POR EMPREGOS, CLT E PREVIDÊNCIA, CENTRAIS FARÃOA TO DIA 16 DE AGOSTO
Organizações sindicais anunciaram assembleia no Pacaembu e apontaram que insatisfação com governo é unânime
Presidente da CUT, Vagner Freitas, durante assembleia da classe trabalhadora
A assembleia que reuniu a CUT e as demais centrais sindicais na manhã
desta terça-feira (26), em São Paulo, após dois anos da marcha da classe
trabalhadora, foi o primeiro passo na reconstrução de uma mobilização
conjunta em defesa de empregos, direitos e da Previdência Social.
Durante o encontro que contou também com a CSP-Conlutas, ainda não
reconhecida, as centrais anunciaram que o próximo ato será uma
Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, marcada para o
dia 16 de agosto nos moldes da manifestação que ocorreu em 2010.
Na coletiva que antecedeu o ato, o presidente nacional da CUT, Vagner
Freitas, disse que as organizações davam ao país o recado de que nenhuma
delas aceitará negociar retirada de direitos.
“O que nos unifica é a não retirada de direitos e nos preocupa quando
aparece na imprensa proposta desse governo de reforma da Previdência,
aumento da idade mínima e igualar a idade para aposentadoria de homens e
mulheres. Nos preocupa também desvincular a aposentadoria do salário
mínimo, seria uma tragédia para milhares de pessoas”, disse.
Propostas
A Central também não aceita, apontou Vagner, discutir propostas que
sobreponham o negociado pelo legislado, medida que permitiria a quebra
de regras como pagamento de 13º e férias em bases onde o sindicato não
tem a mesma força do patrão.
“Quando fala em flexibilizar direitos é sempre para direitos dos trabalhadores tanto do setor privado quando do público”, disse.
Em oposição a isso, o documento unificado das centrais,
aprovado por unanimidade na assembleia cobrou do governo golpista de
Michel Temer o cumprimento de medidas como redução da taxa de juros para
o crescimento industrial e a redução da jornada de trabalho para 40
horas semanais sem redução de salário.
Já no ato, Vagner falou que é preciso ter uma agenda de desenvolvimento
para o país e não de arrocho. “Quem tira o Brasil da crise é o
investimento na produção, no mercado interno, crédito para subsidiar
setores que criam emprego, formalização dos nossos trabalhadores.Quer
melhorar previdência? Basta cobrar divida de quem sonega”, sugeriu.
O presidente também tratou da construção da greve geral. “Precisamos
fazer uma cruzada pelo Brasil em defesa do emprego e temos que começar
pelas cidades onde há mais desempregados. Trabalhador não faz greve por
política, mas por direitos, se mexer em nossos direitos, temos obrigação
de dar resposta. Podemos ter divergência, mas nosso inimigo é o patrão.
E greve geral só acontece se todas as centrais quiserem fazer”,
explicou Vagner.
Vice-presidente da CGTB, Ubari Dantas, o Bira, também falou sobre a
necessidade de uma greve geral para frear qualquer tentativa de ataque
aos trabalhadores. “Esse governo está esperando a poeria baixar para vir
em cima dos nossos direitos. Se esse governo insistir em retirar
direitos, vamos promover uma greve geral de cabo a rabo neste país.”
Ruim para todos
Secretário-geral da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado,
lembrou que não foi necessária a reforma trabalhista para o país ter
pleno emprego e que o discurso é uma forma de aproveitar a crise para
retirar direitos.
“Sem necessidade de reforma ou flexibilização de direitos tivemos pleno
emprego. Hoje temos 13 milhões de desempregados e o caminho é retomar o
desenvolvimento para que o mercado aqueça e gere emprego. Precisamos é
de reformas estruturais”, falou.
Para todas as Centrais, o governo do interino Michel Temer não tem
apresentado propostas capazes de promover o desenvolvimento sem seguir a
cartilha fracassada de jogar a conta no colo dos trabalhadores.
Até mesmo o presidente da Força Sindical, Paulo da Silva, destacou que a
gestão golpista tem sido inócua. “O governo não tem tomado medidas
concretas para enfrentar a crise da forma como esperamos, como baixar a
taxa de juros.”
Para ele, a crise política está se encerrando e abre espaço para um
governo que têm base no Congresso Nacional capaz de aprovar medidas a
favor ou contra os trabalhadores.
Ao considerar os gritos de "Greve geral" e “Fora Temer” que encerraram a
a assembleia, não há nenhuma expectativa da classe trabalhadora de que
Temer jogue a seu favor.
Escrito por: Luiz Carvalho - DO SITE DA CUT (CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES) http://www.cut.org.br
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