FGTS: Medida Provisória Corrige Injustiça, Mas Ainda Há Muito a Avançar
A liberação do saldo do FGTS para trabalhadores que aderiram ao
saque-aniversário e foram demitidos sem justa causa entre janeiro de
2020 e fevereiro deste ano é uma vitória parcial para milhões de
brasileiros que enfrentaram dificuldades financeiras nos últimos anos. A
medida provisória (MP), publicada em 28 de fevereiro, permite que esses
trabalhadores recuperem seus direitos, recebendo valores que estavam
retidos injustamente. Nesta sexta-feira (7), quem nasceu entre maio e
agosto já começa a receber até R$ 3 mil, com a diferença a ser paga em
junho para aqueles que têm saldo superior a esse limite.
A decisão
do governo beneficia diretamente 12,1 milhões de trabalhadores,
liberando um total de R$ 12 bilhões. No entanto, a MP é excepcional e
retroativa, ou seja, não atenderá aqueles que futuramente forem
demitidos e optaram pelo saque-aniversário. Isso nos leva a um debate
urgente sobre a necessidade de mudanças estruturais na política do FGTS
para garantir que o fundo cumpra sua função primordial: proteger o
trabalhador em momentos de vulnerabilidade.
O saque-aniversário,
criado com o propósito de dar mais liberdade ao trabalhador sobre seu
próprio dinheiro, revelou-se uma armadilha para quem perdeu o emprego.
Muitos aderiram à modalidade sem a devida informação de que, ao serem
demitidos, não teriam direito ao saldo integral do fundo. A correção
parcial dessa distorção por meio da MP é bem-vinda, mas não podemos
parar por aí.
É essencial que o Congresso e o governo avancem em
uma solução definitiva, garantindo que todos os trabalhadores tenham
pleno acesso ao seu FGTS em casos de demissão sem justa causa. Além
disso, a falta de transparência e de campanhas educativas sobre os
impactos do saque-aniversário precisa ser revista para evitar que mais
trabalhadores sejam prejudicados no futuro.
A luta por um sistema
mais justo e equilibrado deve continuar. O FGTS pertence ao trabalhador e
deve estar disponível para garantir sua segurança financeira em
momentos difíceis. A UGT seguirá cobrando medidas que ampliem os
direitos e a proteção da classe trabalhadora brasileira.
Ricardo Patah, presidente da UGT
FONTE: site da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
https://www.ugt.org.br/Noticias/77524-FGTS-Medida-Provisoria-Corrige-Injustica-Mas-Ainda-Ha-Muito-a-Avancar
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