Divulgar à exaustão como os congressistas
votaram, ajuda o/a eleitor/a a compreender e
conhecer a atuação dos parlamentares e também
comparar o discurso de campanha com a prática
política, a fim de confrontar o que disse em
campanha e o que fez no exercício do mandato para
expor a coerência política dos representares do povo
(deputados) e dos representantes dos estados
(senadores).
Marcos Verlaine*
No Brasil há eleições de 2 em 2 anos. Em 2016, o
País elegeu prefeitos e vereadores. Agora, em 2018,
numa eleição quase geral, os eleitores, em torno de
156 milhões de brasileiros irão votar para eleger 1
presidente da República, 27 governadores de estado e
Distrito Federal, 54 senadores — 2 por estado — 513
deputados federais e 1.059 deputados estaduais. Ao
todo, os eleitores elegerão 1.654 representantes e
chefes de governo, fora os suplentes.
Com tantos candidatos, há a tendência de os
eleitores — porque a mídia eletrônica, rádio e TV,
priorizam as candidaturas majoritárias, de
presidente, governadores e senadores — desprezarem o
pleito proporcional, aquele que elege os deputados,
federais e estaduais. Mas a eleição de deputados é
tão importante quanto as demais.
No pleito do dia 7 de outubro há forte tendência ou
indício de baixa renovação para o Congresso Nacional
— Câmara dos Deputados e Senado Federal — em razão
de 3 fatores básicos: 1) redução do tempo de
campanha de 90 para 45 dias; 2) redução do período
horário eleitoral gratuito de 45 para 35 dias; e 3)
criação do fundo eleitoral para financiar as
campanhas em substituição à doação empresarial. E,
entre outros fatores, como o número recorde de
candidatos à reeleição, e, ainda, as vantagens que a
recandidatura proporciona, em relação àqueles que
não dispõem dessa vantagem.
Sobre isto, o diretor de Documentação do DIAP,
Antônio Augusto de Queiroz escreveu artigo Por que a
renovação do Congresso tende a ser baixa?, em que
aprofunda o prognóstico.
Desse modo, é importantíssimo que as lideranças
sociais e sindicais deem a devida atenção ao pleito
de deputados e senadores, a fim de divulgar à
exaustão para os eleitores, na perspectiva de ajudar
a proporcionar renovação de qualidade ao Congresso,
como os congressistas votaram em matérias de
interesse do povo em geral, e dos trabalhadores, em
particular.
Visando contribuir para esse esclarecimento, o DIAP
elaborou no ano passado, e atualizou agora,
informações de como deputados e senadores votaram,
por exemplo, na Reforma Trabalhista, que precarizou
e barateou ainda mais o custo da mão de obra e,
ainda, enfraqueceu o único instrumento político e
social que cuida dos interesses dos trabalhadores,
os sindicatos.
Divulgar à exaustão como os congressistas votaram,
ajuda o eleitor/a a compreender e conhecer a atuação
dos parlamentares e também comparar o discurso com a
prática política, a fim de confrontar o que disse em
campanha e o que fez no exercício do mandato para
expor a coerência política dos representares do povo
(deputados) e dos representantes dos estados
(senadores).
Os dirigentes sindicais e ativistas sociais que não
estiverem atentos, neste momento, à essa lógica
relativamente simples não estarão cumprindo à
contento seu papel político-social. Trocando em
miúdos: é preciso ir à base, ao chão de fábrica, aos
mais diversos locais de trabalho esclarecer o
cidadão/a-eleitor/a-trabalhador/a quem votou contra
seus interesses mais básicos no Congresso Nacional.
É preciso mostrar a todos os eleitores se há
coerência entre o fato de o deputado ou senador ter
votado pelo impedimento da ex-presidente Dilma
Rousseff e depois ter sido contra a abertura de
processo, pelo STF, por prática de crime comum, do
presidente Michel Temer.
É preciso confrontar o discurso do deputado ou
senador que vai ao eleitor/a pedir a renovação do
mandato dizendo que vai atuar para melhorar as
condições de vida do povo, mas no Congresso votou a
favor da proposta do governo, que congelou gastos
públicos, mas manteve os gastos financeiros do
governo, principalmente com bancos.
Será preciso confrontar também, deputados e
senadores, que discursam em favor do desenvolvimento
do Brasil, mas que no Congresso votam a favor da
venda, a preços vis, do patrimônio do povo
brasileiro, como o pré-sal, Embraer e empresas do
setor elétrico.
Todas essas votações relevantes estão disponíveis na
página do DIAP, ali, do lado direito, em Principais
Votações. Agora, é hora de usar e abusar dessas
informações relevantes para tentar melhorar a
qualidade e o comprometimento do Congresso Nacional
com o povo.
Mãos à obra!
(*) Jornalista, analista político e assessor
parlamentar do Diap
Fonte: Diap - do site da CNTI http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Vamos_falar_das_elei%C3%A7%C3%B5es_para_deputados_e_senadores
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