Nas primeiras horas da manhã desta terça (10),
representantes das centrais sindicais panfletaram e
fizeram caminhadas contra a MP 905, que pode levar
país à convulsão social, segundo presidente da CUT,
Sérgio Nobre
Sindicalistas marcam esta terça-feira (10) com o
início da jornada de luta em defesa de empregos e
direitos na região do ABC Paulista, que abrange os
municípios de São Bernardo do Campo, Santo André,
Diadema e Ribeirão Pires. Nas primeiras horas desta
manhã, representantes das centrais sindicais
panfletaram em frente aos terminais de trólebus e
estações de trem para alertar a população quanto aos
efeitos negativos da Medida Provisória (MP) 905 e da
política econômica do governo de Jair Bolsonaro. De
acordo com os organizadores, se aprovada a MP 905 do
governo, os direitos da classe trabalhadores serão
praticamente “rasgados” e os empregos, assim como as
condições de trabalho no Brasil, “precarizadas”.
Com diversas atividades programadas para ao longo do
dia, os sindicalistas seguiram da panfletagem aos
atos previstos na porta da empresa Colgate Palmolive
e na portaria da Volkswagen, em São Bernardo do
Campo, onde a manifestação foi acompanhada pelo
presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que, em
entrevista à Rádio Brasil Atual, criticou a proposta
da equipe econômica de Bolsonaro que, de acordo com
ele, pode levar o país a uma “convulsão social”.
Apresentada há um mês, a MP 905, que cria o chamado
contrato de trabalho “verde e amarelo”, é defendida
pelo governo como iniciativa para impulsionar o
emprego entre a população mais jovem, dos 18 aos 29
anos. Mas, na prática, ela desonera os empregadores
e coloca o ônus em cima dos empregados, explica o
presidente da CUT aos jornalistas Marilu Cabañas e
Cosmo Silva. “O que é a carteira verde e amarela? é
o trabalho sem direito nenhum e trabalho sem direito
é um trabalho escravo. O governo mente para a
população, diz que o país não cria empregos porque o
trabalhador tem direitos demais, que o custo de
trabalho é alto, e isso não é verdade, o que cria
emprego é investimentos, se não fizer investimento,
se as empresas e os comércios não demandar mão de
obra, não vai contratar, não importa a forma de
contratação”, afirma Nobre.
As centrais sindicais têm pedido a devolução da MP
905, que já tem quase duas mil emendas no Congresso.
Segundo o presidente da CUT, diante dos retrocessos
impostos pela medida, a executiva da entidade deve
deliberar nesta quarta (11) uma campanha nacional
contra a proposta do governo Bolsonaro.
A repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, que
acompanhava a mobilização no Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, conversou com
o presidente do SMABC, Wagner Santana, que reiterou
a defesa das centrais sindicais pela manutenção dos
direitos já garantidos na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). “E essa medida provisória retira
vários deles”, apontou Wagnão.
“O recolhimento do fundo de garantia que hoje, para
um trabalhador formal, o patrão é obrigado a
depositar 8% do salário desse trabalhador, com essa
carteira verde e amarela cai para 2%. A multa em
caso de demissão que para o trabalhador normal é de
40%, cai pela metade, em 20%. Ai também existe o
pior absurdo disso que é a taxação do
seguro-desemprego, ou seja, os trabalhadores que já
são vitimados pelo desemprego, ainda terão que pagar
um imposto por estar desempregado. Esse é o
verdadeiro bolsa-patrão e é isso que vai financiar
essa parcela do INSS e do fundo de garantia. Os
patrões deixarão de pagar nessa carteira verde e
amarela, ou seja, é o desempregado pagando para
gerar emprego precário para trabalhadores jovens”,
observou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.
Dos atos em frente às fábricas e à entidade
sindical, os representantes das centrais seguiram em
caminhada até a rua Marechal Deodoro, uma importante
via comercial de São Bernardo, anunciando os riscos
existentes na MP 905. Estão previstas ações
semelhantes pela Jornada de luta em defesa de
empregos e direitos até sexta-feira (13). Com atos,
caminhadas e panfletagens agendadas para a região
central, as zonas leste e sul da capital paulista,
em Osasco e Carapicuíba, na Grande São Paulo, e em
Campinas, interior do estado.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI - cnti.org.br
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