Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de SP, olha a árvore e enxerga também a floresta. Por isso, o fechamento das fábricas da Ford no Brasil denuncia problema “setorial e de política industrial”.
Segundo o economista, política industrial é o conjunto de ações dos setores público e privado pra compor uma estratégia de crescimento da indústria, mas essa política não é desenvolvida pelo governo federal. Ele afirma: “Quando é bem desenvolvida, gera resultados. O governo tem que responder com aquilo que consegue fazer. E nesse caso não fez”.
O economista também critica a dependência da montadora de subsídios públicos. Ele observa: “Desde os anos 50, a indústria funciona nessa base. Ou seja, redução de impostos e empréstimos. A Ford tomou mais de R$ 300 milhões do BNDES dizendo que ia gerar empregos. E não gerou”. Pedro Afonso Gomes comenta: “Um negócio tem que sobreviver na relação entre seus custos e o consumidor. Ninguém pode ser sustentado só com recursos públicos, principalmente uma multinacional”.
Quinta, 14, o dirigente dos Economistas falou na live do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e região. Principais trechos:
Economista – Nós analisamos o mundo. A formação é voltada pra finalidade de aumentar a renda e a riqueza da população. O economista faz isso buscando otimizar os recursos.
Função – Recuperar finanças de empresas, estudar novos mercados, aumentar a lucratividade, analisar o mundo que está fora da empresa, o que ela produz ou pode melhorar em termos de desempenho – tudo isso faz parte do nosso trabalho.
Recuperação – A empresa percebe que está mal quando não quita compromissos. O economista tenta fazer a reestruturação. Nas 27 empresas que recuperei, verifiquei se a produção estava otimizada, analisei vendas, logística e contas. Sem isso, não se faz recuperação.
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