Após ação para reduzir litígios, tribunais regionais seguem caminho semelhante. Terceirização é tema comum
Acordo firmado neste ano entre a União e o Tribunal
Superior do Trabalho permitiu, até agora, a redução
de aproximadamente 6 mil processos trabalhistas. O
balanço foi divulgado na última quinta-feira (10)
pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa
da Veiga. Ainda é pouco pela quantidade de ações que
tramitam por tempo indefinido, mas vai na contramão
da cultura do litígio que permeia o Judiciário.
Assim, até o mês passado, a vice-presidência do
tribunal despachou 6.073 processos que tinham a
União como parte. Desse total, em 95,72% houve
desistência de recursos extraordinários, que
normalmente acabariam no Supremo Tribunal Federal
(STF). Uma parcela de 4,28% das ações seguiu outros
caminhos, com 60 indicando possibilidade de acordo.
Terceirização e responsabilidades
“A União já apresentou seis propostas de acordo, e cinco já foram homologadas pelo Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflito do TST (Cejusc-TST), envolvendo R$ 340 mil até o momento”, informa ainda o tribunal. Esses processos, em geral, tratam da terceirização na administração pública. E do chamado ônus da prova em eventual conduta culposa na fiscalização das obrigações trabalhistas de prestadora de serviços, assunto previsto no Tema 1.118 do STF, de repercussão geral.
O ministro Veiga informou que, após o acordo de
cooperação firmado entre União e TST, quatro
tribunais regionais (TRTs) assinaram protocolos
semelhantes. Oito estão em discussão. Ele considera
o entendimento uma “vitrine” para estimular a
“desjudicialização” na área trabalhista.
Busca da conciliação
É o que o magistrado chama de litigância responsável. Isso levou à assinatura de outros acordos no mesmo sentido no setor público/estatal – com Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e Petrobras.
“Os acordos têm demonstrado que vale a pena investir
naquele princípio maior da jurisdição trabalhista,
que é o de que a autonomia da vontade seja
celebrada, para que as partes encontrem a solução
adequada do conflito de interesses”, afirma o
ministro. Já o presidente do TST, ministro Lelio
Bentes Corrêa, ressaltou a conduta da
Advocacia-Geral da União. O ministro-chefe, Jorge
Messias, “veio ao TST e firmou o memorando de
entendimento que permitiu a análise de um número
significativo de processos, levando a uma solução
abreviada e satisfazendo a vocação conciliatória que
está no DNA da Justiça do Trabalho”.
No primeiro semestre, houve aumento de 11,6% de
casos novos em relação a igual período do ano
passado. Foram recebidos 243.935. Os casos julgados
(258.822) cresceram 27,5%, enquanto o saldo de
processos com julgamento pendente (411.123) diminuiu
6,5%. O acervo agora é de 568.853, queda de 4,2%.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI - https://cnti.org.br
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