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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Levantamento do CNJ indica que despesa do Judiciário bate recorde e chega a R$ 132,8 bilhões


Alta na despesa ocorre no momento em que o Congresso discute a possibilidade de magistrados aumentarem seus rendimentos


Dados do relatório “Justiça em Números” do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que o Poder Judiciário gastou R$ 132,8 bilhões em despesas como salários de servidores e equipamentos no ano passado, valor recorde se considerada a série histórica iniciada em 2009.


Reportagem do jornal O Globo destaca que a alta na despesa ocorre no momento em que o Congresso discute a possibilidade de magistrados aumentarem seus rendimentos. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Quinquênio, prevê um adicional no valor pago a juízes e desembargadores pelo tempo de serviço. O governo estima um impacto de R$ 82 bilhões nas contas públicas em quatro anos, caso a versão atual do texto, que foi ampliada para incluir outras categorias, seja mantida.

 

Fonte: Brasil247 - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br

“Juro do BC acentua a miséria do povo e impede o desenvolvimento econômico”, afirma diretor da Nova Central

 


Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados


Segundo Reginaldo, da Nova Central, “autonomia” do BC é para atender a ganância voraz de rentistas do mundo inteiro. Não importa se, para isso, terá que sucatear setores da saúde, do saneamento e da educação


Publicamos, a seguir, entrevista exclusiva ao HP de José Reginaldo Inácio, diretor de Formação Sindical e Qualificação Profissional da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), secretário de Educação da CNTI e diretor de Educação e Relações Sindicais do Sindicato dos Eletricitários do Sul de Minas. Autor de vários livros, Reginaldo tem também doutorado em Serviço Social: Mundo do Trabalho.


Para o líder sindical, “a taxa de juro de 13,75% acentua a desigualdade e a miséria do povo”. Considera que “a autonomia do Banco Central foi instituída para beneficiar os rentistas”. Reginaldo declarou que a única função do presidente do BC é controlar, maximizar, o desemprego e a pobreza “para uma ancoragem inversa, que projeta um Brasil ruim para o povo, mas ótimo para os rentistas”. Reginaldo afirma que “fica muito claro que há alguém, de modo criminoso, trabalhando contra o povo brasileiro”. Vamos à leitura.


CARLOS PEREIRA


HP – Qual o principal empecilho para a economia voltar a crescer de forma robusta?


José Reginaldo – A taxa de juro absurda do Brasil, de 13,75%, que custa em torno de R$ 500 bilhões, por ano, aos cofres públicos, acentua a desigualdade e a miséria do povo. Impede o desenvolvimento econômico, mergulha o país no desemprego. Afeta, principalmente, a classe trabalhadora, responsável por toda extensa estrutura que possui a nossa terra. Somos um país rico, com um PIB de quase R$ 10 trilhões, um PIB per capita de R$ 46 milhões, por ano, um dos maiores do mundo, mas com uma desigualdade extrema, que não condiz com a sua riqueza. Segundo o PNAD, 1% dos mais ricos ganham 38,4 vezes o que ganham os 50% mais pobres.


A classe trabalhadora endividada foi surpreendida essa semana com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que permite a penhora dos salários, exatamente para os que especulam e assaltam a nação. Como se ela fosse a responsável por essa dívida, movida a juro de 13,75%. Como se a população estivesse pagando uma pena, como se devesse para o rentismo uma dívida impagável, alimentada por uma busca incessante de um malcriado superávit primário, que tem uma mão caridosa que arbitra um juro escorchante.


HP – Que papel desempenha o presidente do BC?


JR – O lado sombrio do país, instituído pela Lei Complementar 179 – sobre a autonomia do BC –, é considerada, por algumas mentes colonizadas, uma ideia genial do ministro da Economia do governo anterior: uma única pessoa, o presidente do Banco Central, ter na sua mão autonomia para proporcionar lucros extraordinários, abarrotar os bolsos, atender a ganância voraz de rentistas do mundo inteiro. Não importa se, para isso, terá que desconstruir políticas públicas, sucatear setores da saúde, do saneamento e da educação, deteriorar o patrimônio e a infraestrutura nacionais.


HP – Afinal, qual é o papel?


JR – A atual e única função do presidente do Banco Central é controlar, maximizar, o atraso, o retrocesso, o desequilíbrio, o desemprego, a pobreza, a desigualdade e a exclusão social. É muito estranho, é uma ancoragem inversa, que não projeta um Brasil melhor, mas um Brasil ruim para o povo brasileiro e muito bom para quem a pátria é o dinheiro. O chamado controle da inflação virou descontrole geral do Estado brasileiro, da justiça social, da soberania nacional.


Será o papel de quem se sobrepõe ao presidente da República? De quem se sobrepõe aos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo? De desconhecer o art.1º da Constituição, da República Federativa do Brasil deixar de ser a união indissolúvel de estados e municípios, e estes se tornarem reféns da presidência do BC. A dignidade da pessoa humana, prevista no inciso 3º, não é vista por quem está à frente do BC.


Será possível que o presidente do Banco Central não saiba que equilibrar as despesas do governo brasileiro passa, principalmente, por reduzir essa taxa de juros de 13,75%?


Quem está à frente do BC se torna cúmplice de um arregalo imenso de crimes contra o povo. Fica muito claro que há alguém, de modo criminoso, trabalhando contra o povo brasileiro.


HP – E, com a autonomia do BC, o que se pretende?


JR – O óbvio muitas vezes tem que ser repetido incansavelmente, dizia Darci Ribeiro, para trazer à compreensão coisas que estão literalmente imersas. O óbvio nos diz que a autonomia do Banco Central é autonomia só em relação à nação brasileira. Não há nenhuma autonomia em relação aos rentistas, só subserviência. O BC está na mão deles. Com essa autonomia, eles mandam no país.


