País supera marca de 14 milhões de desempregados. Ocupação cresceu no último trimestre, mas principalmente pela informalidade
A taxa média de desemprego foi de 14,1% no trimestre
encerrado em novembro, estável em relação ao
anterior (14,4%) e bem maior que o de igual período
de 2019 (11,2%). A maior para o período na série
histórica. O Brasil rompeu a marca dos 14 milhões de
desempregados (14,023 milhões). São 2,160 milhões a
mais em 12 meses, crescimento de 18,2%. Os dados, da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, foram divulgados nesta quinta-feira (28)
pelo IBGE.
Se na conta forem incluídos os subocupados, o total
vai a 32,162 milhões, alta de 21% em um ano. E o
número de desalentados subiu 22,9% nesse período,
atingindo 5,723 milhões.
Mais gente à procura
O mercado de trabalho até aceitou mão de obra no trimestre setembro-novembro. O total de ocupados cresceu 4,8% (3,912 milhões a mais), para 85,578 milhões. Mas em relação a novembro de 2019, a ocupação cai 9,4% – menos 8,838 milhões.
A alta da ocupação, que se dá sobre uma base
deprimida, foi a maior da série. Isso aponta que as
pessoas estão voltando ao mercado, o que futuramente
pode pressionar a taxa de desemprego. O IBGE, ao
analisar a situação dos desempregados no Brasil,
informa que “a maior parte do crescimento da
ocupação veio novamente do mercado informal”.
Informais são 33,5 milhões
O número de empregados no setor privado sem carteira,
por exemplo, cresceu 11,2% de agosto para novembro,
somando agora 9,735 milhões. “Com esse acréscimo, a
taxa de informalidade chegou a 39,1% da população
ocupada, o que representa 33,5 milhões de
trabalhadores informais no país. No trimestre
anterior, a taxa foi de 38%”, diz o instituto.
“Os trabalhadores informais foram os mais afetados
no começo da pandemia e também foram os que mais
cedo retornaram a esse mercado”, afirma a analista
Adriana Beringuy. “A população informal nesse mês de
novembro corresponde a cerca de 62% do crescimento
da ocupação total e, no trimestre encerrado em
outubro, respondia por quase 89% da reação da
ocupação. Então, a informalidade passa a ter uma
participação menor em função da reação da carteira
de trabalho assinada.”
Os trabalhadores com carteira no setor privado somam
29,963 milhões, crescimento de 3,1% no trimestre. Em
relação a novembro de 2019, a pesquisa mostra queda
tanto dos com carteira (-10,3%) como dos sem
carteira (-17,6%).
Menos dinheiro na economia
Já os trabalhadores por conta própria chegam a 22,937 milhões. Mais 6,6% no trimestre e menos 6,7% em 12 meses. O trabalho doméstico, por sua vez, inclui 4,791 milhões. Cresce 5,1% em três meses e despenca (-24,6%) em um ano.
Estimado em R$ 2.517, rendimento médio caiu 2,7% no
trimestre e cresceu 4% em 12 meses. Já a massa de
rendimentos totalizou R$ 210,049 bilhões, estável
ante agosto e com queda de 5,9% em relação a
novembro de 2019. Ou, como mostra a Pnad/IBGE, menos
R$ 13,238 bilhões na economia.
“Novo” Caged
O país teve ligeiro saldo positivo no mercado formal em 2020. A diferença entre contratações e demissões foi de 142.690 vagas com carteira, segundo o “novo” Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado foi divulgado também hoje pelo Ministério da Economia.
Segundo o governo, a construção abriu 112.174 vagas,
a indústria teve 95.588 postos e agropecuária,
61.637 postos. Os serviços fecharam 132.584,
enquanto comércio/reparação de veículos ficou mais
próximo da estabilidade (8.130).
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
https://cnti.org.br
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