Dados indicam contratações que
podem ser temporárias, como as de trabalho intermitente e parcial, além
da continuação da tendência de pagar menos para quem entra no mercado
São Paulo – O mercado formal de trabalho abriu
173.139 vagas em fevereiro, um crescimento de 0,45% no estoque,
resultado de contratações e demissões registradas pelo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), agora sob controle do Ministério da
Economia. Quase dois terços desse saldo veio do setor de serviços:
112.412 (0,65%), especialmente em áreas como ensino, alimentação e
hospedagem. Os dados divulgados hoje (25) indicam contratações que podem
ser temporárias, como as de trabalho intermitente e parcial, além da
continuação da tendência de pagar menos para quem entra no mercado em
relação aos que são dispensados.
Entre os setores, a indústria de transformação criou 33.472 postos de
trabalho (0,46%), principalmente nos setores calçadista e têxtil. A
maior alta percentual (1,34%) foi na administração pública, que abriu
11.395 vagas. A construção civil teve saldo de 11.097 (0,56%), enquanto a
agropecuária fechou 3.077 (-0,20%).
O salário médio de admissão, em fevereiro, foi de R$ 1.559,08, de
acordo com o Caged. E quem saiu recebia R$ 1.718,79. Diferença, para
menos de 9,3%.
O mês passado registrou ainda 19.030 desligamento por "acordo" entre
empregado e empregador. Por essa modalidade, criada na "reforma"
trabalhista, o funcionário abre mão de parte de seus direitos. Foi o
maior número de acordos dessa natureza desde a entrada em vigor da Lei
13.467. Isso aconteceu em 12.801 empresas. E atingiu, basicamente,
funções de menor remuneração, como vendedores de comércio varejista
(977), faxineiros (822) e auxiliares de escritório (681).
O chamado trabalho intermitente teve saldo de 4.346 vagas em 2.124
estabelecimentos, com 1.690 empresas contratantes. O número cresceu
107,8% em relação a fevereiro do ano passado. A função com maior número
de vagas foi a de repositor de mercadorias (586). No regime de tempo
parcial, foram 3.404 empregos, com destaque para professores no ensino
fundamental (280).
No acumulado do ano, o Caged registra saldo de 211.474, crescimento
de 0,55% no estoque. Em 12 meses, são 575.226 (1,51%), a maior parte no
setor de serviços (427.281). Em fevereiro, o país estava com 38,622
milhões de empregos formais, praticamente no mesmo nível de 2016 (39,028
milhões), um período de crise econômica aguda. O recorde para o mês é
de 2014: 40,696 milhões.
Artigo da Rede Brasil Atual
https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2019/03/pais-cria-vagas-em-servicos-paga-menos-e-aumenta-demissoes-por-acordo
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