Economia estagnada e falta de propostas concretas do governo
Bolsonaro para a retomada do crescimento são apontadas como principais
causas da alta taxa de desempregados, segundo presidente da CU
Escrito por: André Accarini
Reprodução
A
taxa de desemprego no Brasil, no trimestre encerrado em abril, atingiu
12,5% dos brasileiros, segundos dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira (31), pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já são 13,2
milhões de desempregados, número 4,4% maior que o trimestre anterior
(12,6 milhões) – uma redução de 552 mil postos de trabalho.
A pesquisa traz um recorde na série histórica: o número de trabalhadores subutilizados,
ou seja, aqueles que poderiam trabalhar mais, chegou a 28,4 milhões. A
alta foi de 3,9% em relação ao trimestre anterior (27,3 milhões). Na
comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 3,7%. No
trimestre encerrado em abril de 2018, o total de subutilizados foi de
27,4 milhões de pessoas.
Número de trabalhadores informais aumenta mais do que os formais
A pesquisa traz também dados sobre o número de informais, os trabalhadores por conta própria.
Em relação ao trimestre anterior o índice se mostrou estável em 23,9
milhões de pessoas, mas registrou aumento de mais 939 mil trabalhadores
(4,1%), em relação ao ano passado.
Isto significa que cresceu muito mais o número de informais do que os trabalhadores registrados no setor privado . Essa
parcela que trabalha com direitos garantidos como férias, 13° salário,
fundo de garantia e outros direitos, subiu apenas 1,5% (mais 480 mil
pessoas), em comparação com 2018. Com isso, o número de trabalhadores
com carteira assinada ficou estável em 33,1 milhões. O mesmo ocorreu com
os trabalhadores sem carteira assinada, cujo número permaneceu em 11,2 milhões. Porém, subiu 3,4% (mais 368 mil) em relação a igual período do ano passado.
Para
o presidente da CUT, Vagner Freitas, o aumento no número de
desempregados demonstra que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) não tem
nenhum plano de recuperação econômica para o Brasil. “Não tem nenhuma
proposta concreta de retomada do crescimento, de geração de emprego e
renda, pelo contrário, o que se vê é diminuição da projeção do PIB,
arrocho salarial e ataque aos direitos”, critica.
Ele afirma
também que a exemplo do que foi a reforma Trabalhista, que ao contrário
das promessas do ilegítimo Michel Temer (MDB), não gerou empregos, a
reforma da Previdência também não vai aquecer a economia: “Tirar o
direito dos brasileiros se aposentarem no futuro não vai gerar
crescimento e gerar empregos”.
Vagner diz que “crescimento
econômico, entre outras coisas, se consegue com a volta do investimento
do setor público, sobretudo em obras de infraestrutura que estão
paradas. Não é o congelamento do investimento em saúde e educação que
gera emprego, tampouco acabar com direitos trabalhistas”.
Desalento chega a quase 5 milhões de pessoas
O número de trabalhadores que desistiram de procurar emprego porque perderam a esperança, os chamados desalentados,
aumentou 4,3% e já chega a 4,9 milhões de pessoas. Em relação ao
trimestre anterior, são mais 202 mil pessoas sem expectativas de
conseguir trabalho.
Salários e força de trabalho
O
rendimento médio real do brasileiro, de R$ 2.295,00, ficou estável nas
comparações tanto com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo
período do ano passado.
Se somadas as pessoas desempregadas, as
subutilizadas por jornadas de trabalho menores e o número de pessoas com
potencial de trabalho, o índice chega a 24,9%. A alta foi de 0,7 pontos
percentuais em relação ao trimestre anterior, encerrado em janeiro de
2019 (a taxa foi de 24,2%) e alta de 0,4 pontos em relação ao trimestre
encerrado em abril de 2018, quando a taxa era de 24,5%.
O número de brasileiros fora da força de trabalho chegou a 65 milhões de brasileiros
FONTE: CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT)
https://www.cut.org.br/noticias/cresce-o-desemprego-no-brasil-ja-sao-13-2-milhoes-segundo-ibge-e1b1
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