Seguro-desemprego
voltará a ter ganho real, diz ministro do Trabalho
O seguro-desemprego voltará a ser corrigido pela
mesma fórmula aplicada ao salário mínimo (acima da inflação), independentemente
do valor do benefício, de acordo com o ministro Manoel Dias (Trabalho).
A regra, que leva em conta a inflação passada e o
crescimento da economia, deixou de ser usada no início deste ano para os
benefícios acima de um salário mínimo (atualmente R$ 678,00).
Em vez disso, o governo passou a reajustar as faixas
superiores com base apenas na variação de preços registrada pelo INPC.
Na prática, isso significou uma correção de cerca
de 6,2%, em vez dos 9% que estariam garantidos pelo modelo em vigor até então.
A decisão pelo reajuste menor foi tomada de forma unilateral
pelo governo e ainda aguarda o aval do conselho responsável pelo
seguro-desemprego (Codefat), que tem representantes de governo, trabalhadores e
empresários.
Nesse período, enquanto as centrais sindicais
pressionavam nos bastidores para derrubar a regra, a equipe econômica se
articulava para mantê-la.
A previsão é que haja um desfecho nas próximas
semanas, quando está prevista nova reunião do conselho.
"A maioria das centrais sindicais é contra
esse novo cálculo. Vou restabelecer o cálculo anterior. Isso será decidido na
próxima reunião do Codefat. Depois vamos decidir como reequilibrar as contas do
FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]", afirmou Dias à Folha.
Pai da medida
Segundo apurou a reportagem, o assunto foi negociado com as centrais e apresentado à presidente Dilma Rousseff como uma medida popular, que pode render dividendos ao governo num momento de queda de popularidade.
Segundo apurou a reportagem, o assunto foi negociado com as centrais e apresentado à presidente Dilma Rousseff como uma medida popular, que pode render dividendos ao governo num momento de queda de popularidade.
Atualmente o governo está na presidência do FAT e
pode sair como "pai da medida". A partir de agosto, o comando do conselho
passará para o representante dos trabalhadores. Ainda não está claro quando a
nova regra começaria a valer.
Dias não estava à frente do ministério quando a
mudança foi feita.
A equipe de Brizola Neto, antecessor no cargo e
colega de partido (PDT), justificou a alteração como um caminho para tentar
ajustar a situação financeira do FAT. O fundo que banca o pagamento do
seguro-desemprego vem registrando deficit recorrente. Em 2012, o Tesouro
precisou fazer aporte de R$ 5,5 bilhões no FAT e novos aportes estão
programados para este
ano.
ano.
Estimativas do Ministério do Trabalho apontavam uma
economia de cerca de R$ 700 milhões nos gastos com o benefício neste ano após a
mudança. A despesa tem impacto direto no superavit primário do governo federal.
A Fazenda não se manifesta oficialmente sobre o
assunto. No entanto, segundo a Folha apurou, técnicos ainda trabalham para
derrubar a proposta negociada por Dias com as centrais.
O governo está empenhado em aumentar o aperto
fiscal em 2013 para ajudar no controle da inflação.
O
ministro Guido Mantega (Fazenda) já se comprometeu publicamente em cumprir uma
economia equivalente a 2,3% do PIB no ano – bem acima do superavit de 1,95% do
PIB acumulado nos 12 meses até maio. (Fonte: Folha de S.Paulo, via DIEESE: http://www.diap.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=22612:seguro-desemprego-voltara-a-ter-ganho-real-diz-ministro-do-trabalho&catid=59:noticias&Itemid=392)
Nenhum comentário:
Postar um comentário