promovido pela CTB, no dia 11 de junho, fazem parte
dessa construção.
Os próximos movimentos já serão mais sólidos,
resultado das orientações da presidência da CNI,
numa perspectiva da construção de uma agenda de
país, concluiu.
Em sua palestra para líderes das confederações de
trabalhadores na indústria, Lucchesi disse que:
“com a adesão ao Consenso de Washington e a
transferência do protagonismo econômico ao rentismo,
ao setor financeiro, a gente começou a perder
densidade produtiva e desse ponto de vista o Brasil
foi o que mais perdeu. Perdemos estrutura produtiva,
capacidade produtiva e retrocedemos. As exportações
de alta e média tecnologia caíram 50%. Estamos tendo
uma especialização regressiva porque estamos abrindo
mão dos segmentos mais sofisticados”.
“Mas agora, temos uma oportunidade”, avalia,
ressaltando ainda que “o diálogo pelo
desenvolvimento do país exige maturidade”.
Fonte: Rádio Peão Brasil -Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário