Editorial da família Marinho no jornal O Globo
espanca dados do IBGE, que mostram que o desemprego
subiu nos governos Michel Temer e Bolsonaro, para
defender reforma neoliberal que roubou direitos dos
trabalhadores
Em editorial neste domingo (15), o jornal O Globo -
porta-voz político da família Marinho - mentiu
descaradamente para tentar minimizar o efeito Lula
na economia, que levou a taxa de desemprego a 6,8%
no trimestre encerrado em julho. O índice, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) é o menor da série histórica da
PNAD Contínua, iniciada em 2012.
Sem pudor algum, o editorial afirma que "entre as
hipóteses levantadas para explicar a criação de
vagas formais, a mais provável é a reforma
trabalhista feita pelo governo Michel Temer".
"Aprovada em 2017, ela desestimulou a indústria do
litígio trabalhista. Com menos insegurança jurídica,
houve queda no número de processos trabalhistas
“aventureiros”, e as empresas se sentiram mais
confiantes para contratar funcionários com carteira
assinada", segue O Globo, na maior cara de pau,
dizendo que "esse é o principal legado das
mudanças".
Ao defender a tese, a família Marinho espanca os
dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de
Domicílio (PNAD Contínua), apresentados em 30 de
agosto.
O histórico da pesquisa mostra a queda acentuada do
desemprego desde o início do governo Lula 3, que
retoma índices do governo Dilma Rousseff (PT) em
2012 - quando teve início o estudo -, após a
explosão do desemprego com Temer e Jair Bolsonaro
(PL).
O IBGE mostra que no mesmo período - maio, junho e
julho - em 2012, o desemprego atingia 7,5% da
população, seguido num patamar abaixo dos 9% até
2015.
Em 2016, já sob a sombra do golpe de Temer contra
Dilma, o desemprego começou a escalar e a taxa foi a
11,7% no trimestre.
Em 2017, quando Temer impôs a Reforma Trabalhista
neoliberal - costurada com setores empresariais e a
mídia golpista -, a curva do desemprego começou a
subir, atingindo 12,9%.
O ponto mais alto no período se deu, justamente,
três anos após a aprovação da reforma, já sob o
governo Jair Bolsonaro (PL), quando a taxa chegou a
14,1% entre maio e julho de 2020. Um ano depois, o
índice ainda estava em 13,7%.
Com a retomada da economia e as medidas eleitoreiras
de Bolsonaro, em 2022, o desemprego começou a
recuar, mas manteve-se ainda acima dos 9%.
No primeiro ano do terceiro mandato de Lula, o
índice recuou para 7,9% até chegar aos atuais 6,8%,
como mostram os
dados oficiais do IBGE.
Reforma de Temer
Ao final de seu editorial mentiroso, O Globo lembra o embate do campo progressista e dos trabalhadores dizendo que "quando a proposta de reforma trabalhista foi apresentada, não faltaram críticas à flexibilização dos contratos de trabalho".
Ao contrário do que o jornal diz, a reforma tirou
direitos dos trabalhadores e desmontou sindicatos,
que tinham poder coletivo de barganha com as
entidades patronais.
Sem embasamento algum em dados, O Globo afirma ainda
que "uma das lições da reforma trabalhista é o
imperativo de analisar propostas sem preconceitos,
depois examinar os resultados com base em
evidências" e festeja dizendo que "a reforma de
Temer é uma prova de que no Brasil é possível haver
mudança para melhor". Sem dizer, no entanto, melhor
para quem.
No BlueSky, a presidenta nacional do PT, Gleisi
Hoffmann (PT) classificou como "inacreditável" o
editorial surreal da família Marinho.
"Inacreditável editorial do Globo, atribuindo
retomada de empregos no Brasil de hj à reforma
trabalhista do golpe, que só tirou direitos. Q ñ se
conformem com êxito do Lula a gente até entende. Mas
ignorar políticas de renda, salário e investimento
de Lula, ofende a inteligência. Menos Globo,
menos…", escreveu.
Fonte: RevistaForum - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
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