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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Trabalhador que antecipou saque-aniversário poderá pedir FGTS em caso de demissão, diz Marinho


Ministro prometeu respeitar contratos de empréstimos que os bancos já possuem


Trabalhadores que optaram por antecipar o saque-aniversário também poderão sacar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), se forem demitidos, segundo declaração de Luiz Marinho, ministro do Trabalho, ao SBT News.


A ideia da iniciativa é não deixar o trabalhador desamparado quando desempregado e também permitir que ele faça o saque ao qual tem direito mesmo se tiver optado pelo saque-aniversário.


Ao InfoMoney o ministério não detalhou quais as regras da alteração na modalidade, mas afirmou que Marinho “levará essa proposta para a próxima reunião do Conselho Curador do FGTS”, que acontece em março.


O ministro explica que, para fazer a mudança, dependerá apenas de decisão do Conselho. Na mesma entrevista concedida ao SBT News, Marinho afirmou que sua posição tem maioria no colegiado.


O ministro é contrário à modalidade, mas reforçou na entrevista que não discutiu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o fim da opção de saque. Ele já chegou a ventilar o fim da modalidade, mas voltou atrás e afirmou que o fim do saque-aniversário seria “objeto de amplo debate”.


Como funciona o saque-aniversário

 

O saque-aniversário permite que o trabalhador tenha acesso todos os anos de parte do dinheiro que tem na sua conta do FGTS, durante um período de três meses, que começa a contar a partir do mês de seu aniversário.


Quem opta pela modalidade, no entanto, não pode sacar os valores do FGTS em caso de demissão sem justa causa, por um período de dois anos. É isso que deve mudar com essa nova proposta de Marinho.


Quem não optar pela modalidade permanece no formato-padrão, que passou a ser chamado de saque-rescisão.


O período de retiradas de quem opta pelo saque-aniversário começa no primeiro dia útil do mês do aniversário do trabalhador. Os valores ficam disponíveis até o último dia útil do segundo mês subsequente. Caso o dinheiro não seja retirado no prazo, volta para as contas do FGTS.


Bancos não vão tomar calote

 

Na mesma entrevista, Marinho ressaltou que a mudança na modalidade visa manter os contratos de empréstimos que os bancos já concederam aos clientes e evitar calotes.


Valores comprometidos com o crédito consignado não poderão ser sacados. Já o restante do recurso do fundo ficará disponível para saque em casos emergenciais, incluindo a demissão sem justa causa.


Saque-aniversário é armadilha?

 

A adesão ao saque-aniversário, no entanto, exige cuidado. Pelas regras atuais, ao retirar uma parcela do FGTS a cada ano, o trabalhador deixará de receber o valor depositado pela empresa caso seja demitido sem justa causa. O pagamento da multa de 40% nessas situações está mantido.

A qualquer momento, o trabalhador pode desistir do saque-aniversário e voltar para a modalidade tradicional, que só permite a retirada em casos especiais, como demissão sem justa causa, aposentadoria, doença grave ou compra de imóveis. No entanto, existe uma carência na reversão da modalidade.

 

Fonte: InfoMoney - Do Blog de Notícias da CNTI

 

https://cnti.org.br/html/noticias.htm


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Centrais buscam reforçar pontos convergentes


A abertura de diálogo entre governo Lula e sindicalismo motiva as Centrais Sindicais a aprofundar a pauta unitária que valoriza o trabalho e fortalece o próprio movimento.

Para tanto, lideranças se reuniram nesta quinta (23), na Capital, buscando alinhar uma posição acerca de temas com a política de aumento real para o salário mínimo e a atualização da estrutura sindical.

A reestruturação sindical gera polêmica, pois não há consenso sobre o tema, por não ser prioritário aos trabalhadores. Para Ricardo Patah, o texto foi mal interpretado. Ele diz: “Afinal, todos defendem o fortalecimento do movimento sindical”.

Patah explica que entre os pontos convergentes, tratados nesta quinta, estão a volta da homologação nos Sindicatos, o retorno da ultratividade nas Convenções, o fim da Emenda 45, o regramento do trabalho por aplicativos, a regulação do trabalho intermitente, o fim do acordo individual sem participação do Sindicato e a garantia de custeio sindical – a reforma sindical de Temer atacou duramente as finanças das entidades.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, defende deixar de lado divergências e atuar nos pontos de unidade, como a política de valorização permanente do salário mínimo. Ele diz: “Cada Central vai se reunir pra definir seu posicionamento e também indicar o nome ao Grupo de Trabalho da Política de Valorização do Salário Mínimo pra apresentar em nossa próxima reunião”.

