Na manhã deste sábado (15), a União Geral dos Trabalhadores (UGT)
marcou presença na Marcha dos Povos pelo Clima, uma das maiores
mobilizações populares da COP30. A Marcha reuniu milhares de pessoas nas
ruas de Belém, entre trabalhadores, sindicalistas de todo o país,
estudantes, lideranças políticas, movimentos sociais e representantes
internacionais, unidos pelo compromisso de defender o futuro do planeta
por meio da Amazônia.
A Marcha pelo Clima iniciou no
Mercado de São Brás e seguiu pelas avenidas José Bonifácio, Duque de
Caxias e Lomas Valentinas até a Aldeia Amazônica. A caminhada ocorreu de
baixo de muito sol cerca de 40°C, o que simbolizou ainda mais a
urgência de ações concretas diante da emergência climática.
A
marcha evidenciou a diversidade cultural e social da Amazônia, reunindo
expressões indígenas, quilombolas, movimentos comunitários, grupos
culturais e delegações estrangeiras. O ato já é considerado um dos
momentos mais representativos da COP30.
Fala emocionada de Zé Francisco destaca a força da mobilização
O
Secretário Nacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
UGT, Zé Francisco, fez um discurso marcante, reforçando o papel
histórico da mobilização.
“Hoje Belém mostrou ao mundo
que a Amazônia está viva, está pulsando e está na linha de frente da
luta por justiça climática. Cada passo dado nesta marcha é um grito de
esperança dos trabalhadores, dos povos tradicionais, da juventude, dos
que lutam por moradia e dos que defendem a vida. A emergência climática
não espera, e nós também não vamos esperar. Estamos unidos para garantir
um planeta justo, sustentável e para que nossos filhos e netos tenham
futuro. A Amazônia não é apenas um território, é resistência, é vida, é o
coração do clima do planeta.”
Representação sindical nacional
Direto
do Rio Grande do Sul, o presidente da UGT/RS, Norton Jubelli, destacou a
importância da ação e a necessidade de união entre os povos para
enfrentar a crise climática.
Ele relembrou a tragédia
climática que atingiu o estado em 2024 e reforçou o papel da
solidariedade e da integração entre as lutas.
“Não
existe justiça climática sem integração dos povos. Aqui encontramos
indígenas, quilombolas, trabalhadores do campo e da cidade, todos com um
só objetivo: justiça climática com desenvolvimento sustentável. Viemos
também dar um depoimento sobre como a união do povo e a força do Estado
ajudaram o Rio Grande do Sul a enfrentar a tragédia que vivemos. Cada
pessoa aqui hoje é uma semente de resistência para manter a Amazônia de
pé.”
Representantes de movimentos sociais de
diversos estados também participaram do ato. Vinda da Bahia, Maria
Ocione Mantai, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
reforçou a necessidade de denunciar os crimes ambientais que afetam
comunidades no Brasil e no mundo.
“Desde o dia 12
estamos em plenárias de debate com movimentos sociais do mundo inteiro. A
COP30 também é o momento de denunciar os crimes ambientais, as crises
climáticas e os impactos que recaem sobre as periferias, sobre os povos
do campo e sobre comunidades tradicionais. É hora de apresentar nossa
pauta e exigir responsabilidade.”
Ações da UGT na COP30
Ao longo da COP30, a UGT tem promovido painéis, debates, encontros internacionais e atividades paralelas com foco em:
- Transição justa;
- Trabalho decente na economia verde;
- Valorização dos trabalhadores atingidos - por mudanças climáticas;
- Defesa dos povos tradicionais;
- Negociação coletiva como instrumento para equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade.
A
entidade integra a programação oficial e a Green Zone, reforçando a
presença sindical nas discussões globais sobre clima e mundo do
trabalho.
Até quando vai a COP30?
A
COP30 segue em Belém até o dia 21 de novembro de 2025, reunindo chefes
de Estado, organizações internacionais, sociedade civil e milhares de
participantes para debater caminhos contra a crise climática.
Um marco popular da COP30
A
Marcha dos Povos pelo Clima se firmou como uma das maiores
manifestações da conferência, traduzindo a força da Amazônia e a pressão
da sociedade civil por medidas urgentes, efetivas e socialmente justas.
Mais que um ato político, a marcha foi uma afirmação coletiva de resistência.
Sem justiça social, não há justiça climática, e Belém deixou isso claro para o mundo



