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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Brasil: Maior centro lapidário do mundo perde espaço


O país, que já foi maior centro lapidário de gemas coradas do mundo, perde espaço para os países asiáticos, que compram nossas gemas brutas e as revendem lapidadas.

O Brasil é a maior província gemológica do mundo, em 1993, só em Teófilo Ottoni (MG) tinha cerca de 2.700 oficinas de lapidação, em unidades familiares, gerando 11 mil empregos. Embora não existam dados oficiais, estima-se que apenas 3 mil lapidários continuem na ativa naquela cidade. [fonte www.lapidart.com.br]

Em Petrópolis não é diferente, tínhamos no inicio da década 90 diversas oficinas de lapidações de diamantes, de cristais e de pedras brasileiras, divididas em unidades familiares e em pequenas e médias empresas. Mais de 1500 pessoas se empregavam nestas empresas e oficinas, hoje não chega a 100 pessoas trabalhando com lapidação na cidade e todas em unidades familiares e pequenas empresas.

O mesmo fenômeno ocorreu com as empresas de joalheira, relojoaria e bijuteria, várias empresas funcionavam em Petrópolis, algumas com mais de 300 empregados e no auge com 500 empregados, chegando a gerar mais 1200 empregos, hoje também não chegam a 100 empregos, enquanto vemos lojas e camelôs vendendo produtos asiáticos de qualidade inferior e baixo preço ao custo do emprego de nossos profissionais.

O fato mais grave é que há estimativas de que para cada dólar em pedra bruta exportada, o Brasil deixa de faturar outros US$ 9 por não lapidar a gema. [fonte www.lapidart.com.br]


Em 2000, o Brasil exportou US$ 13,2 milhões em diamantes, sendo 80% brutos, e importou US$ 21,1 milhões de diamantes, lapidados e sintéticos. [fonte www.lapidart.com.br]





Importação Brasileira de Gemas, Jóias e Bijuterias por Países de Origem – 2010


Diamante bruto
Estados Unidos (55%), Reino Unido (41%), Espanha (4%).
Diamantes lapidados
Bélgica (53%), índia (24%), Estados Unidos (23%).
Pedras em bruto
Índia (28%), Hong Kong (25%), Estados Unidos (13%), Alemanha (8%), China (7%), Tailândia (7%), Itália (4%), França (1%), Canadá (1%), Reino Unido (1%), Israel (1%), Espanha (1%), Áustria (1%).
Pedras Preciosas em bruto
Hong Kong (16%), Perú (16%), México (15%), África do Sul (14%), Alemanha (14%), Estados Unidos (13%), China (4%), Tailândia (4%).
Folheados metais preciosos
Estados Unidos (34%), Alemanha (13%), China (10%), Itália (9%), Tailândia (7%), Taiwan (7%), Suíça (4%), Índia (3%), Suécia (3%),Hong Kong (3%), França (2%),Espanha (2%), Coréia do Sul (2%).  
Jóias
Estados Unidos (49 %), Israel (11%),Argentina (6%), Perú (6%), Suíça (5%), Alemanha (5%), México (3%), Bahrein (3%), Canadá (2%), Colômbia (2%), Reino Unido (1%), Honduras (1%), Holanda (1%), Nigéria (1%), Itália (1%), Portugal (1%), Panamá (1%).
Bijuterias
China (84%), Tailândia (4%), Hong Kong (4%), Índia (2%) Coréia do Sul (2%), Itália (1%), Estados Unidos (1%), França (1%), Taiwan (1%).  

[Fonte: IBGM]

Vê – se pelo quadro que o Brasil simplesmente abriu mão de faturar milhões de dólares com tal indústria e o que é mais grave deixou milhares de trabalhadores especializados e que eram bem remunerados sem perspectiva alguma.

Temos conhecimento de muitos companheiros lapidários de Petrópolis terem migrado para a África para exercerem lá sua profissão, os que ficaram tiveram que se adaptar, conseguindo empregos muito menos rentáveis e o que dói mais deixando uma profissão que muitas vezes foi ensinada por seus pais e avós, já que a arte da lapidação chegou nesta cidade na década de 1940.

Resta – nos lamentar que muitos profissionais hoje se dediquem apenas a relembrar o passado.



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