DIA DO TRABALHADOR – Outro ponto, informa Miguel, é o 1º de Maio Unitário das Centrais. “Essa foi a primeira conversa. Definimos pontos e alinhamos uma pauta que depois de pronta será apresentada ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho”, afirma o dirigente.

Agenda – Dia 1 de março, eles voltam a se reunir.

MAIS – Acesse o site da UGT e da Força Sindical.

FONTE:  Agência Sindical

 

 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Projeto prevê negociação sindical antes de demissões em massa

Proposta foi motivada pela fraude contábil nas Americanas que culminou no processo de recuperação judicial


O Projeto de Lei 230/23 torna obrigatória a negociação prévia com o sindicato da categoria como requisito de validade para a dispensa em massa de empregados.


A proposta que tramita na Câmara dos Deputados foi motivada pela fraude contábil nas Americanas, estimada em R$ 20 bilhões. A empresa emprega 40 mil trabalhadores e deve passar por um processo de recuperação judicial.


O texto mantém parte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que dispensa a autorização prévia sindical ou de celebração de acordo coletivo para esses tipos de demissões.


"O projeto não exige a autorização sindical para a demissão, mas sim uma negociação, um diálogo prévio entre empregados e empregadores, para a busca de soluções outras para a manutenção dos empregos", explica o autor, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP).


O objetivo é dar maior transparência às demissões. “Não se exigirá a anuência sindical para a dispensa coletiva, mas a presença do sindicato poderá atenuar os impactos sociais e econômicos que essa medida provocará sobre os empregados”, frisou o parlamentar.


Em justificativa, Motta cita decisão já pacificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a necessidade de negociação coletiva para a dispensa em massa de trabalhadores.


Tramitação

A proposta ainda será despachada para análise pelas comissões permanentes da Câmara.

 

Fonte: Agência Câmara

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Após um ano, marcas da destruição das chuvas ainda permanecem em Petrópolis

 

Comerciantes de uma das ruas mais afetadas no centro da cidade seguem com prejuízos depois da tragédia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Rua Washington Luiz segue com lojas destruídas e fechadas um ano após a tempestade do dia 15 de fevereiro de 2022 - Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

Um cenário de guerra. Mortes. Deslizamentos de terra. Enchentes. Destruição de casas, lojas e famílias. Há um ano o município de Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, foi atingido por uma das maiores catástrofes climáticas do país. As fortes chuvas, de fevereiro e março, mataram 241 pessoas. 

Os impactos da tempestade do dia 15 de fevereiro de 2022 podem ser vistos até hoje pelas ruas da cidade. O Brasil de Fato esteve em Petrópolis e conversou com comerciantes locais de uma das áreas mais afetadas na região central do município, a rua Washington Luiz. As marcas da tragédia permanecem em lojas abandonadas e com as portas de aço destruídas, em restos de pontes e casas que sofreram com as fortes chuvas de fevereiro e março do ano passado.

Leia mais"Não dá para culpar só o volume de chuvas", diz professor de engenharia geotécnica da PUC-Rio

Claudio Fabião é dono de um bar na Washinton Luiz há 13 anos. No ano passado o Brasil de Fato acompanhou a luta do comerciante para reabrir as portas do estabelecimento após o segundo temporal, em março. Um ano depois da primeira chuva, o pequeno empresário contou à reportagem que o prejuízo acumulado por conta das chuvas chegou a R$ 50 mil e que o bar não conseguiu retomar plenamente o movimento que tinha antes da tragédia. 

“Trabalho com a minha família e alguns colaboradores. Estamos nas mesmas dificuldades depois que aconteceu a tragédia de fevereiro e depois repetidamente a de março. Dificuldade de investimentos, de cumprir com os compromissos, de ter os clientes de volta. Porque a loja não é mais a mesma. Até depois das chuvas vem refluxo do rio e sai pelo ralo, não tem investimento do poder público”, explica.  

Fabião tem um custo mensal de funcionamento de R$ 9 mil contabilizando aluguel, despesa com funcionários, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), gás e água. Na avaliação dele, pouco foi feito para ajudar os estabelecimentos comerciais do município.

“Agora só tenho um motoboy e uma colaboradora, mas eu já cheguei a ter três funcionários mais o motoboy. Aqui era tudo mais pintadinho, bonitinho, agora está feio, difícil, a dificuldade começa desde o poder público que ainda cobra IPTU num ano desse”, afirma o comerciante que destaca ainda que o único recurso público que teve acesso após a tragédia foram R$ 10 mil da Agência Estadual de Fomento (AgeRio).


Claudio Fabião está com um prejuízo de R$ 50 mil e precisou reduzir a equipe de trabalho em seu bar / Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

Corrente humana

Lívia Azevedo tem uma loja de material de construção na Washington Luiz. O comércio funciona há 25 anos no mesmo local e, segundo ela, nunca presenciou uma enchente como a do dia 15 de fevereiro de 2022. A empresária saiu da loja com a água no pescoço e com a ajuda de uma corrente humana. 

“A água chegou a 1,70, 1,80 metros. Quando eu sai daqui a água estava no meu pescoço. Fizemos uma corrente humana e como a loja está após a curva, a correnteza não estava forte na calçada, e nós fomos segurando pela parede e entramos no hotel ao lado”, relata. 

A comerciante parou de contabilizar os prejuízos. De acordo com ela, como trabalha com muita mercadoria em ferro, alguns itens enferrujaram e não podem mais ser vendidos. Além da perda de produtos, Lívia precisou investir numa estrutura para minimizar o impacto dos danos em caso de novas enchentes. 

“Aqui já tinha uma comporta porque sempre foi um local que quando o rio transbordava enchia, mas a minha comporta era de 80 centímetros, dessa vez eu tive quase que dobrar o tamanho da minha comporta que está com o total de 1,80 metros. Fiz uma comporta na frente, uma outra nos fundos. Tive que reorganizar o nosso material. Colocar para baixo o que pode molhar e não estragar, tive que refazer a parte de esgoto, botar uma válvula de contenção para segurar a água do rio se ela voltar pelo esgoto para não sair nos ralos, vaso sanitário e na pia”, conta a empresária que também não conseguiu isenção do IPTU pelo município.

O estabelecimento de Lívia fica próximo da Rua do Imperador, uma das principais vias do centro. Com as chuvas, uma parte da rua Washington Luiz desmoronou. Em caráter emergencial, o governo do estado do Rio de Janeiro assumiu a obra para reconstruir a via e o muro de contenção do rio. A obra neste trecho já foi concluída. Porém, a preocupação dos comerciantes da localidade permanece. 

“Essa obra foi muito boa. Um muro de contenção muito forte para segurar a rua porque aqui é um tráfico pesado de carro só que com isso eles fizeram muros mais largos e o rio estreitou, ali na saída do portão da fábrica, eles entraram para dentro do rio e a água desce com mais velocidade. A tendência é o centro encher até mais rápido. Ainda mais com a obra no [Túnel] Extravasor”, ressalta com preocupação Lívia que já presenciou uma enchente em dezembro em que a água chegou até a calçada da sua loja.

Imbróglio

Os comerciantes apontaram para a reportagem uma falta de apoio da prefeitura de Petrópolis para retomar as atividades após a tragédia. Há locais que seguem tentando se recuperar dos danos, mas esbarram em excessos de burocracias e ficam impedidos de reconstruir os imóveis atingidos pela tempestade.

Um exemplo é o Instituto Corrente do Bem, uma organização que atua com a população em situação de rua no município. Desde julho do ano passado a instituição está funcionando numa casa antiga que foi afetada pela enxurrada de fevereiro e teve o muro e o guarda-corpo da ponte, que dá acesso à residência, levados pelas águas. 

De acordo com o diretor do instituto, João da Vitória Costa, uma parte da construção do muro é a cargo do município e mesmo com solicitações que ocorrem desde o segundo semestre de 2022 nada foi feito até agora. 

"Nós entramos em julho, nós não sabíamos que o poder público tinha responsabilidade. Alugamos em condições de alugar o espaço [estacionamento] para pagarmos o aluguel do imóvel. Porém, quando tomamos ciência dos fatos, a metade dos motoristas saiu porque o muro caiu e só volta se o muro estiver no lugar. Queríamos realocar, mas só pode se a Defesa Civil liberar o laudo. Sendo interditado, não conseguimos alugar os espaços, colocar mais carros e fazer o dinheiro para pagar o aluguel”, explica Costa que depende da realocação para pagar o aluguel integral do imóvel.


Muro e guarda-corpo da ponte que dá acesso à sede do Instituto Corrente do Bem foram destruídos com as chuvas de fevereiro e março de 2022 / Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

A rua Washington Luiz é um dos principais acessos ao centro histórico de Petrópolis para os turistas que chegam na cidade pelo bairro Quitandinha. As obras na localidade estão sendo feitas pelo governo do estado e ainda não foram concluídas. A via faz ligação com a rua Coronel Veiga, que segue com problemas constantes de alagamentos.

