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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

UGT fortalece agenda sindical e participa da Marcha dos Povos pelo Clima em Belém, que reuniu milhares de pessoas

 

Na manhã deste sábado (15), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) marcou presença na Marcha dos Povos pelo Clima, uma das maiores mobilizações populares da COP30. A Marcha reuniu milhares de pessoas nas ruas de Belém, entre trabalhadores, sindicalistas de todo o país, estudantes, lideranças políticas, movimentos sociais e representantes internacionais, unidos pelo compromisso de defender o futuro do planeta por meio da Amazônia. 


A Marcha pelo Clima iniciou no Mercado de São Brás e seguiu pelas avenidas José Bonifácio, Duque de Caxias e Lomas Valentinas até a Aldeia Amazônica. A caminhada ocorreu de baixo de muito sol cerca de 40°C, o que simbolizou ainda mais a urgência de ações concretas diante da emergência climática.


A marcha evidenciou a diversidade cultural e social da Amazônia, reunindo expressões indígenas, quilombolas, movimentos comunitários, grupos culturais e delegações estrangeiras. O ato já é considerado um dos momentos mais representativos da COP30.


Fala emocionada de Zé Francisco destaca a força da mobilização


O Secretário Nacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da UGT, Zé Francisco, fez um discurso marcante, reforçando o papel histórico da mobilização.


“Hoje Belém mostrou ao mundo que a Amazônia está viva, está pulsando e está na linha de frente da luta por justiça climática. Cada passo dado nesta marcha é um grito de esperança dos trabalhadores, dos povos tradicionais, da juventude, dos que lutam por moradia e dos que defendem a vida. A emergência climática não espera, e nós também não vamos esperar. Estamos unidos para garantir um planeta justo, sustentável e para que nossos filhos e netos tenham futuro. A Amazônia não é apenas um território, é resistência, é vida, é o coração do clima do planeta.”



Representação sindical nacional


Direto do Rio Grande do Sul, o presidente da UGT/RS, Norton Jubelli, destacou a importância da ação e a necessidade de união entre os povos para enfrentar a crise climática.


Ele relembrou a tragédia climática que atingiu o estado em 2024 e reforçou o papel da solidariedade e da integração entre as lutas.


“Não existe justiça climática sem integração dos povos. Aqui encontramos indígenas, quilombolas, trabalhadores do campo e da cidade, todos com um só objetivo: justiça climática com desenvolvimento sustentável. Viemos também dar um depoimento sobre como a união do povo e a força do Estado ajudaram o Rio Grande do Sul a enfrentar a tragédia que vivemos. Cada pessoa aqui hoje é uma semente de resistência para manter a Amazônia de pé.”



Representantes de movimentos sociais de diversos estados também participaram do ato. Vinda da Bahia, Maria Ocione Mantai, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reforçou a necessidade de denunciar os crimes ambientais que afetam comunidades no Brasil e no mundo.


“Desde o dia 12 estamos em plenárias de debate com movimentos sociais do mundo inteiro. A COP30 também é o momento de denunciar os crimes ambientais, as crises climáticas e os impactos que recaem sobre as periferias, sobre os povos do campo e sobre comunidades tradicionais. É hora de apresentar nossa pauta e exigir responsabilidade.”


Ações da UGT na COP30


Ao longo da COP30, a UGT tem promovido painéis, debates, encontros internacionais e atividades paralelas com foco em:


- Transição justa;

- Trabalho decente na economia verde;

- Valorização dos trabalhadores atingidos - por mudanças climáticas;

- Defesa dos povos tradicionais;

- Negociação coletiva como instrumento para equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade.


A entidade integra a programação oficial e a Green Zone, reforçando a presença sindical nas discussões globais sobre clima e mundo do trabalho.


Até quando vai a COP30?


A COP30 segue em Belém até o dia 21 de novembro de 2025, reunindo chefes de Estado, organizações internacionais, sociedade civil e milhares de participantes para debater caminhos contra a crise climática.


Um marco popular da COP30


A Marcha dos Povos pelo Clima se firmou como uma das maiores manifestações da conferência, traduzindo a força da Amazônia e a pressão da sociedade civil por medidas urgentes, efetivas e socialmente justas.


Mais que um ato político, a marcha foi uma afirmação coletiva de resistência.

Sem justiça social, não há justiça climática, e Belém deixou isso claro para o mundo




Categorizado em: COP 30

FONTE: Página oficial da UGT -https://www.ugt.org.br


O fim da CLT é a liberdade que oprime

 

Marcos Verlaine*

O fim da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) como código protetivo do trabalho é vendido como sinônimo de modernidade. Os defensores dessa premissa neoliberal afirmam que a “liberdade de contratar” e a “flexibilização das regras” trariam prosperidade e mais empregos.

Mas o que se chama de liberdade é, na verdade, desproteção. Entre o grande e o pequeno, entre o rico e o pobre, a liberdade não é campo nivelado. Nem tampouco corda esticada: o lado mais fraco sempre cede primeiro.

A CLT não oprime — protege. O que oprime é a ausência de limites, é o poder absoluto do capital sobre o trabalho.

Mito da negociação individual

O discurso da “livre negociação” ignora a realidade do mercado de trabalho brasileiro. Segundo o IBGE, mais de 36 milhões de pessoas vivem hoje na informalidade — quase 40% da força de trabalho.

Esses trabalhadores aceitam qualquer condição, não por vontade, mas por necessidade. Em país onde impera desigualdades estruturais, falar em “negociação individual” é pura ficção: o empregador e o empresário podem esperar, o trabalhador não.

Sem sindicatos fortes e sem a CLT, o diálogo se torna monólogo — e quem fala mais alto é quem paga o salário.

Sem direitos, a liberdade vira exploração

A CLT é fruto de lutas históricas. Sem essa baliza, o retrocesso seria — como de fato foi — brutal.

Uma mulher grávida poderia ser demitida às vésperas do parto, sem licença nem estabilidade. O trabalhador poderia cumprir jornadas de 12 ou 14 horas sem direito a hora extra. As férias poderiam ser suprimidas. O 13º salário viraria lembrança.

Esses não são exageros, são fatos históricos. Antes de 1943, quando a CLT foi criada, era assim que o Brasil tratava quem vivia do próprio trabalho. O que se chama hoje de “flexibilização” é, na prática, volta à exploração legalizada.

Números da precarização

A Reforma Trabalhista de 2017 foi o primeiro ensaio desse modelo. Prometeu milhões de empregos e mercado “dinâmico”. O resultado, segundo o IBGE e o Dieese, foi o oposto:

  • O emprego informal cresceu mais de 20% desde 2017;
  • O emprego formal com carteira subiu apenas 5%;
  • O salário médio real caiu cerca de 10% nos últimos anos; e
  • O contrato intermitente, símbolo da “modernização”, não chega a 1% dos vínculos, com rendimentos 45% menores que os contratos tradicionais.

A reforma precarizou o trabalho, enfraqueceu os sindicatos e aprofundou a insegurança. A “liberdade” virou sinônimo de incerteza.

Retrocesso travestido de modernidade

Os defensores do fim da CLT argumentam que a legislação trabalhista é “antiga”, “engessada”, “incompatível” com o século 21. Mas o que chamam de atraso é, na verdade, civilização.

A CLT foi criada para conter a lógica brutal do mercado, que trata o trabalhador como custo. Sem essa barreira, voltamos à era em que o lucro justificava qualquer abuso.

Modernidade não é voltar ao passado. É atualizar a proteção social para novo tempo — com trabalho digno, tecnologia a serviço das pessoas e valorização da renda.

O direito que liberta

Direito não é obstáculo à liberdade — é sua condição. A CLT é o instrumento que torna a liberdade possível também para o mais fraco.

Sem leis que equilibrem as relações de poder, a liberdade é privilégio de poucos.

É o direito que liberta, e não a ausência deste.

Em nome da “eficiência”, o neoliberalismo tenta apagar essa verdade: sociedade sem garantias trabalhistas é sociedade que normaliza a exploração e destrói a dignidade de quem produz.

Liberdade que escraviza

O fim da CLT seria o triunfo da liberdade que oprime — a vitória da força sobre a justiça. O progresso real não virá com o desmonte dos direitos, mas com sua ampliação.

Sem o direito, o trabalhador perde a voz. Sem proteção, a liberdade se torna servidão.


E uma sociedade que chama isso de modernidade está, na verdade, voltando para trás.

(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

FONTE: DIAP

 https://www.diap.org.br/index.php/noticias/artigos/92559-o-fim-da-clt-e-a-liberdade-que-oprime

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Escala 6×1 tem repúdio geral, diz Arraes

 


“Nós aceitamos debater a escala 6×1 com os patrões. Mas também queremos debater com eles a terceirização, o custeio sindical e a pejotização”. A questão é levantada por Luiz Arraes, dirigente frentista de Osasco (SP) e presidente do FST – Fórum Sindical de Trabalhadores.

Nesta semana, o sindicalista participou de audiências em Brasília e de encontro no Tribunal Superior do Trabalho. Audiência na Câmara, sobre a escala 6×1, foi chamada pelo deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP). Ele preside a Fecomerciários.

No Tribunal Superior do Trabalho, os sindicalistas estiveram com o presidente Luiz Philippe Vieira de Mello Filho. Segundo Arraes, o encontro visou ampliar o diálogo Tribunal-Sindicalismo e também conversar acerca de matérias em apreciação na Casa. “Pedimos adiar o julgamento relativo ao custeio sindical. Se liberar tudo, como querem alguns, inclusive o direito de oposição pelo WhatsApp, os Sindicatos vão fechar as portas”, ele alerta.

Outra questão que aflige o movimento e trava campanhas salariais das categorias é a imposição, pela reforma trabalhista, de que só pode haver dissídio se houver anuência das partes. “Isso é impraticável”, critica Arraes. O TST consentiu e vai esperar decisões agendadas no Supremo.

Outra atividade relatada por Luiz Arraes foi a audiência pública no Senado (com participação de Paulo Paim, PT-RS) sobre o benzeno. O componente da gasolina é cancerígeno, afetando a saúde dos frentistas e dos próprios clientes. “Benzeno contamina e mata”, afirma Arraes. Ele conta que vários países tiraram o benzeno da composição da gasolina. “É possível e viável”, afirma. Frentistas e Petroleiros reivindicam a retomada das comissões nacional e estaduais de monitoramento do benzeno. O ideal, advertem, é banir o benzeno, a exemplo do que ocorreu com o amianto.

Patrões – Arraes cobra diálogo e refuta a posição da CNI, segundo a qual o sindicalismo quer impor o fim da escala 6×1: “Eu lembro ao patronato que na reforma trabalhista, de Temer, e na da Previdência, de Bolsonaro, eles passaram com o trator. Portanto, má vontade pra diálogo nunca houve da nossa parte”.

MAIS – Ligar pra Luiz Arraes: (11) 98542.8585, (11) Sinpospetro Osasco e Região (11) 3683.3340 e CNTC (61) 3217-7100.

FONTE: Agência Sindical

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ELEIÇÃO PARA DIRETORIA DO SINDICATO SERÁ NO DIA 30/01/2026

 

 ATENÇÃO

NO DIA 28 DE NOVEMBRO DE 2025 SERÁ PUBLICADO O EDITAL PARA INSCRIÇÃO DE CHAPAS DE CANDIDATOS A ELEIÇÃO DE DIRETORIA DO SINDICATO QUE SERÁ REALIZADA NO DIA 30 DE JANEIRO DE 2026.

É IMPORTANTE A PARTICIPAÇÃO ELEITORAL DOS FUNCIONÁRIOS DA CATEGORIA DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE JOALHERIA E LAPIDAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS DE EXTRAÇÃO, MÁRMORES, CALCÁRIOS E PEDREIRAS DE PETRÓPOLIS.

O PRAZO PARA REGISTRO DE CHAPAS SERÁ DE 15 (QUINZE) DIAS CONTADOS A PARTIR DA  DATA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL.

A RENOVAÇÃO DA DIRETORIA PARA CONTINUIDADE DO SINDICATO É FUNDAMENTAL, CONTAMOS COM TODOS!

Setor de alimentação recebe positivamente as mudanças no vale-refeição

 


Decreto do presidente Lula muda as regras de utilização dos benefícios
Rio de Janeiro (RJ), 12/01/2025 – Transação comercial em maquininha. Novo decreto moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e traz novas regras ao sistema de vale-alimentação e vale-refeição. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
Versão em áudio

O decreto que altera o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira (11), foi bem recebido por órgãos que trabalham ou representam empresas do setor alimentício. A mudança modifica as regras para o vale-alimentação e refeição, buscando modernizar o sistema de pagamento e a transparência dos serviços.

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), representante de cerca de 500 mil estabelecimentos no estado, fez um rápido balanço das dificuldades enfrentadas pelas empresas com as regras vigentes.

“O empresário que trabalha com vale-refeição, hoje, está no prejuízo. O cenário atual fez com que muitos estabelecimentos deixassem a operação, ou sequer cogitassem trabalhar com este tipo de pagamento. Pelos valores das taxas e pela demora para receber, os tickets não compensam”, afirmou Edson Pinto, diretor-executivo da associação.

Agora, com a alteração via decreto, Pinto elogia a mudança: “Com novas regras, menor valor para adesão e reembolso mais rápido, certeza que haverá mais empresas aderindo aos vales. Isso gera concorrência e até congelamento ou queda nos preços do cardápio, beneficiando diretamente o consumidor final”.

Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30 

As novas regras devem beneficiar mais de 20 milhões de trabalhadores, pois aumenta a concorrência entre as empresas. Uma das novidades é que agora os recursos passam a ser usados com exclusividade para alimentação.

A Fhoresp já havia pedido esse tipo de mudança ao governo federal em março deste ano em ofício enviado ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e também a outros ministros como Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte) e Fernando Haddad (Fazenda).

Para a Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC), o decreto não trouxe alterações nas regras atuais para a categoria que a entidade representa, mas acredita que “o trabalhador passa a ter mais liberdade para escolher onde usar o benefício, respeitando a finalidade do programa”, disse João Guimarães, presidente do órgão.

Decreto

Segundo as novas regras, os sistemas de pagamento com mais de 500 mil trabalhadores deverão ser abertos em até 180 dias, o que amplia a concorrência e reduz a concentração de mercado. A mudança garante ainda que não haja práticas abusivas, como descontos, benefícios indiretos e vantagens financeiras que não estejam ligadas diretamente à alimentação.

Agora, a taxa cobrada dos estabelecimentos não pode ultrapassar 3,6%. Além disso, dentro de um ano, qualquer cartão do programa terá de funcionar em qualquer maquininha de pagamento. Isso é a interoperabilidade plena entre as bandeiras, o que aumenta a liberdade de escolha de empresas, trabalhadores e estabelecimentos.

O repasse dos recursos aos estabelecimentos passará a acontecer em até 15 dias após o pagamento feito pelo usuário. Hoje, restaurantes e outros empreendimentos recebem após 30 dias. Esta nova regra tem de entrar em vigor em até 90 dias.

FONTE: Agência Brasil 

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-11/setor-de-alimentacao-recebe-positivamente-mudancas-no-vale-refeicao

Justiça do Trabalho critica atuação do Supremo Tribunal Federal em causas trabalhistas Audiência debateu papel da Justiça nas novas relações de trabalho Representantes da Justiça, do Ministério Público e de auditores-fiscais, todos da área trabalhista, mostraram posição contrária aos julgamentos do Supremo Tribunal Federal relacionados a causas trabalhistas. Nos próximos dias, o Supremo deve analisar os fenômenos da “pejotização” e da “uberização”. Eles participaram de audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Trabalho sobre o papel da Justiça nas novas relações trabalhistas. Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz Philippe de Mello Filho, a pejotização elimina a proteção do trabalhador porque, sendo uma empresa, ele não tem os direitos previstos na Constituição. Então pode ficar desamparado na velhice, na doença ou em caso de acidente: “O PJ é aquele que precifica, é aquele que escolhe o momento do trabalho dele, é aquele que oferece o trabalho dele. Eu quero saber se uma criança pedalando uma bicicleta é empreendedora. Porque ninguém está fiscalizando se tem uma criança pedalando uma bicicleta. E ninguém está registrando que tem 13.477 mortes de motoboys por ano neste país. E se juntarmos os últimos anos, nós chegamos a 36 mil. Eu tenho cansado de dizer: isso está acontecendo há mais de dez anos”, afirmou Mello Filho. Competência O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Valdir Florindo, explicou que o juiz trabalhista analisa se existe uma fraude com base em fatos e provas. “Qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal sobre temas infraconstitucionais representa, sim, uma intromissão desautorizada e indesejável na competência de outros tribunais, inclusive tribunais superiores. A propósito, indago, senhores, independentemente do que decida o Supremo Tribunal Federal, quando um juiz se deparar com uma fraude, o que ele deve fazer com ela, nesses casos? Escondê-la em uma gaveta com chave?”, observou Florindo. Segundo Rodrigo Castilho, do Ministério Público do Trabalho, o microempreendedor individual e o trabalhador de plataforma são empregados, só a forma de contratação é que muda. Ele disse que os contratos feitos são contratos de adesão, nos quais o trabalhador não tem a liberdade de discutir os termos. Portanto, precisam ser regulados. Perda previdenciária O deputado Alencar Santana (PT-SP) destacou a questão das perdas do governo com contribuições previdenciárias reduzidas. “É vendida ao trabalhador essa suposta liberdade. Mas, logo adiante, ele fica na mão. E adiante é o Estado que vai suprir suas necessidades com a Previdência, com a assistência social, se ele ficar numa situação delicada do ponto de vista econômico. Quer dizer, aí não é o mercado, é o Estado. Estado que eles querem tirar dessa regulação, dessa proteção, mas que, lá adiante, é quem precisará garantir a proteção efetiva”, disse o deputado. Representantes de trabalhadores destacaram que existe um movimento de ataque à Justiça do Trabalho que vem desde a reforma trabalhista em 2017, quando foram elevados os custos para que os trabalhadores buscassem a justiça. Antes disso, foi admitida a terceirização das atividades finalísticas das empresas. Outros lembraram que a Inteligência Artificial é outra fronteira que precisa de regulação para que não cause mais danos às relações de trabalho. Fonte: Agência Câmara

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Audiência debateu papel da Justiça nas novas relações de trabalho


Representantes da Justiça, do Ministério Público e de auditores-fiscais, todos da área trabalhista, mostraram posição contrária aos julgamentos do Supremo Tribunal Federal relacionados a causas trabalhistas. Nos próximos dias, o Supremo deve analisar os fenômenos da “pejotização” e da “uberização”.


Eles participaram de audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Trabalho sobre o papel da Justiça nas novas relações trabalhistas.


Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz Philippe de Mello Filho, a pejotização elimina a proteção do trabalhador porque, sendo uma empresa, ele não tem os direitos previstos na Constituição. Então pode ficar desamparado na velhice, na doença ou em caso de acidente:


“O PJ é aquele que precifica, é aquele que escolhe o momento do trabalho dele, é aquele que oferece o trabalho dele. Eu quero saber se uma criança pedalando uma bicicleta é empreendedora. Porque ninguém está fiscalizando se tem uma criança pedalando uma bicicleta. E ninguém está registrando que tem 13.477 mortes de motoboys por ano neste país. E se juntarmos os últimos anos, nós chegamos a 36 mil. Eu tenho cansado de dizer: isso está acontecendo há mais de dez anos”, afirmou Mello Filho.


Competência

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Valdir Florindo, explicou que o juiz trabalhista analisa se existe uma fraude com base em fatos e provas.


“Qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal sobre temas infraconstitucionais representa, sim, uma intromissão desautorizada e indesejável na competência de outros tribunais, inclusive tribunais superiores. A propósito, indago, senhores, independentemente do que decida o Supremo Tribunal Federal, quando um juiz se deparar com uma fraude, o que ele deve fazer com ela, nesses casos? Escondê-la em uma gaveta com chave?”, observou Florindo.


Segundo Rodrigo Castilho, do Ministério Público do Trabalho, o microempreendedor individual e o trabalhador de plataforma são empregados, só a forma de contratação é que muda. Ele disse que os contratos feitos são contratos de adesão, nos quais o trabalhador não tem a liberdade de discutir os termos. Portanto, precisam ser regulados.


Perda previdenciária

 

O deputado Alencar Santana (PT-SP) destacou a questão das perdas do governo com contribuições previdenciárias reduzidas.


“É vendida ao trabalhador essa suposta liberdade. Mas, logo adiante, ele fica na mão. E adiante é o Estado que vai suprir suas necessidades com a Previdência, com a assistência social, se ele ficar numa situação delicada do ponto de vista econômico. Quer dizer, aí não é o mercado, é o Estado. Estado que eles querem tirar dessa regulação, dessa proteção, mas que, lá adiante, é quem precisará garantir a proteção efetiva”, disse o deputado.


Representantes de trabalhadores destacaram que existe um movimento de ataque à Justiça do Trabalho que vem desde a reforma trabalhista em 2017, quando foram elevados os custos para que os trabalhadores buscassem a justiça. Antes disso, foi admitida a terceirização das atividades finalísticas das empresas. Outros lembraram que a Inteligência Artificial é outra fronteira que precisa de regulação para que não cause mais danos às relações de trabalho.

 

Fonte: Agência Câmara - Do Blog de Notícias da CNTI

https://cnti.org.br

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Cresce movimento pelo fim da escala 6×1

 

Após a conquista da isenção do Imposto de Renda sobre salários até R$ 5 mil, uma nova bandeira ganhou proeminência no sindicalismo e no campo progressista. Trata-se do fim da escala 6×1, pauta com grande apoio popular, que agora também é encampada pelo governo Lula.

Segunda (10), na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, a pauta foi defendida pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em Audiência Pública que reuniu sindicalistas, empregadores e especialistas.

Eusébio Pinto Neto, presidente da Federação Nacional dos Frentistas, acompanhou a Audiência em Brasília. Ele comemora a postura do ministro: “Marinho deu declarações anteriores que atrapalharam o andamento do tema no Congresso. Felizmente, agora ele e o governo defendem urgência nessa tramitação”, afirma.

O líder frentista destaca que escala e jornada são temas que andam juntos. A redução da jornada para, pelo menos, 40 horas, é uma bandeira antiga do movimento sindical. A novidade é a popularidade que a extinção da escala 6×1 ganhou, sobretudo nas redes sociais e entre os mais jovens, o que tem gerado crescente apoio social às duas medidas.

Patrões – Eusébio explica que a reivindicação se baseia nos avanços tecnológicos das últimas décadas, como a automação e a Inteligência Artificial, que garantiram mais produtividade aos empregadores. Ele diz: “Isso deveria se reverter em uma jornada menor para os trabalhadores, com mais tempo para descanso, lazer e cultura. Contudo, os patrões são reticentes ao progresso e insistem em se abraçar a uma cultura escravagista”.

Lei – Na Câmara, o ministro Luiz Marinho lembrou que a classe patronal teve postura semelhante em 1988, quando a Constituição reduziu a jornada de 48 pra 44 horas semanais. “Se não tiver imposição legal, vamos atravessar mais um século com trabalhadores presos à mesma regra. Quando reduziram a jornada, disseram que o mundo ia acabar, e isso não ocorreu”, afirmou.

Mobilização – Eusébio, da Fenepospetro, está confiante que a redução da jornada e o fim da escala 6×1 possam ser analisados pelo Congresso no ano que vem. Mas pondera: “Tem que ser no início da agenda legislativa, e com muita pressão popular. O movimento sindical poderia, inclusive, propor uma greve geral pra chamar atenção ao tema. Sem a força das ruas, não avançaremos”, analisa.

MAIS – Sites da Fenepospetro e do Ministério do Trabalho e Emprego.

FONTE: Agência Sindical