A atividade desenvolvida contribuiu para o agravamento da doença lombar.
A Metalúrgica Rigitec Ltda., de Capivari (SP), foi condenada pela Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho a efetuar os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) referentes ao período de afastamento de um auxiliar de almoxarife por doença ocupacional. Embora o auxílio-doença não tenha sido concedido pelo INSS, foi reconhecida no processo a existência do nexo de causalidade entre as atividades realizadas por ele na empresa e a doença que motivou o afastamento.
Dores na coluna
Na reclamação trabalhista, o empregado afirmou que,
devido à carga excessiva de trabalho e aos
movimentos que realizava diariamente no trabalho,
passou a sentir fortes dores na coluna e foi
diagnosticado com hérnia de disco. A empresa,
contudo, não emitiu a Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), o que teria impedido o recebimento
do auxílio-doença. Pedia, por isso, reparação por
danos morais e os depósitos do FGTS relativos ao
período de afastamento, entre outras parcelas.
O juízo de primeiro grau julgou procedentes os pedidos, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), com base na conclusão do laudo pericial de que a doença era degenerativa, considerou que os afastamentos não haviam sido motivados por patologia equiparada ao acidente de trabalho. Assim, excluiu os depósitos do FGTS da condenação.
Agravamento
A relatora do recurso de revista do empregado,
ministra Delaíde Miranda Arantes, ressaltou que o
nexo causal entre a doença e o trabalho foi
demonstrado pela perícia. De acordo com o laudo,
embora o auxiliar sofresse de doença degenerativa na
coluna lombar, as atividades teriam contribuído para
o agravamento do quadro.
Segundo a relatora, a legislação que rege o FGTS (Lei 8.036/90 e Decreto 99.684/90) considera devido o recolhimento quando o afastamento do empregado se dá em decorrência de acidente de trabalho ou de doença ocupacional equiparada a ele. “No caso, ainda que não tenha sido concedido o benefício por doença do trabalho pelo INSS, ficou demonstrado nos autos, com a produção da prova técnica, o nexo causal existente entre as atividades realizadas e a doença”, assinalou. “Logo, são devidos os depósitos do FGTS”. A decisão foi unânime.
Processo: RR-553-68.2012.5.15.0039
Fonte: TST - Do Blog de Notícias da CNTI http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Empregado_tem_direito_ao_FGTS_durante_afastamento_por_doen%C3%A7a_ocupacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário