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sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Toninho analisa candidaturas sindicais



A filiação ao PDT do líder metalúrgico Miguel Torres, com a perspectiva de concorrer à Câmara Federal, em 2026, esquentou o debate acerca de candidaturas do campo sindical. Basicamente, os dirigentes esconjuram a hegemonia da direita nos Legislativos e pregam apoio a candidaturas do campo progressista ou sindical.

Quem observa esse debate, com a lente da experiência, é o consultor político e sindical Antônio Augusto de Queiroz – Toninho -, diretor licenciado do Diap.

Para o consultor, “candidatos do campo sindical precisam observar as experiências que deram certo”. Ele cita o exemplo de Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários no Estado de São Paulo. O deputado do PL, observa Toninho, “formou um núcleo forte apoiado na categoria comerciária, alargou esse ciclo, de forma consistente, e tem se saído bem nas disputas”.

Para candidatos sindicalistas, Toninho entende ser eficaz formar uma base sólida na categoria, tornando-se referência e porta-voz das demandas específicas do setor. “Buscar pautas que unifiquem e mobilizem, fugindo de temas que dividem e desorientem”, ele diz.

A campanha em si é escorregadia. Antônio Augusto de Queiroz considera importante o candidato ter um assessor direto que concentre seu discurso e seja 100% dedicado à candidatura. Se dirigente classista, o pretendente ao mandato tem que colar na base e formar vínculos fortes com as direções sindicais e suas bases.

Renovação – O movimento sindical vê hostilidade por parte da maioria parlamentar. A tendência futura ainda não está definida, ou seja, se a maioria será reeleita ou se o descontentamento popular produzirá a renovação, principalmente na Câmara.

“Muitos detentores de mandato se queimaram com a PEC da Blindagem (PEC da Bandidagem). Mas muitos deles votaram em medidas efetivamente populares, como a isenção do Imposto de Renda sobre salários até R$ 5 mil”, pondera Toninho.

Quanto aos partidos menores e seus candidatos, “sejam sindicalistas ou lideranças populares, vai valer muito a nominata dos candidatos com potencial de obter boa votação”, ele comenta. A constituição de federações também pode ser uma saída.

Para Toninho, o pretendente de origem sindical deve ser claro quanto a temas ligados ao mundo do trabalho. Ele considera que a próxima legislatura terá que enfrentar a questão da automação, oriunda da adoção de novas tecnologias. “O candidato pode conhecer esse tema e torná-lo uma de suas bandeiras. Mas precisará dar materialidade e clareza a seu discurso”, orienta.

Ainda quanto à parte prática da campanha, Toninho defende que sejam montadas redes, com vereadores e lideranças que possuam acúmulo de experiências e iniciativas favoráveis ao povo e aos trabalhadores. E que essa rede saiba também tirar proveito de erros da direita. Ele cita a reforma tributária, na qual, entre tantos temas relevantes, “a direita se apegou à isenção de imposto para armas e munições”.

Categorias – Há vantagens a um candidato focado em sua categoria. Segundo Toninho, “o pretendente poderá falar para muitos, sem bater de frente com outros candidatos mais ligados à pauta de costumes, por exemplo.

Antônio Augusto de Queiroz recomenda ao candidato sindicalista ser claro quantos aos interesses a que está ligado, procurando sempre manter ligada a chave do pessimismo da razão.

Há 40 anos na assessoria parlamentar e do Diap, Toninho conhece como poucos o ambiente político de Brasília. Ele conclui: “O eleitor pode surfar na onda crítica ao Congresso e não reeleger muitos dos atuais. Mas cabe saber se o desgaste produzirá renovação e com quem se vai renovar”.

MAIS – Sites da Consillium e do Diap.

FONTE: Agência Sindical

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