HP – Qual a sua conclusão?


JR – Com essa gente, não vai dar, não.

  

Fonte: Hora do Povo - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br

terça-feira, 28 de maio de 2024

Maioria dos brasileiros apoia semana de quatro dias, aponta DataSenado

 

Sete a cada dez brasileiros acreditam que o governo deveria incentivar as empresas a adotar a semana de trabalho de quatro dias. E a maioria da população acredita que uma carga horária menor iria melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Os dados fazem parte de uma pesquisa do Instituto DataSenado sobre jornada de trabalho e qualidade de vida.


O estudo mostra que 73% dos brasileiros acreditam que o governo deveria oferecer incentivos às empresas que adotassem a semana de trabalho de quatro dias. Para 54% da população, uma carga horária menor iria melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e que isso ocorreria principalmente por afetar positivamente a saúde mental das pessoas. Já 34% avaliam que não faria diferença enquanto que 9% acreditam que a situação pioraria. Os demais não souberam ou preferiram não responder.


Dentre os cidadãos e as cidadãs que acreditam que a redução da jornada de trabalho pioraria a qualidade de vida dos trabalhadores, a maior preocupação é com a possível diminuição da renda.


Porém, quando perguntados especificamente sobre a redução do expediente de cinco para quatro dias, sem redução de salário, cerca de metade dos brasileiros (51% ) acredita que tal iniciativa seria benéfica.


Se por um lado, há confiança da população de que a redução da jornada traria uma melhoria na qualidade de vida do trabalhador, as opiniões se dividem no quesito produtividade. Para 35%, a produtividade aumentaria, enquanto que para 21% diminuiria e para 40% dos brasileiros a redução de jornada não faria diferença na produtividade do trabalhador.


Resultados semelhantes são encontrados na percepção sobre os impactos que a redução de jornada traria para as empresas: para 40% dos cidadãos a redução da jornada de trabalho não afetaria as empresas, para 21% traria lucros e para 33% prejuízos.


Parceria

 

O levantamento foi elaborado em parceria com o gabinete da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), para ouvir a opinião dos brasileiros a respeito de carga horária, produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores do país.


— Fiquei até impressionada com o resultado. É uma mudança de cultura, de paradigma. Várias empresas decidiram participar dessa nova forma de trabalhar em um projeto piloto. Além do bem-estar do trabalhador, isso pode trazer fortes benefícios. A empresa pode ter economia — defendeu Soraya ao citar dados sobre redução de gastos com energia, água e aluguel de prédios.


Com base na pesquisa, a senadora apresentou um projeto para instituir o Diploma Empresa Ideal para as empregadoras que se comprometerem com a qualidade de vida do funcionário  (PRS 15/2024).


Entre os critérios para receber a premiação, estão: redução da jornada semanal de trabalho, com a manutenção dos salários; respeito às normas de proteção do mercado de trabalho da mulher e da maternidade; combate à discriminação no ambiente laboral; e estímulo ao teletrabalho.

 

Fonte: Agência Senado - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br

O PL da 'uberização' da Justiça do Trabalho

A mecanização da cadeia de comando não é suficiente para afastar a necessidade de maior proteção jurídica às categorias

 
Entidades jurídicas, juízes, servidores e advogados fazem ato em defesa da Justiça do Trabalho - Rovena Rosa/ Agência Brasil

Tramita perante o Congresso Nacional o Projeto de Lei 12/2024, que trata da regulamentação do trabalho de motoristas que prestam serviços por empresas de aplicativo. Uma das inovações da legislação é reconhecer como autônomo o trabalho nestas condições, sem o reconhecimento de vínculo de emprego. 

Se aprovado nos termos em que foi proposto, o PL promoveria diversas mudanças na relação dos trabalhadores das plataformas, que também seriam obrigadas a se adaptar às novas exigências legais, inclusive com pagamento de remuneração mínima mensal aos trabalhadores. No entanto, o padrão de preços e serviços continuaria a ser estabelecido pelas plataformas. Outros benefícios, como férias remuneradas e 13º salário, não estariam inclusos.

Diante dessas considerações, o emprego da expressão "uberização" parece adequado para definir a piora das condições de trabalho. Não são recentes as tentativas de dilapidar as garantias previstas pela CLT, e o PL da "uberização" representa mais um movimento nesta direção.

Ainda que a CLT efetivamente não contenha previsões para o trabalho por aplicativos, é necessário ponderar que existe uma relação de dependência, sobretudo diante das novas condições do mercado de trabalho. A mecanização da cadeia de comando, portanto, não é suficiente para afastar a necessidade de maior proteção jurídica às categorias.

O Projeto de Lei 12/2024 tem, inclusive, potencial para diminuir a competência da Justiça do Trabalho, como revela entrevista concedida pelo ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, ao portal Conjur, em que ele afirma que "é preciso repensar o tamanho da Justiça do Trabalho no Brasil". 

No mesmo sentido do PL 12/2024 estão diversas decisões do Supremo Tribunal Federal, que está em frequente conflito com o Tribunal Superior do Trabalho.

Os ataques sofridos pela Justiça do Trabalho se intensificaram e foram encorajados a partir da aprovação da Lei 13.467/2017, a reforma trabalhista, durante o governo Michel Temer. Muitas autoridades jamais esconderam seu desapreço pela instituição, a exemplo do deputado Ricardo Barros (Progressistas – PR), líder do governo Bolsonaro e Ministro da Saúde no governo Temer.
 
