
O Boletim “De olho nas negociações”, do Dieese, mostra melhora nas negociações em junho. Reajustes salariais acima da inflação chegaram a 78,5% dos acordos; 16,6% foram iguais ao INPC.
Os acordos abaixo da inflação, que haviam subido de patamar em abril (13,7%) e maio (13,5%), voltaram a cair. Em junho, eles foram apenas 5% dos reajustes analisados.
Para Luís Ribeiro, técnico do Dieese, quadro é positivo às negociações. Ele diz: “Abril e maio foram exceções. Se olhamos para os últimos dois anos, vemos que o quadro é de estabilidade, quase sempre com ganhos reais em mais de 75% dos acordos. Junho mostra volta à normalidade”.
Categorias – Destaques foram segmentos de turismo e hospitalidade, comércio atacadista e varejista e transportes. “Tais categorias obtiveram excelentes acordos, elevando a média dos reajustes no mês”, aponta Luís Ribeiro.
Projeção – A segunda metade do ano terá negociações de setores com maior peso na economia, como petroleiros, metalúrgicos, bancários e químicos, o que tende a gerar reajustes positivos. Luís Ribeiro acredita que o resultado deste ano será “um pouco abaixo” do de 2024, quando acordos com reajuste acima da inflação foram 85%.
Juros – Um fator que pode influenciar os próximos resultados é a política de juros do Banco Central. Luís explica: “Seria importante que a Selic caísse. Isso é uma demanda não só dos trabalhadores, mas também dos empresários da Indústria. A elevada taxa atual é um remédio que vai além do necessário”.
Trump – Outro ponto a ser considerado é o embate comercial anunciado pelos EUA às exportações brasileiras. “Sabemos que Donald Trump é um governante instável, que volta atrás recorrentemente em suas falas. Por isso é tão difícil avaliar qual será o impacto do cenário externo nas negociações coletivas”, afirma.
Clique aqui para ler a pesquisa completa.
MAIS – Site do Dieese.
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