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sábado, 23 de março de 2013

Petrópolis contabiliza 33 mortos das chuvas


Subiu para 33 o número de mortos em decorrência das chuvas do último fim de semana, fora os feridos e os milhões de reais em prejuízos, como nas tragédias anteriores, promessas são feitas, mas a população duvida que se cumpram. Há anos as chuvas vem matando petropolitanos todos os anos.


Andando pelas ruas ouvimos os comentários dos cidadãos relembrando os 59 mortos e 1500 feridos de 14 de janeiro de 1966, os 67 mortos e centenas de feridos em 1981, 134 mortos e um milhar de feridos em fevereiro de 1988, 96 mortos em janeiro de 2011,fora os mortos de 2001, mais de 20, os de 2003, 16 e em todos os anos, quase sem exceção em que morrem petropolitanos, na grande maioria, em deslizamento de terras, por habitarem em encostas, mais também afogados pelos rios que insistem em transbordar.


Em todas as grandes tragédias petropolitanas, vieram os presidentes da república da época, sobrevoaram os locais atingidos, fizeram discurso e tudo depois caiu no esquecimento, o verão chega ao fim, as chuvas cessam e todos ficam entorpecidos até a próxima vez, quando o ciclo se renova.


 O problema é recorrente, acontece todos os anos, alguns anos, como os citados acima, com mais mortes, outros com menos mortes, mas sempre acontece e nenhuma medida preventiva é tomada pelas autoridades, o que mais impressiona é o "espanto" dos governantes locais com o volume das chuvas que causam mortes, como se fosse uma novidade que nesta cidade serrana não chovesse desta forma todos os anos.
O que não impressiona mais é a inércia de tais autoridades. Os sobreviventes desabrigados ficam esperando as ações do governo para retomar suas vidas e tais ações nunca chegam, existem pessoas que estão esperando tais ações governamentais desde 1988, ou antes, outras pessoas estão sendo atingidas pela segunda, terceira vez , nesta cidade não há moradias para todos, os imóveis para vendas e aluguéis são caros, os salários da população local baixíssimos, um apartamento de dois quartos, de conjunto habitacional, construído na época do regime militar, aliás os únicos construídos em toda a história da cidade custam hoje cerca de R$ 150.000,00, para uma população que tem média salarial de R$ 1.000,00 é uma fortuna.
Ainda nesta semana a presidente virá a Petrópolis, sobrevoará os locais atingidos, como outros presidentes já fizeram nos desastres anteriores, participará de uma missa na Catedral, em memória dos mortos, após, certamente fará algum discurso, fará promessas, mas  depois a temporada das chuvas terminará, já está no fim e, tudo cairá no esquecimento, como nos anos anteriores, até a próxima vez, quando o ciclo se renovará, com mais mortos, com mais prejuízos, discursos, promessas.




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