O que se observa, neste aspecto, é uma aliança entre parlamentares e membros da cúpula do Poder Judiciário com o objetivo comum de formalizar a "uberização" não apenas do mercado de trabalho, mas também da Justiça trabalhista.

*João Victor Chaves é advogado trabalhista e membro fundador da Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos (FADDH).
Instagram @jvbchaves

Edição: Geisa Marques

FONTE:  BRASIL DE FATO: https://www.brasildefato.com.br

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Diap divulga prioridades para 2024

 



O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) divulgou na quarta, 22, estudo que aponta as principais prioridades da classe trabalhadora brasileira para 2024.

Intitulado “Pauta da Classe Trabalhadora: Prioridades para 2024”, o documento, em sua terceira edição, foi lançado durante a Plenária Unitária das Centrais, em Brasília.

Elaborado com base em pesquisas, análises de conjuntura e debates com entidades sindicais e movimentos sociais, a publicação elenca entre os principais itens prioritários o combate à fome, a ampliação de direitos e a valorização do trabalho.

O estudo destaca que a luta por um Brasil mais justo e igualitário exige união da classe trabalhadora, que deve se mobilizar e cobrar de governos e empresas medidas concretas para atender às suas prioridades.

Avanços – Para o presidente do Diap, Neuriberg Dias, o documento reflete o consenso das centrais sindicais e é estratégico para direcionar as lutas dos trabalhadores. Ele argumenta: “Houve resultados positivos nos últimos anos, com algumas das demandas trabalhistas sendo transformadas em lei”.

Segundo Neuriberg, estão entre essas conquistas a volta de políticas sociais e de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e a política de igualdade de gêneros.

MAIS – Site do Diap ou acesse o documento no link do PDF.

FONTE: Agência Sindical

Jornada de trabalhadores de app aumentou e a renda caiu, revela Ipea

 


Precarização das condições de trabalho cresceu em uma década, porém motoristas e entregadores por aplicativos são contra a regulamentação do governo


Entre 2012 e 2015, os motoristas autônomos em aplicativos eram 400 mil e o rendimento médio ficava em torno de R$ 3.100. Já em 2022, o número de motoristas de passageiros chega próximo de 1 milhão e o rendimento mensal passou a ser abaixo de R$ 2.400.


O dado consta no estudo “Plataformização e Precarização do Trabalho de Motoristas e Entregadores no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lançado na última terça-feira (21).


Nesse levantamento ainda é revelado que os trabalhadores dessa categoria que mantinham jornadas entre 49 e 60 horas semanais cresceu de 21,8%, em 2012, para 27,3%, em 2022.


A situação mostra um dado amargo: os motoristas trabalhadores em aplicativo passaram a trabalhar mais e ganhar menos na última década.


Segundo o Ipea, esse aumento na jornada não se repetiu com outras categorias autônomas e, para completar, o número de trabalhadores que contribuíam com a previdenciária, de forma absoluta, caiu de 47,8%, em 2015, para 24,8%, em 2022.


Ou seja, a precarização aumentou no grupo e, mesmo assim, uma parcela ainda rechaça a organização do governo para regulamentar o trabalho com a oferta de benefícios e cobertura previdenciária.


Este quadro é ainda mais perverso com os entregadores de motociclistas e bicicletas. A renda menor desse público que correspondia a 56 mil trabalhadores, em 2015, e foi a 366 mil, em 2021, retraiu de R$ 2.250 para R$ 1.650 nestas datas.


Segundo Carlos Henrique Corseuil, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, com base na proposta de regulamentação do trabalho de motoristas de aplicativo que passou para análise legislativa, o estudo visa “subsidiar a construção dessa política e informar a sociedade como um todo são as principais importâncias, pois muitas vezes as pessoas não sabem onde buscar informação qualificada”.


De acordo com os autores do levantamento, Sandro Sacchet e Mauro Oddo, técnicos do Ipea, mesmo que os dados mostrem a precarização os trabalhadores ainda “reproduzem a narrativa” de que são “empreendedores de si mesmos”

 

Fonte: Portal Vermelho - Do Blog de Notícias da CMTI -  https://cnti.org.br

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Sindicalismo não recua! – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

 

Nesta quarta, 22, as Centrais Sindicais realizam plenária unitária em Brasília. Além do ato sindical, as entidades têm uma agenda repleta com lideranças políticas e autoridades da Câmara, Senado e governo federal.
 
O objetivo principal é retomar a Pauta da Conclat 2022, apurar o que se avançou até agora e listar novas metas e tarefas, buscando melhorias para os trabalhadores da ativa e aposentados.
 
Em resumo, o evento em Brasília reforça a boa, democrática e propositiva tradição sindical brasileira. Ou seja, além de trabalhar e produzir, a classe trabalhadora quer ter voz e vez na vida nacional.
 
Afora a pauta sindical e desenvolvimentista, que marca nossa Agenda Unitária, o movimento se defronta agora com o grave desafio de ajudar a levantar o Estado de Rio Grande do Sul.
 
Pauta – Os pontos Centrais levados a Brasília são:
• Reconstrução do RS, com medidas de proteção e amparo aos trabalhadores.
• Revogação do Novo Ensino Médio, que atrasa a Educação.
• Valorização do Serviço Público: contra a PEC 32/Reforma Administrativa.
• Defesa da Convenção 151 da OIT e fortalecimento da negociação coletiva.
• Trabalho decente: redução da jornada de trabalho e melhores empregos.
• Salário igual para trabalho igual. Conforme a Lei 14.611, de igualdade salarial entre homens e mulheres.
• Reforma agrária e alimento no prato.
• Menos impostos para trabalhadores: juros baixos
• Valorização do salário mínimo e aposentadorias.
• Transição justa e ecológica em defesa da vida.
• Em defesa do PLC 12/24, por direitos dos Motoristas por Aplicativos.
 