Uma preocupação dos moradores e comerciantes da região central da cidade é o Túnel Extravasor. As obras no túnel não foram concluídas pelo governo do estado. O local foi construído nos anos 1960 e 1970 e é uma importante via de escoamento das águas do Rio Palatino, no centro, para o Rio Piabanha, no bairro Itamaraty evitando fortes enchentes centro histórico.

O que diz o poder público?

A reportagem procurou o governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura de Petrópolis para explicações sobre as obras no município e o apoio aos comerciantes da região afetada. 

A Secretaria de Infraestrutura e Cidades (SEIC) informou ao Brasil de Fato que já concluiu mais de 90% das obras realizadas na rua Whashington Luiz. Segundo a nota, a previsão é que ela seja finalizada até o final de março. “A pista já foi totalmente reconstruída, restando apenas concluir a contenção do canal da rua. A intervenção realizada chega até a altura da elevatória”, diz o comunicado.

Leia mais: RJ: Governador sanciona lei que cria plano de gestão de riscos de desastres no estado

Sobre o Túnel Extravasor, a SEIC informou que a primeira etapa será entregue até o final deste mês.  “Essa fase corresponde às correções de danos causados pela força da água no túnel nas chuvas de um ano atrás. A galeria, que alivia o alto nível do Rio Palatino, foi construída em 1960 e nunca havia recebido obras. O governo do estado, por meio da SEIC, entregará, neste primeiro momento, o túnel com a estrutura reforçada, desassoreada e desobstruída. Uma segunda etapa a ser licitada ainda neste semestre incluirá obras nas comportas do túnel, além de jateamento de concreto para proteção em volta das paredes e no teto e concretagem no fundo do túnel”, explica o governo estadual.

Segundo a pasta, nenhuma obra que estava em execução foi paralisada. A secretaria informou que o valor total que vem sendo investido pelo governo do estado nas contenções de encosta e no Túnel Extravasor é de R$ 255 milhões. A prefeitura não retornou até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto para o governo municipal. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse

FONTE: Brasil de Fato

https://www.brasildefato.com.br/2023/02/16/apos-um-ano-marcas-da-destruicao-das-chuvas-ainda-permanecem-em-petropolis

É urgente baixar a taxa de juros – Por Murilo Pinheiro

 

Conforme aponta manifesto encabeçado por economistas de peso e extremamente respeitados, mantida a Selic no atual patamar muito acima do necessário, investimentos produtivos perderão espaço para a especulação, e o Brasil não voltará a crescer

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros no País em 13,75% na primeira reunião do ano, realizada no início de fevereiro, jogou um balde de água fria sobre as expectativas de retomada do crescimento econômico. É óbvio que simplesmente reduzir a Selic não opera o milagre da prosperidade nacional, mas é condição absolutamente necessária para que se possa caminhar nesse sentido.

Defendida de forma dogmática pelos agentes do Banco Central, por porta-vozes de bancos e corretoras e por inúmeros comentaristas econômicos, a política de juros deve deixar o altar da suposta tecnocracia e ser objeto de um debate sério, honesto e democrático. Isso porque a questão interfere nos rumos do País e na vida de todos os brasileiros, não só daqueles que detêm aplicações financeiras.

Uma contribuição importante nesse sentido, e que precisa ganhar espaço no debate público, é o “Manifesto em favor do desenvolvimento do Brasil”, encabeçado pelos economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Monica de Bolle, Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, Luciano Galvão Coutinho, Nelson Marconi, Antonio Corrêa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas.

Conforme aponta o documento que nesta segunda-feira (13/2) já contava com a assinatura de mais de 2.500 profissionais do setor, uma taxa de juros razoável é indispensável para que haja normalidade econômica. “Sem isso, os investimentos perderão para as aplicações financeiras, e as remunerações do trabalho e da produção vão perder para a especulação”, afirma o texto.

O manifesto também põe por terra o argumento segundo o qual não há alternativa à manutenção dos juros elevados, tendo em vista a expectativa de alta da inflação. “Nenhum dos países dotados de recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima da que prevalece no Brasil e que o Banco Central pretende manter por longo período. E todos esses países reconheceram o caráter excepcionalíssimo do surto inflacionário recente, explicado pela pandemia e pelo conflito bélico, não por excesso de demanda.”

Ou seja, no Brasil aplicam-se dose cavalares do medicamento errado, correndo-se o risco de aniquilar o paciente, ao invés de curá-lo. Asfixiada pela taxa de juros que impede a expansão e amplia o endividamento, inclusive público, a sociedade não consegue superar a crise econômica. Conforme também apontam os economistas desenvolvimentistas, é preciso alcançar ganhos de produtividade e gerar empregos de qualidade para que se estabeleça um círculo virtuoso na economia. Ainda, há que se retomar as obras de infraestrutura, contribuindo com a criação de postos e aquecimento da economia, além de ampliar a oferta de serviços à população.

O documento destaca de forma muito pertinente a importância de se eliminar as amarras de uma política monetária inadequada para que a política econômica cumpra o seu papel real: “eliminação da pobreza, redução das desigualdades, preservação da natureza e sustentabilidade”.

A engenharia nacional, por meio do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, cuja edição mais recente terá lançamento no dia 6 de março, faz coro a essa posição. É mais que urgente baixar os juros e retomar em níveis desejáveis a atividade econômica para que se garantam condições dignas de vida ao conjunto da população. Cabe a toda a sociedade compreender o que está em jogo e participar desse debate.

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

Clique aqui e leia mais artigos de Murilo Pinheiro.

Acesse – www.seesp.org.br

FONTE: Agência Sindical - https://agenciasindical.com.br

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Documento intempestivo contraria Conclat

 Conferência Nacional

Em 7 de abril de 2022, o sindicalismo realizou a terceira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Em SP, ainda na pandemia, a Conclat teve como temas Emprego, Direitos, Democracia e Vida.

Dias depois, o conjunto de resoluções da Conclat foi entregue ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento na Casa de Portugal, Centro de SP. Lula, que certamente havia lido o documento, afirmou: “Mais que uma pauta de reivindicações, vocês estão me entregando um Plano de Governo”.

De eixo desenvolvimentista, o documento, com 54 pontos, abria com a questão do salário mínimo: “Instituir política de valorização do salário mínimo, que assegure a recomposição da inflação e um considerável aumento real”. O item 54 dizia: “Criar programas de construção de moradia popular e de destinação dos imóveis vazios sem função”.

O documento resultou na Pauta Unitária da Classe Trabalhadora, que uniu as correntes sindicais, criando condições para apoio futuro à candidatura de Lula, que venceu.

No começo desta semana, porém, “para efeitos de debate interno”, começou a circular o extenso PROJETO DE VALORIZAÇÃO E FORTALECIMENTO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA E ATUALIZAÇÃO DO SISTEMA SINDICAL   – Diz a introdução: “Este documento é um instrumento interno para organizar o debate político e propositivo das Centrais e suas organizações para formular um projeto de valorização e fortalecimento da negociação coletiva e atualização do sistema de relações de trabalho e do sistema sindical brasileiro”.

Como se combina o que fazer e se faz o que combinado, o “Projeto”, que contraria essa regra, abriu debates agressivos no meio sindical. “Seus autores, diz João Franzin, jornalista da Agência Sindical, desconsideram que o mais precioso é a nossa unidade de ação, agora trincada”.

Entrevista – Leia o presidente interino da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Moacyr Roberto Tesch, no site Hora do Povo. Clique aqui.

MAIS – Acesse o site das Centrais.

 

FONTE:  Agência Sindical

INSS pede a suspensão dos processos relacionados à 'revisão da vida toda'


O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apresentou ao Supremo Tribunal Federal um pedido para suspender todos os processos que pedem a "revisão da vida toda" no país. A petição, assinada pela Advocacia-Geral da União, foi protocolada nesta segunda-feira (13/2), no âmbito do Recurso Extraordinário 1.276.977.


Em dezembro do ano passado, o STF validou a chamada "revisão da vida toda". Com a decisão, os aposentados poderão usar todas as suas contribuições previdenciárias, inclusive aquelas recolhidas antes do Plano Real, de 1994, para calcular os valores de seus benefícios.


Na petição, o INSS argumentou que os processos devem ser suspensos até a publicação do acórdão. Por enquanto, apenas as atas do julgamento foram publicadas.


O INSS afirmou que os pedidos de suspensão têm sido negados por magistrados de instâncias ordinárias, que têm decidido pela imediata implantação da revisão e pelo pagamento de benefícios com novo valor.


"Em alguns casos, inclusive, os magistrados têm determinado que se usem os cálculos simulados pelos segurados em sistemas vendidos na internet, que são imprecisos, não homologados, sem qualquer certificação e nem mesmo consideram os períodos em que não existem remunerações no CNIS, elevando, assim, abusivamente o valor da revisão em casos em que a revisão seria inclusive desvantajosa", diz trecho da petição inicial.


A autarquia defendeu que o entendimento firmado no acórdão ainda pode ser modificado, pois há uma grande probabilidade de que seja objeto de embargos de declaração.


Por fim, o INSS relatou dificuldades técnicas para atender às demandas judiciais e sustentou que o Supremo precisa apresentar parâmetros para a aplicabilidade da tese estabelecida pelos ministros.

 

Clique aqui para ler a petição

RE 1.276.977

 

Fonte: Consultor Jurídico - Do Blog de Notícias da CNTI


https://cnti.org.br/html/noticias.htm#INSS_pede_a_suspens%C3%A3o_dos_processos_relacionados_%C3%A0_revis%C3%A3o_da_vida_toda

 

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Cesta básica já consome 60% do salário mínimo

A alta nos alimentos penaliza os mais pobres. Em janeiro, o preço da cesta básica subiu em 11 das 17 Capitais pesquisadas pelo  Dieese. Em pelo menos nove, o valor do conjunto de alimentos superou os R$ 700,00, mais da metade do atual salário mínimo, R$ 1.302,00.

Quando se compara custo da cesta com salário mínimo, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em média, 57,18% da renda pra adquirir os produtos alimentícios básicos.

Região – O Nordeste liderou o aumento da cesta básica: Recife (7,61%), João Pessoa (6,80%) e Aracaju (6,57%). Segundo Patrícia Costa, supervisora de Pesquisas do Dieese, os itens tomate e farinha de mandioca foram dois que pressionaram o valor da cesta na Região.

São Paulo permanece com a cesta mais cara: R$ 790,57. Depois, vêm Rio de Janeiro, R$ 770,19, Florianopolis, R$ 760,65 e Porto Alegre, R$ 757,33.

Mínimo – O sindicalismo cobra do governo o retorno da política de valorização do salário mínimo, a fim de que chegue ainda este ano a R$ 1.343,00.

Segundo o Dieese, baseado no valor da cesta em SP, o salário mínimo deveria ser de R$ 6.641,58, pra cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas.

Para a pesquisadora, o resultado de janeiro segue a trajetória do ano passado. Ela explica: “A taxa de câmbio é muito alta, o que estimula a exportação.  Essa taxa também encarece os custos da produção agrícola, alimentando o ciclo de altas”.

Patrícia enxerga mudanças no cenário, pois o novo governo implanta politicas mais eficientes. “Porém, demora um certo tempo pra que as medidas comecem a surtir efeito nos preços”, explica a economista.

Leia – Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

MAIS – Acesse o site do Dieese.

 

FONTE: Agência Sindical



Saque-aniversário do FGTS é engodo porque atrapalha a indústria, afirma Marinho

 

Ministro do Trabalho já foi alvo de críticas ao defender o fim da modalidade


O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (13), que o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um “engodo”. O dirigente da pasta foi alvo de críticas ao defender o fim da modalidade.


“Acho que o saque-aniversário é um engodo porque atrapalha a lógica da indústria, porque vai enfraquecendo o fundo para investimento”, disse o ministro durante reunião de diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os recursos do FGTS são utilizados pelo governo federal para financiar programas de habitação e obras de saneamento e infraestrutura.


Ele também voltou a dizer que o saque-aniversário prejudica a função do fundo de servir como uma poupança para proteger o trabalhador na demissão. A possibilidade de pôr fim à medida gerou insatisfação no mercado, já que diversos empregados aderiram a empréstimos tendo o saque como garantia.


‘Mercado nervoso’

 

“Estou sendo atacado pelo povo do chamado mercado, mas aqui somos mercado não somos?”, disse, ao defender a revisão da modalidade. “Pessoal dos bancos está muito nervoso”. No encontro, o ministro pediu apoio da indústria para enfrentar o tema.

 

Fonte: InfoMoney - Do Blog de Notícias da CNTI


https://cnti.org.br


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Exposição ao amianto mata 145 pessoas por ano no Brasil, revela pesquisa

De 1996 a 2017, 3.057 pessoas morreram devido a doenças relacionadas ao amianto. Desse total, 2.405 foram vítimas do mesotelioma maligno, um tipo de câncer diretamente relacionado à fibra. Neste dia 16, STF deve voltar a julgar o banimento

Reprodução
Banido em 67 países, o amianto ainda é permitido no Brasil

São Paulo – A exposição ao amianto no ambiente de trabalho continua matando no Brasil. Um levantamento de registros de óbitos de 1996 a 2017 aponta que 3.057 pessoas morreram devido a doenças relacionadas ao asbesto típicas (DRA-T). Ou seja, 145 por ano. Desse total, 2.405 (76,4%) foram vítimas do mesotelioma maligno, um tipo de câncer diretamente relacionado ao amianto, também conhecido como asbesto. Do total, 1.404 eram homens e 1.001 mulheres, sugerindo um padrão predominante de exposição relacionada ao trabalho.

Na maioria dos casos a doença atinge o mesotélio da pleura, camada de revestimento do pulmão. Aproximadamente três quartos de todas essas mortes foram na pleura. Mas o mesotelioma pode afetar o pericárdio ou o peritônio.

O estudo foi feito por pesquisadores da Fundacentro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de Brasília (UnB). Eles participaram do projeto multidisciplinar sobre a exposição ocupacional ao asbesto e seus efeitos à saúde no Brasil, com objetivo de criar um banco de dados único com registro de morte por essas doenças.

Os resultados foram publicados na revista Safety and Health at Work. Para saber mais, clique em Analysis of Mortality from Asbestos-Related Diseases in Brazil Using Multiple Health Information Systems, 1996-2017 (Análise da Mortalidade por Doenças Relacionadas ao Asbesto no Brasil Usando Múltiplos Sistemas de Informação em Saúde, 1996–2017).

Os pesquisadores consultaram dados do Sistema de Informação em Saúde (SIS) – Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), Comunicação de Internação Hospitalar (CIH)/Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA), este da iniciativa privada. E também o Registro Hospitalar de Câncer do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Faltam informações e histórico detalhado de exposição ao amianto

Foram consultados ainda registros de um repositório de casos de doenças relacionadas ao asbesto dos ambulatórios especializados em doenças respiratórias ocupacionais da Fundacentro, InCor/USP (Instituto do Coração/Universidade de São Paulo) e Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Fiocruz).

Para os pesquisadores, os principais desafios para esses sistemas nacionais de informações sobre mesotelioma são a padronização e precisão dos procedimentos diagnósticos. E também a falta de um histórico ocupacional detalhado, que permita estabelecer o nexo causal com o trabalho, necessário para indenizações legais e benefícios compensatórios.

Os pesquisadores avaliam que há necessidade aprimoramento do monitoramento da exposição laboral e ambiental ao amianto. E também da vigilância dos trabalhadores, após a recente proibição brasileira.

O amianto está proibido em 67 países, mas permitido no Brasil. Em 2017 uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a comercialização e uso do produto. E foi comemorada por defensores da saúde pública. Para o Instituto Nacional do Câncer (Inca), foi histórica a proibição da extração, industrialização, comercialização, distribuição e o uso do produto.

“Ao declarar inconstitucional o dispositivo legal que autorizava o aproveitamento econômico do mineral cancerígeno, o STF reconheceu as evidências de que não existe limite seguro para a exposição humana ao produto, sendo impossível o uso controlado da perigosa substância”, escreveram os procuradores do trabalho Leomar Daroncho e Luciano Lima Leivas em artigo publicado no jornal Correio Braziliense nesta terça-feira (7).

No Brasil, há leis vigentes que proíbem e autorizam o amianto

“Todavia, os efeitos da decisão foram suspensos em razão de recurso (embargos de declaração) apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e pelo Instituto Brasileiro do Crisotila. O julgamento é aguardado para que haja segurança jurídica em um tema de tamanha relevância.

Segundo os procuradores, tanto a lei federal de permissão quanto as leis estaduais de proibição foram questionadas no STF. Em 2017, a Corte declarou constitucionais as leis estaduais (proibitivas) e inconstitucional a lei federal (permissiva). Contudo, o Estado de Goiás, que sedia a única mina de amianto no Brasil, em sentido contrário à decisão do STF, publicou a Lei Estadual nº 20.514/2019, permitindo a extração, o beneficiamento e a exportação do amianto da variedade crisotila.

Como lembraram, a lei goiana, incentivada pela insegurança gerada na pendência de decisão definitiva do STF, trouxe situações concretas de absoluta insegurança jurídica. A lei de Goiás acabou sobrepondo-se ao entendimento do STF sobre a lei federal e as leis de outros estados.

Em abril de 2022, um caminhão carregado de amianto goiano que se dirigia ao porto de Santos sofreu acidente na BR-153, no município de Prata (MG) lançando no ambiente cerca de 30 toneladas do produto perigoso. Porém, há lei dos estados de Minas Gerais e de São Paulo proibindo expressamente o amianto em seus territórios, sendo que a lei paulista foi declarada constitucional pelo STF.

