O sindicalismo empunha várias bandeiras. Uma bandeira desde os anos 80 é a redução da jornada pra 40 horas semanais.
Vale relembrar. Até o governo Getúlio Vargas, não havia limite legal à jornada de trabalho. Ele fixou em 48 semanais.
Na
Constituição de 1988, a jornada foi normatizada em 44 horas, pra todo
trabalhador celetista. Nós, metalúrgicos, felizmente, já havíamos
conseguido essa redução dois anos antes.
Mas a
bandeira das 40 horas segue firme no movimento e nas negociações. Houve
avanços, sim. Algumas fábricas da nossa base já praticam 40 horas. E
alguns segmentos sindicais conseguiram jornadas de 42 ou mesmo 40 horas
para as suas categorias.
A redução tem relação
direta com a qualidade de vida, pois algumas horas a menos de trabalho
na semana significam horas a mais para a vida social, os estudos e a
convivência familiar. Ou seja, qualidade de vida.
A
redução da jornada de trabalho também tem relação direta com a geração
de empregos. O Dieese tem um estudo segundo o qual a redução pra 40
horas semanais tem potencial de gerar três milhões de postos de
trabalho.
Quando o empregado é contratado, sabe que
cumprirá determinada jornada, mediante valor-hora ou salário mensal.
Quando a jornada precisa ser estendida, a empresa impõe horas extras. Se
precisa ser encurtada, o empregador recorre ao banco de horas – que tem
base legal, mas requer acordo com o Sindicato.
O
Dieese argumenta, e com razão, que uma jornada de 40 horas, com novos
contratados, evitaria horas extras e tornaria dispensável o recurso ao
banco de horas. Ou seja, tornaria o ambiente de trabalho mais benéfico
ao empregado e melhoraria seu padrão de vida.
As
novas tecnologias já permitem que muitas tarefas sejam feitas home
office ou online. E esse é mais um argumento real pela redução da
jornada. Aos poucos aquela cultura do 100% presencial vai perdendo
força.
Os patrões precisam prestar atenção às novas
gerações. A chamada Geração Z não quer mais chacoalhar por horas dentro
de ônibus, metrô ou trem, a caminho do trabalho. Essa juventude domina
as novas ferramentas tecnológicas e quer colocar esse conhecimento a
serviço da produtividade e do progresso.
Jornada menor, produtividade maior e qualidade de vida: isso pode ser obtido por meio de diálogo e da negociação sindical.
Dengue – A
começar pelos governos, todos devem combater essa epidemia. Sugiro às
Cipas adotar esse desafio nas fábricas. As empresas devem fazer
campanhas internas. E o sindicalismo deve ajudar, também. Se preciso,
liberando sede, subsedes e clubes pra servir como pontos de vacinação.
Guarulhos – A cidade não se cuidou e a dengue avançou. Vamos cobrar nossas autoridades, porque a dengue é doença grave e pode matar.
Josinaldo José de Barros (Cabeça) – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Diretoria Metalúrgicos em Ação.
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