História – A primeira Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) aconteceu ainda na ditadura, em 1981. A segunda, em 2010, em SP. A terceira, em abril de 2022, também em SP. Todas, além de reivindicar, propunham medidas pró-democracia, emprego e desenvolvimento nacional.
Nosso Sindicato é fundador da Força Sindical e se alinha à orientação geral da Central. Mas temos uma história de 61 anos ao lado de todas as forças progressistas e contra a exploração dos trabalhadores, os acidentes de trabalho, as más condições dentro das fábricas, a discriminação e os abusos, sejam eles patronais ou de governantes.
 
Uma delegação de nosso Sindicato se encontra em Brasília para a Plenária das Centrais. Esperamos ajudar nos debates sobre a Pauta Unitária, encaminhamentos junto ao Congresso Nacional e ao governo e também no sentido, sempre, de valorizar o trabalho como eixo estratégico de um projeto nacional.
 
SOS RIO GRANDE DO SUL – O Sindicato segue firme na campanha de arrecadação para o povo gaúcho vítima de inundações impressionantes. Postos de doação na sede e no Clube de Campo. Solidariedade faz bem a quem dá e a quem recebe.
Vida segue. O sindicalismo não recua.


Josinaldo José de Barros (Cabeça) – 
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Diretoria Metalúrgicos em Ação.

FONTE: Agência Sindical

Contratação CLT elevaria arrecadação em mais de R$ 140 bi em 5 anos, diz estudo

 


As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que validam a chamada “pejotização” podem gerar uma perda bilionária de arrecadação. Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) aponta que se os trabalhadores que atuam por conta própria, após a promulgação da reforma trabalhista, tivessem sido contratados como celetistas, a arrecadação poderia ser elevada em pelo menos R$ 144 bilhões – caso todos fossem empregados em empresas do lucro real ou lucro presumido -, considerando os valores acumulados entre 2018 e 2023.


Caso fossem contratados como empregados em empresas do Simples Nacional, representaria uma arrecadação de R$ 89 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, cerca de 6,2% ou 3,8% da arrecadação pública federal de 2023. As informações estão na “Nota Técnica sobre o Impacto da Pejotização sobre a Arrecadação Tributária”, encomendada pela seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB- SP), obtida com exclusividade pelo Valor.


O estudo foi realizado pelo economista Nelson Marconi, professor coordenador do curso de graduação em administração pública da Fundação Getulio Vargas, e pelo pesquisador Marco Capraro Brancher.


A nota técnica traz diversas estimativas de perda de arrecadação, considerando o cenário posterior à edição da reforma trabalhista (Lei nº 13467, de 2017), que incentivou a contratação por meio de pessoas jurídicas.


A avaliação parte da consideração ainda de que centenas de contratos via pessoa jurídica estão sendo validados pelo Supremo, conforme a pesquisa “Terceirização e Pejotização no STF: Análise das Reclamações Constitucionais”, desenvolvida pela professora Olívia Pasqualeto, que também foi divulgada com exclusividade ao Valor.


Em uma outra simulação, considerando a suposição de que deve haver o avanço da pejotização com o passar dos anos, presumindo que 50% da força de trabalho com carteira assinada passe a atuar como pejotizada, a perda arrecadatória, nesse caso seria de seria da ordem de R$ 384 bilhões. Essa redução corresponde a 16,6% da arrecadação federal de 2023.


Regime de Trabalho impacta arrecadação

De acordo com o professor Nelson Marconi, as estimativas demonstram um relevante impacto das mudanças no regime de trabalho sobre a arrecadação tributária. “É uma perda significativa e que causa impacto relevante nas contas públicas, em um momento que o governo está promovendo mecanismos para aumentar a arrecadação”, diz. Para ele, além das perdas sobre os direitos sociais, existe esse impacto tributário que não está sendo considerado.


O professor ainda ressalta que o poder de fiscalização e controle por parte da Receita Federal também seria enfraquecido, caso exista essa tendência maior à “pejotização”, pois é mais difícil fiscalizar muitas empresas com somente um funcionário que poucas empresas com muitos funcionários, cujo recolhimento se dá diretamente na fonte e de forma concentrada.


Gustavo Granadeiro Guimarães, presidente da Comissão de Advocacia Trabalhista da OAB-SP, considera que a competência da Justiça do Trabalho, prevista no artigo 114 da Constituição, “vem sendo paulatinamente suprimida por decisões da Suprema Corte”.


“A sociedade civil precisa ser conscientizada, pois as consequências não colocam em risco apenas a Justiça do Trabalho, mas a própria existência de direitos trabalhistas.”


Ele afirma que é preciso chamar a atenção para o risco de verdadeiro rombo fiscal e previdenciário que essa tendência do STF representa. “Haverá drástica redução das folhas de pagamento das empresas”, afirma ele, acrescentando que a Justiça do Trabalho é responsável pela arrecadação de bilhões de reais em impostos anualmente.


No fim de outubro, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) chegou a se manifestar contra a tendência de admissão de reclamações contra decisões trabalhistas sobre vínculo empregatício, principalmente envolvendo profissionais contratados como pessoa jurídica.


Segundo o documento, assinado pelo procurador Carlos de Araujo Moreira, a prestação de serviço por profissionais na modalidade pessoa jurídica não é, por si só, considerada fraude à relação de emprego. Mas, afirma, não é possível admitir que um contrato seja firmado apenas para driblar a legislação, sem se considerar a realidade.


“Tal artifício aniquilaria o dever que vincula profissionais liberais qualificados ao pagamento de Imposto de Renda e desfalcaria o caixa da Previdência social, afastando-se da incidência da contribuição social patronal”, diz no documento. A manifestação foi anexada em reclamação de relatoria do ministro Edson Fachin (RCL 60620).


Entre 2019 e junho de 2023, mais de 780 mil casos envolvendo pedidos de reconhecimento de vínculo foram levados à Justiça do Trabalho, segundo balanço da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Fonte: Valor Econômico - Do Blog de Noticias da CNTI - https://cnti.org.br

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Vai à Câmara a campanha Abril Verde, de prevenção de acidentes de trabalho

 

Vai à Câmara dos Deputados projeto que cria a campanha Abril Verde, focada na prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais. A proposta do senador Paulo Paim (PT-RS) foi aprovada em caráter terminativo na Comissão de Educação (CE), nesta terça-feira (21) e segue para a Câmara.


O PL 1.063/2022, que recebeu parecer favorável do senador Laércio Oliveira (PP-SE), cria uma campanha nacional em prol da segurança do trabalho, a ser celebrada anualmente em abril. Durante o mês, serão realizadas atividades para conscientização sobre a prevenção dos acidentes de trabalho e do adoecimento ocupacional.


O Abril Verde, que terá um laço esverdeado como símbolo, tem como objetivo divulgar os direitos relacionados à segurança e à medicina do trabalho, assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452, de 1943). Os órgãos públicos poderão, também, promover eventos sobre o tema e divulgar materiais de conscientização.


O projeto original atribuía o custeio da campanha à Lei Orçamentária Anual (LOA), do Ministério do Trabalho e Previdência, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e do Ministério Público do Trabalho. Por meio de emenda, Laércio Oliveira excluiu a previsão de financiamento. O senador explicou que, ao estabelecer a LOA como fundo financiador, o projeto “viola a iniciativa privativa do presidente da República para apresentar proposições que versem sobre organização administrativa e matéria orçamentária”.


Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou o 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Além disso, como lembra Paim na justificação do projeto, no dia 7 desse mês, é comemorado o Dia Mundial da Saúde. “A segurança do trabalho é uma preocupação antiga, mas que está cada vez mais presente na atualidade”, diz o autor.


Segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, apresentados pelo autor, foram registrados 576.951 acidentes de trabalho em 2017, dessas ocorrências, 2.098 causaram mortes. Para Laércio, o projeto representa um compromisso com a saúde e a segurança dos trabalhadores brasileiros.


— É nossa responsabilidade garantir que cada trabalhador, independentemente de sua ocupação, tenha um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso não apenas reduz os custos associados a acidentes e doenças, mas também eleva a qualidade de vida de nossos cidadãos — disse o relator.

 

Fonte: Agência Senado - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Gerar empregos sem sucatear a Previdência – Eusébio Pinto Neto


A pressão exercida pelo poder econômico para manter a desoneração da folha de pagamento pode aumentar o fosso na Previdência Social. Sem qualquer fiscalização, as empresas beneficiadas pela desoneração alegam que o fim do benefício aumentará o desemprego no país.

Na semana passada, o governo e o Congresso Nacional fecharam um acordo sobre um modelo de reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia, que empregam cerca de 9 milhões de brasileiros. A questão da isenção do imposto foi parar na justiça e para pôr fim ao impasse, o acordo será entregue ao Supremo Tribunal Federal.

Pelo acordo, as empresas voltarão a contribuir com a Previdência, em 2025, com imposto de 5% sobre o total da remuneração dos funcionários. Haverá um crescimento gradual da alíquota, que atingirá 20% em 2028. Essa medida afetará milhares de trabalhadores brasileiros que sofrerão, futuramente, as consequências da renúncia fiscal.

A desoneração é justificada quando a empresa comprova a estabilidade do emprego e, de fato, a necessidade do benefício. A desoneração virou uma festa para os setores que não empregam e têm lucros exorbitantes com a redução do tributo previdenciário sobre a folha de pagamento. O incentivo fiscal permite que milhares de empresas paguem contribuições previdenciárias irrisórias sobre a folha de pagamento. Até as companhias de comunicação, onde a grande maioria dos funcionários é terceirizada ou pejotizada, estão se beneficiando dessa prerrogativa.

Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, essa medida não é eficaz para a geração de emprego. Durante o período de vigência da desoneração, houve uma redução de 960 mil empregos, enquanto outros setores, sem o mesmo tratamento tributário, geraram 1,7 milhão de postos de trabalho. A Receita Federal estima que o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 15 bilhões com a desoneração da folha de pagamento apenas neste ano. É muito dinheiro para um país que precisa de mais recursos para investir em saúde e educação.

A Previdência Social tem um papel fundamental na proteção contra a pobreza e na diminuição das diferenças sociais. O que está em jogo é extremamente grave. Da mesma forma que a Reforma Trabalhista, a desoneração da folha de pagamento não gerará empregos, mas sim um número significativo de idosos miseráveis, se não houver um controle rigoroso sobre os beneficiados com a medida.

Eusébio Pinto Neto, Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas

 

FONTE: Agência Sindical

terça-feira, 21 de maio de 2024

MPT recebe denúncias de violações trabalhistas envolvendo enchentes

 

Empresas têm obrigado funcionários a trabalhar em áreas alagadas


Mesmo com cidades debaixo d’água, algumas empresas têm obrigado funcionários a trabalhar em áreas alagadas no Rio Grande do Sul.


O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu mais de 90 denúncias de violações trabalhistas envolvendo enchentes, desde o início da tragédia, no fim de abril.


As irregularidades foram apresentadas por sindicatos e trabalhadores das áreas do comércio, da indústria e de serviços.


Sessenta por cento das denúncias são pela exigência de que o empregado vá trabalhar em local de risco ou em más condições.


O coordenador do Grupo de Trabalho Desastre Climático da Procuradoria do Trabalho da 4ª Região, o procurador Luiz Alessandro Machado, fala sobre os perigos dessas situações.


Segundo ele, há áreas em que a Defesa Civil recomenda que a população não permaneça, sob riscos de desabamento, deslizamento, afogamentos, até mesmo de choque elétrico. "Nesses locais nenhuma empresa pode funcionar. O bom senso tem que estar à frente de tudo. É preciso ver se há condições de trabalho".


Luiz Alessandro explicou que o empregado pode pedir um atestado ao município para abonar as faltas. "O trabalhador pode estar diretamente envolvido nas enchentes e não ter condições de se deslocar até o trabalho". Pode estar em um abrigo, não ter condições de chegar à empresa, que também pode estar alagada.


Além disso, com o atestado de acidente pelas enchentes, o empregado pode fazer parte das primeiras medidas trabalhistas de enfrentamento à situação de calamidade pública.


Denúncias de irregularidades podem ser feitas no site www.mpt.mp.br.

 

Fonte: Agência Brasil - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.b

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Cartilha do MPT lista os atos antissindicais


O Ministério Público do Trabalho publicou a cartilha “Atos Antissindicais. O que fazer?”. Documento idealizado pela Conalis – Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social.

Segundo Viviann Brito Mattos, coordenadora nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social, a cartilha visa reforçar a liberdade sindical, como também “esclarecer conceitos, conscientizar quanto a condutas ilícitas, orientar como proceder diante de conduta antissindical, e, ainda, explicar as consequências”.

A publicação lista e explica 10 pontos, de modo didático. E define a conduta antissindical: “São atos com o fim de prejudicar, dificultar ou impedir de algum modo a organização, a administração, a ação sindical, o direito de sindicalização e a negociação coletiva”.

Para o Ministério, “atos antissindicais constituem ilícito punível na esfera trabalhista, pois violam a lei e a Constituição”. Eles podem afetar a autonomia sindical, o direito de associação e greve, a estabilidade do dirigente, a aplicação e o reconhecimento de instrumentos normativos ou mesmo a legitimidade de representação dos trabalhadores.

A vítimas potenciais são o próprio trabalhador, o Sindicato, seus dirigentes, delegados, conselheiros e representantes. Tais atos podem ser praticados pelo empregador, tomador de serviços, Estado ou terceiros.

Nos exemplos citados na Cartilha estão “punição ou demissão de grevistas, bloqueio do Sindicato à sede da empresa ou recusa à negociação coletiva”, entre outros.

Papel – No fecho da Cartilha, afirma o MPT: “Sindicatos são indispensáveis à melhoria das condições de trabalho e promoção do trabalho digno, inclusive pra evitar acidentes e doenças. É dever do empregador respeitar a atuação sindical”.

Denúncia – Ao MPT: www.mpt.mp.br ou aplicativo MPT PARDAL.

BAIXAR – Clique aqui e baixe a Cartilha.

FONTE:  Agência Sindical

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Campanha incentiva participação de jovens em movimentos sindicais

 

 

Iniciativa é do Ministério Público do Trabalho (MPT)


O Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza, durante todo este mês, a campanha Maio Lilás, que busca estimular a participação dos jovens nos sindicatos de trabalhadores. A campanha faz parte de um conjunto de ações previstas no projeto estratégico da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (Conalis) do MPT, denominado Sindicalismo e Juventude, que será desenvolvido como piloto nas procuradorias regionais do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), 2ª Região (São Paulo), 4ª Região (Rio Grande do Sul), 17ª Região (Espírito Santo) e 20ª Região (Sergipe).


Segundo a procuradora regional do Trabalho Viviann Brito Mattos, titular da Conalis, no âmbito do projeto, foi feita uma análise da diversidade nos sindicatos. “A gente percebeu que os sindicatos, além de nem todos terem uma participação da juventude dentro da sua própria estrutura, não havia uma aproximação em relação às lutas da juventude trabalhadora, que é mais suscetível, no momento atual, ao subemprego, à precarização”, disse ela nesta segunda-feira (6) em entrevista à Agência Brasil.


O projeto buscar abrir espaço e diálogo social, aproximando dois atores sociais, que são a juventude trabalhadora e o movimento sindical. “Porque, a partir do momento em que os jovens não têm voz, não são ouvidos e acompanhados, isso dá uma perda em termos de negociação coletiva, na proteção dos direitos dos trabalhadores e, sobretudo, contribui, inclusive, para a precarização dos direitos. E o sindicato, por sua vez, quando não se aproxima da juventude, ele deixa de conhecer a realidade daquele momento, daquele jovem”, ressaltou.


Formas de trabalho

 

Viviann Brito Mattos destacou o surgimento de novas formas de trabalho, que "ameaçam o futuro do próprio emprego e precisam ser debatidas". "Todos os atores envolvidos serão afetados e, no caso, a juventude é aquela que vai ser a mais afetada no primeiro momento.” Por isso, a procuradora defende o diálogo entre a juventude trabalhadora e os sindicatos, visando tornar o país mais justo para toda a população.


Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que o número de filiados em sindicatos com idade entre 16 e 29 anos caiu de 3 milhões para 1,3 milhão no Brasil, entre 2012 e 2022, o que representa perda de 55%. A procuradora observou que esse é um fenômeno que ocorre também em outros países. Para Viviann, a não filiação tem uma série de razões. Uma delas tem a ver com mitos ou representações sociais negativas.


Na avaliação da procuradora, o jovem está mais suscetível a pressões externas, porque está em uma faixa de idade em que muitas vezes não consegue nem trabalhar, nem estudar. É a chamada geração nem-nem. Além de sofrer com o desemprego, há o problema da precarização, ou seja, da informalidade.


Ganho duplo

 

A coordenadora da Conalis argumentou que, com a filiação aos sindicatos, ganham os dois lados: jovens e os próprios movimentos sindicais. “Porque hoje o que nós temos é um sindicato que precisa se revitalizar e ele só se revitaliza a partir do momento em que traz a juventude, dialoga com a juventude. E esta precisa da proteção de direitos. E para a proteção desses direitos, o sindicato é o caminho. Só uma ação coletiva de direitos tem condição de melhorar as condições de trabalho.”


A campanha Maio Lilás segue até o final deste mês. O MPT tem o papel de aproximar as partes, para que elas possam dialogar. Viviann deixou claro que esse diálogo não significa que as duas partes precisam concordar com tudo, “porque pode-se chegar ao um mesmo resultado tendo opiniões diversas, mas com um centro de convergência e aquilo pelo qual se luta".


A campanha é promovida pelo MPT desde 2017. A escolha do mês tem como base a greve geral organizada pelos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, no final do século 19, muitos dos quais foram mortos ou presos por lutarem por valorização e por melhores condições de trabalho. Já a cor lilás é uma homenagem às 129 mulheres trabalhadoras, que foram trancadas e queimadas vivas em um incêndio criminoso numa fábrica de tecidos, em Nova York, em 8 de março de 1857, por reivindicarem um salário justo e redução da jornada de trabalho. No momento do incêndio, a fábrica confeccionava um tecido de cor lilás.

 

Fonte: Agência Brasil - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Socorrer a população do RS e evitar novas catástrofes – Murilo Pinheiro

 

Neste momento todos os esforços devem ser direcionados a prestar a ajuda necessária à população do Rio Grande do Sul, vítima das inundações que vêm causando destruição e morte no estado desde a semana passada. Também é urgente preparar o conjunto das cidades brasileiras para enfrentar os cada vez mais frequentes eventos climáticos extremos.

 

 

A situação de calamidade do Rio Grande do Sul, causada pelas fortes chuvas que castigam a região desde a semana passada, exige medidas assertivas dos poderes públicos e a solidariedade de todos nós. Até agora, registram-se mais de 80 mortos e quase 300 feridos, além de mais de 100 desaparecidos e milhares de desabrigados, conforme dados da Defesa Civil.

Assim, é urgente prestar o socorro necessário, garantir abrigo e tomar as providências devidas para reconstruir o estado que teve 345 municípios atingidos, inclusive a capital Porto Alegre, onde as águas também subiram, devido à elevação do Rio Guaíba ao maior nível da história.

Ainda que esse episódio implique recordes de precipitação pluvial e diversas situações nunca vistas, não se pode cometer o equívoco de, passada a crise e atendidas as demandas emergenciais, tratá-lo como situação isolada ou rara.

Enfrentando uma crise climática hoje inegável, a humanidade tem uma missão dupla crucial. Por um lado, precisa agir para reduzir o avanço da destruição ambiental, buscar a sustentabilidade na produção econômica e no modo de vida, reduzindo sobretudo emissão de gases de efeito estufa, e preservar os recursos naturais. Já em grande desvantagem na corrida para assegurar sua sobrevivência no planeta, todas as medidas e investimentos nesse sentido precisam ser efetivados o quanto antes.

A outra tarefa colocada é adaptar os espaços urbanos para que façam frente aos eventos climáticos que lamentavelmente serão cada vez mais frequentes, como apontam os estudos em todo o mundo. No Brasil, em que diversas cidades padecem ainda com a precariedade de infraestrutura, com ocupação de áreas de risco, habitações inseguras, desmatamento de morros e encostas, além das falhas na gestão urbana básica, com excesso de impermeabilização e drenagem insuficiente, a questão é certamente mais premente.

Esse desafio integra a nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, intitulada “Cidades inteligentes – Garantir qualidade de vida à população”, a ser lançada em junho. Na publicação, que será entregue aos candidatos nas eleições municipais deste ano, estão propostas que incluem construção de infraestruturas resilientes, promoção e aplicação de sistemas de transporte sustentáveis, gestão eficiente de recursos naturais e desenvolvimento de fontes renováveis de energia.

Com papel de destaque nesse processo, a engenharia oferece o conhecimento técnico e as inovações necessárias para projetar, implementar e gerenciar as soluções necessárias. Contudo, como chama a atenção o capítulo sobre o tema, atingir os resultados necessários exige políticas públicas adequadas, além de fontes de financiamento. Também é fundamental que a sociedade esteja consciente dessa realidade para que cobre governantes e legisladores, e também cumpra com a sua parte para que todos possam viver bem.

Toda a nossa solidariedade ao povo gaúcho, especialmente às famílias enlutadas que perderam seus entes queridos nessa tragédia.

Murilo Pinheiro é presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) e da Federação Nacional da categoria (FNE)

 FONTE: Agência Sindical

 

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Natureza e catástrofes – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

 

O Sindicato agradece os apoios à Campanha “SOS Rio Grande do Sul”. Já arrecadamos boa quantidade de produtos na sede e Clube de Campo. Mas o povo gaúcho precisa do máximo de apoio e solidariedade. Portanto, a Campanha continua.

Antigamente, a natureza era totalmente imprevisível. Isso mudou. Hoje, os satélites na órbita da Terra conseguem mostram e prever a formação de furações, a erupção de vulcões, a temperatura dos oceanos, a rota dos ventos, as ondas de frios, e assim por diante.

Portanto, os governos precisam estar informados e preparados, a fim de adotar medidas preventivas, orientar a população e socorrer rapidamente as vítimas.

Este é o terceiro ano seguido em que as enchentes devastam o Rio Grande. Não dava pra prever? O Fantástico de domingo mostrou como nos Estados Unidos, Holanda e China as catástrofes são prevenidas, poupando perdas humanas e materiais.

Mas a responsabilidade não é só do Estado. A pergunta é: o que cada um pode fazer pela natureza e pra reduzir o aquecimento global? Eu digo que todos podem fazer alguma coisa. E o nosso Sindicato é exemplo, pois há 35 anos atua em defesa da natureza.

Veja o nosso Clube de Campo. São sete alqueires, dos quais quatro estão com mata preservada. Durante anos, gastamos uma fábula num sistema próprio pra tratar o esgoto do bairro, que era despejado dentro do terreno do Clube.

Na época, o Sindicato criou uma estação de tratamento e, atualmente, ela pertence a Sabesp. Demos início ao tratamento do esgoto na região, primeiro que a Prefeitura de Guarulhos. Por isso, nosso Clube de Campo é um oásis numa região carente da cidade.

Nos últimos dois anos, instalamos placas de energia solar na sede, na Colônia de Férias e no Clube de Campo. Energia limpa, que não polui o ar.

Ainda em abril deste ano, inauguramos uma trilha no Clube (Trilha Madeira), para caminhadas ou corridas de nossos associados.

Anos atrás, realizamos o encontro “Sindicalismo e Meio Ambiente”, quando propusemos ao movimento sindical e às empresas introduzir esse tema nas Cipas e nas Sipats. Na sequência, publicamos duas revistas sobre o meio ambiente.

Em Guarulhos, mantemos estreita relação com a aldeia indígena Wassú, fixada na região do Cabuçu.

Nosso projeto social, Meu Futuro, instalado dentro do Clube de Campo, tem o meio ambiente como matéria permanente dos alunos.

Na eleição municipal de 2008, apoiamos um candidato só depois dele assinar carta-compromisso com o tratamento de esgotos na cidade – até então sem um mísero metro cúbico tratado.

Nosso pesqueiro, no Clube de Campo, a prainha, o parque aquático, o lago de carpas – tudo isso reforça nossa ligação e nosso respeito à natureza.

Apoio – Vamos todos apoiar o povo gaúcho. Mas vamos também assumir o compromisso de gerar menos lixo, menos resíduos, de plantar árvores, de não poluir o lençol freático e de respeitar a vida humana, com Cipas fortes nas empresas, evitando acidentes e doenças nos locais de trabalho.

Josinaldo José de Barros (Cabeça) – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Diretoria Metalúrgicos em Ação.

 

FONTE: Agência Sindical

terça-feira, 14 de maio de 2024

Gerar empregos sem sucatear a Previdência – Eusébio Pinto Neto

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 Eusébio Luis Pinto Neto é Presidente da Federação Nacional dos Frentistas - Fenepospetro, e do Sindicato da categoria do Rio de Janeiro

A pressão exercida pelo poder econômico para manter a desoneração da folha de pagamento pode aumentar o fosso na Previdência Social. Sem qualquer fiscalização, as empresas beneficiadas pela desoneração alegam que o fim do benefício aumentará o desemprego no país.

Na semana passada, o governo e o Congresso Nacional fecharam um acordo sobre um modelo de reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia, que empregam cerca de 9 milhões de brasileiros. A questão da isenção do imposto foi parar na justiça e para pôr fim ao impasse, o acordo será entregue ao Supremo Tribunal Federal.

Pelo acordo, as empresas voltarão a contribuir com a Previdência, em 2025, com imposto de 5% sobre o total da remuneração dos funcionários. Haverá um crescimento gradual da alíquota, que atingirá 20% em 2028. Essa medida afetará milhares de trabalhadores brasileiros que sofrerão, futuramente, as consequências da renúncia fiscal.

A desoneração é justificada quando a empresa comprova a estabilidade do emprego e, de fato, a necessidade do benefício. A desoneração virou uma festa para os setores que não empregam e têm lucros exorbitantes com a redução do tributo previdenciário sobre a folha de pagamento. O incentivo fiscal permite que milhares de empresas paguem contribuições previdenciárias irrisórias sobre a folha de pagamento. Até as companhias de comunicação, onde a grande maioria dos funcionários é terceirizada ou pejotizada, estão se beneficiando dessa prerrogativa.

Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, essa medida não é eficaz para a geração de emprego. Durante o período de vigência da desoneração, houve uma redução de 960 mil empregos, enquanto outros setores, sem o mesmo tratamento tributário, geraram 1,7 milhão de postos de trabalho. A Receita Federal estima que o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 15 bilhões com a desoneração da folha de pagamento apenas neste ano. É muito dinheiro para um país que precisa de mais recursos para investir em saúde e educação.

A Previdência Social tem um papel fundamental na proteção contra a pobreza e na diminuição das diferenças sociais. O que está em jogo é extremamente grave. Da mesma forma que a Reforma Trabalhista, a desoneração da folha de pagamento não gerará empregos, mas sim um número significativo de idosos miseráveis, se não houver um controle rigoroso sobre os beneficiados com a medida.

Eusébio Pinto Neto,
Presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas