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segunda-feira, 15 de março de 2021

Auxílio aprovado não vai aliviar crise social e econômica, dizem Centrais

 A chamada PEC Emergencial impõe forte arrocho nas contas públicas em troca de auxílio emergencial, entre R$ 175,00 e R$ 375,00, pelos próximos quatro meses


Após acenar com um pífio auxílio emergencial de R$ 250,00, por quatro meses, o governo Bolsonaro conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados, quarta-feira (10), por 341 a 121 votos, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição 186/19.


A chamada PEC Emergencial impõe forte arrocho nas contas públicas em troca de auxílio emergencial, entre R$ 175,00 e R$ 375,00, pelos próximos quatro meses.


O novo formato prevê que uma família receberia R$ 250,00. Porém, o valor de R$ 150,00 seria pago a família com apenas uma pessoa; R$ 375 pra mulheres chefes de família. Terão direito ao benefício desempregados e informais com renda mensal de meio salário mínimo por pessoa da família (R$ 550,00) e máximo de três salários mínimos no total (R$ 3,3 mil).


Centrais

Aflitos com a miséria de milhões de famílias e o baque econômico na vida dos trabalhadores, sindicalistas há meses cobram retorno de R$ 600,00 e R$ 1.200,00 (mulheres chefes de família), como era antes. O pleito é apoiado por movimentos sociais, parlamentares e até governadores.


O presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que os valores aprovados “são insuficientes para fazer frente à crise, não alivia muito as coisas para a classe trabalhadora e tampouco vai estimular na medida necessária o mercado interno, como ocorreu no ano passado com as primeiras parcelas do benefício que poderia chegar a R$ 1,2 mil para mulheres chefes de família”.


Araújo também criticou a redução do universo de pessoas que têm acesso ao auxílio e afirmou que a Central que preside, em unidade com as outras e os movimentos sociais, vai continuar lutando para resgatar o valor original de 600 reais per capita, assim como pela vacinação imediata, por um plano emergencial de combate ao desemprego e pelo Fora Bolsonaro”.


Para Sérgio Nobre, presidente da CUT, com pessoas passando fome e desemprego recorde, reduzir o valor do auxílio é crueldade. Na sua avaliação, além de preservar a saúde, é preciso garantir a sobrevivência do povo. “O valor proposto pelo governo não compra nem metade de uma cesta básica”, critica o líder cutista.


Já o técnico do Dieese José Silvestre Prado afirmou que o novo valor do benefício “está muito aquém das necessidades. O auxílio seria também um alento pra alguma retomada da economia”.


O governo também quer reduzir o número de pessoas aptas ao benefício, que pode começar a ser pago ainda em março. Devem receber o novo Auxílio cerca de 40 milhões de brasileiros. O gasto ficará entre R$ 36 bi e R$ 38 bi. Em 2020, quando 64 milhões receberam, o benefício distribuiu cerca de R$ 290 bilhões.


Mobilização

Dia 24, as Centrais Sindicais farão ações pelo Auxílio de R$ 600,00, vacina pra todos, emprego e direitos. “Nos reunimos com o pessoal do transporte e a ideia é parar tudo”, afirma Ricardo Patah, presidente da UGT. Ele completa: “O valor de R$ 600,00 foi fundamental para a compra de alimento, remédio e roupa. O governo se nega a salvar o Brasil. O valor proposto é um ultraje às pessoas necessitadas”.

 

Fonte: Portal Vermelho - Do Blog de notícias da CNTI - cnti.org.br


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