É urgente que se trave uma discussão séria, considerando alternativas ao mero aumento da taxa de juros que, já nas alturas, não teve efeito sobre a inflação brasileira.
O aumento descontrolado do custo de vida voltou a ser dor-de-cabeça nacional e motivo de aflição para os brasileiros que – quando têm uma ocupação e não penam também com o desemprego que segue alto – veem sua renda evaporar ante os preços exorbitantes.
A percepção do dia a dia está oficialmente inscrita no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em março chegou aos 11,3% acumulados em 12 meses. Além dos combustíveis e alimentos, que já vinham pesando fortemente para empresas e famílias, o indicador medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detectou relevante alta de bens industriais e serviços.
Num cenário de aumento da pobreza, com mercado de trabalho fraco e precarizado, é urgente combater a carestia que dificulta ainda mais a vida das pessoas e também a recuperação econômica, já que o ciclo vicioso da estagnação se acirra com o reduzido poder de compra especialmente dos pobres e da classe média.
Ponto fundamental para fazer esse caminho de volta é recompor os ganhos salariais corroídos no último ano, o que já vem sendo a reivindicação prioritária nas negociações coletivas visando convenções e acordos coletivos dos engenheiros em 2022. Portanto, o assunto estará na pauta do XXI Seminário sobre Campanhas Salariais, promovido pelo SEESP na próxima terça (19/4), às 15 horas.
A tradicional iniciativa da entidade, que contará com a participação de representantes das empresas e sindicatos patronais, além de especialistas do mundo do trabalho, traçará o atual panorama socioeconômico e político e reafirmará a busca de soluções a partir do diálogo, visando o melhor resultado para todos.
Nesse contexto, para além das reivindicações da categoria, entra em discussão a necessidade premente de medidas governamentais que reorganizem a economia nacional. É preciso tanto combater a inflação quanto voltar a crescer para que se possa entrar numa dinâmica econômica saudável, que nos traga equilíbrio e prosperidade. Ainda que seja extremamente relevante a influência de fatores externos, como é a guerra na Ucrânia, o Estado brasileiro precisa usar os recursos de que dispõe para perseguir essa meta.
É urgente, portanto, que se trave uma discussão séria, considerando alternativas ao mero aumento da taxa de juros que, já nas alturas, não teve efeito sobre a inflação brasileira. Ainda, é necessário que o poder público seja capaz de usar seu poder de compra e investimentos de forma inteligente e incentive a produção e a geração de empregos. E aqui voltamos a outro ponto essencial: a necessidade de rever a política fiscal ancorada num teto de gastos impossível de ser mantido.
Esse conjunto de temas complexos e essenciais será abordado no seminário que terá transmissão online, podendo ser acompanhado por todos os interessados. Vale a pena participar.
Clique aqui e leia mais artigos de Murilo Pinheiro.
FONTE: Agência Sindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário