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sábado, 19 de fevereiro de 2022

PETRÓPOLIS A HISTÓRIA SE REPETE

 No dia 15 de fevereiro de 2022, uma nova tragédia se abateu sobre Petrópolis RJ.

Segundo meteorologistas foi o maior volume de chuvas que se abateu sobre a cidade na história, em   cerca de quatro horas, foram registrados em alguns bairros, segundo o CEMADEM até 272,6 mm

Meteorologistas afirmaram que tal precipitação pode ter sido a maior do Brasil e talvez do mundo em um curto espaço de tempo.

Várias encostas deslizaram arrastando muitas casas, soterrando pessoas, destruindo lojas comerciais, rios transbordaram em mais de dois metros acima de suas calhas, alagando vários bairros, destruindo lojas, carregando carros e afogando pessoas.

 Rua Washingtom Luis - Cento (foto Estadão)


Já foram contados até a manhã de hoje, 19/02/2022 137 mortos e 213 desaparecidos.

Mais a grande discussão não diz respeito a intensidade das chuvas, que realmente foi grande, surreal. A grande discussão diz respeito as vítimas. Há anos chuvas vem vitimando habitantes de Petrópolis, na memória do povo estão as tragédias de 1961 (quando o Governador Roberto Silveira morreu em acidente de helicóptero sobrevoando a cidade, após a tragédia), 1965, 1988, 2001,2011,2013 e ficará esta de 2022 além de outras, sempre causadas pelo mesmo motivo, deslizamento de terra em encostas, alagamentos no Centro Histórico e bairros como Alto da Serra, Quitandinha, Bingen, Castelanea e Correas.

Na verdade  as tragédias acontecem rotineiramente e após elas não são tomadas quaisquer providências para evitar futuras, vai se continuar construindo em encostas, porque não existe e nunca existiu política habitacional para as camadas mais pobres da cidade, os rios Quitandinha e Piabanha continuarão a transbordar, carregando carros e ônibus, matando  dezenas de pessoas afogadas.

O povo de Petrópolis encontra - se há décadas sob intensa opressão. No que diz respeito a moradia, milhares  foram construídas em locais inviáveis porque nessa cidade há intensa especulação imobiliária, pobre não tem vez, se quiser moradia que procure um morro, faça um puxadinho na casa dos pais e irmãos.

Quem conhece Petrópolis superficialmente, ou seja, apenas os pontos turísticos do Centro Histórico, Quitandinha e Itaipava, por exemplo, não tem noção do modo que o petropolitano vive, na verdade, em virtude do relevo da cidade de um bairro não se consegue ver outro, de uma rua não se consegue ver outra, dado a sempre ter uma montanha ou colina entre elas.

Das ruas principais, onde se encontram tais pontos turísticos, não se consegue ver as comunidades onde vivem os trabalhadores, onde moram e sempre correm o risco de morrerem soterrados.

A cada verão é uma agonia para nós, em alguns verões passamos ilesos, mas são raros os verões que não morrem pessoas soterradas ou afogadas e sempre vem a mesma história, políticos sobrevoando a cidade, fazendo discursos emocionados, falando que liberarão recursos para construção da cidade, são montadas audiências públicas, vários projetos são formulados e depois tudo cai no esquecimento até a próxima tragédia.

Na verdade todos os habitantes de Petrópolis sabem o que precisa ser feito para evitar o que vem acontecendo há décadas, primeiramente política habitacional verdadeira transferindo as milhares de pessoas que moram nas encostas para casas seguras e dignas, que evitarão mortes em deslizamentos, depois providencias para acabar de vez com as enchentes dos rios Quitandinha e Piabanha, sem o argumento que os mesmos não podem sofrer mudança de curso ou encanados porque afetaria o patrimônio histórico, o mais importante é a vida.

As providências tomadas até agora como prevenção, após tragédias anteriores é acionar sirenes quando se tem previsão de chuvas e pagar aluguel social de valor baixo, em uma cidade cara.

Para se ter uma ideia, agora estão prometendo aluguel social de R$ 600,00 o que só dá para alugar imóveis em locais semelhantes aos que os cidadãos perderam as casas.

Os preços dos imóveis aqui são absurdos, em 2018, segundo o SECOVIRIO (https://www.secovirio.com.br/valorizacao-imoveis-regiao-serrana/), o preço do metro quadrado médio de um apartamento seria de R$ 5.913,00, 14% mais caro que Teresópolis e 38% mais alto que Nova Friburgo.

A solução para nossos problemas não é complexa é difícil por falta de vontade política e especulação imobiliária, o povo, mesmo aqueles que não foram afetados diretamente pela tragédia anunciada tem que se mobilizar e dar um basta a essa política de morte que vem fazendo sofrer milhares de petropolitanos.

Esperamos não ter que publicar jamais fotos como as postadas abaixo:

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 15-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 15-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 15-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 15-02


Centro Histórico após as águas baixarem no dia 15-02

Praça no centro do bairro de Correas após as águas baixarem em 15/02



Praça no centro do bairro de Correas após as águas baixarem em 15/02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02



Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02

Centro Histórico após as águas baixarem no dia 18-02


Correas no dia 16/02

Correas no dia 16/02

Correas no dia 16/02


Correas no dia 18/02

Morro da Oficina - Bairro Alto da Serra



Centro do Bairro Castelanea (foto CNN)

Alto da Serra


Morro da Oficna  - Bairro Alto da Serra (foto reprodução Ranotícias)






Foto Márcia Foletto _ Agência O Globo




















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