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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

A exploração pela terceirização – Eusébio Pinto Neto

O projeto de Lei 4.330/2004, de autoria do deputado federal e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), que tramita no Congresso Nacional, vai precarizar ainda mais a desgastada relação de trabalho.

A proposta prevê a contratação de mão de obra terceirizada para qualquer atividade de determinada empresa, sem estabelecer limites ao tipo de serviço que pode ser terceirizado.

Caso o projeto seja aprovado, os trabalhadores dos postos de combustíveis de todo país, que sempre foram alvo do monopólio do capital, vão ficar à mercê de empresas piratas que exploram a mão de obra.

Além de terem seus direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) ameaçados, a categoria ficará com sua estrutura organizacional fragilizada.

Os frentistas que conseguiram se fortalecer na década de 90, com a fundação do primeiro sindicato da categoria, em São Paulo, devem lutar pela derrubada do projeto.

O PL 4.330 deixa o trabalhador fragilizado, já que o empregado terceirizado representa a si mesmo. Isso dificultará as negociações salariais e a manutenção das conquistas trabalhistas.

Se o projeto for aprovado e virar lei, será derrubada a norma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que veda a contratação de terceirizados para as atividades-fins da empresa.

De acordo com a Súmula 331 do TST, a contratação de trabalhadores por empresa cooperativada é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços.

O país tem hoje 12 milhões de trabalhadores terceirizados, que recebem metade do salário de um empregado contratado de Carteira assinada.

O projeto permite que o trabalhador terceirizado seja contratado várias vezes sem receber férias, 13º salário, FGTS e outros direitos.

O PL 4.330 determina ainda que o trabalhador seja contratado por empresas diferentes para o mesmo serviço. Pela proposta, a nova contratante assume os gastos da rescisão trabalhista.

Isso permitirá que as empresas façam barganha com o trabalhador, condicionando a assinatura de um novo contrato à quitação da dívida trabalhista.

Os trabalhadores de todo Brasil devem se mobilizar para impedir que essa iniciativa, que permite a superexploração da mão de obra, seja aprovada.

Não podemos nos calar diante dessa manobra que visa acabar com os direitos dos trabalhadores e com a luta do Movimento Sindical.

Eusébio Pinto Neto. Presidente da Fenepospetro e do Sinpospetro-RJ.

 FONTE: Agência Sindical

 

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