100 mil mortes/ano por amianto em todo o mundo

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima em 100 mil as mortes anuais de trabalhadores causadas pelo amianto em todo o mundo. Na Itália, a principal marca respondeu na Justiça pela acusação de ter provocado uma catástrofe ambiental ao violar normas de segurança do trabalho, com cerca de 3 mil mortes entre trabalhadores e vizinhos da fábrica. O promotor responsável pelo caso classificou a tragédia de uma “ferida aberta”.

Essa fibra versátil, com centenas de aplicações na indústria, especialmente na construção civil, começou a ser utilizada no país em meados da década de 1930. Cresceu a partir do final da década de 1960 e atingiu o pico de consumo de 1985 a 1991.

Mas as doenças relacionadas ao amianto não desapareceram. E continuarão a surgir por muitos anos mesmo após o término da exposição ocupacional. Isso devido à contaminação ambiental, ao longo tempo para a doença se manifestar e à irreversibilidade da exposição passada. Tanto que os casos de câncer associados à fibra começaram a ser identificados em 1955, quase 20 anos após o início do uso no país. Além disso, tem a questão do subdiagnóstico ou subnotificação.

No próximo dia 16, o STF deve retomar o julgamento da ação (ADI 3406), em que foi declarada a inconstitucionalidade do dispositivo que permitia o chamado aproveitamento econômico do amianto no Brasil, pacificando a questão. No início dos anos 2000, diversos estados brasileiros publicaram leis regionais de proibição do amianto, casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Banimento é recomendado pela OMS

Tanto a lei federal de permissão quanto as leis estaduais de proibição foram questionadas no STF. Em 2017, a Corte declarou constitucionais as leis estaduais (proibitivas) e inconstitucional a lei federal (permissiva). Contudo, o Estado de Goiás, que sedia a única mina de amianto no Brasil, em sentido contrário à decisão do STF. E publicou a Lei Estadual nº 20.514/2019, permitindo a extração, o beneficiamento e a exportação do amianto da variedade crisotila.

A lei goiana, incentivada pela insegurança gerada na pendência de decisão definitiva do STF, trouxe situações concretas de absoluta insegurança jurídica. A lei de Goiás acabou sobrepondo-se ao entendimento do STF sobre a lei federal e as leis de outros estados. Em abril de 2022, um caminhão carregado de amianto goiano que se dirigia ao porto de Santos sofreu acidente na BR-153, no município de Prata (MG) lançando no ambiente cerca de 30 toneladas do produto perigoso. Porém, há lei dos estados de Minas Gerais e de São Paulo proibindo expressamente o amianto em seus territórios, sendo que a lei paulista foi declarada constitucional pelo STF.

Como lembram Daroncho e Leivas, o banimento do amianto é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como critério de saúde ambiental. Daí a necessidade de pacificação do tema pelo STF, confirmando a decisão definitiva de banimento, que se alinha aos princípios da precaução e da prevenção. Isso encerraria o período de retrocessos e de inseguranças, afirmando a centralidade dos direitos humanos e o protagonismo da Corte constitucional na concretização da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

FONTE: Rede Brasil Atual  - Por Redação RBA

Marinho fala em novo reajuste do salário mínimo no dia 1º de maio

 Em entrevista à TV Brasil, ministro do Trabaho e Emprego afirmou que está sendo discutida busca por espaço fiscal a fim de confirmar a elevação do valor definido em R$ 1.302 em janeiro

(Filipe Castilhos)
(Filipe Castilhos)
Valor atual, válido desde janeiro, é de R$ 1302

São Paulo – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o salário mínimo pode passar outro aumento ainda este ano. “Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que iria ao ar neste domingo (12) na TV Brasil. O mínimo está em R$ 1.302 desde 1º de janeiro.

Luiz Marinho reafirmou que a Política de Valorização do Salário Mínimo também é uma das prioridades da pasta. De acordo com o ministro, a política mostrou bons resultados nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro”, disse. “Se esta política não tivesse sido interrompida a partir do golpe contra a presidenta Dilma e o governo tenebroso do Temer e do Bolsonaro, o salário mínimo hoje estaria R$1.396. Veja só: de R$1.302 para R$1.396.”

(Valter Campanato/Agência Brasil)
Luiz Marinho, à direita, na entrevista concedida à TV Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)

Emprego e direitos

Luiz Marinho falou, ainda, que um dos caminhos para a retomada de empregos são obras públicas. “Temos a ordem de 14 mil obras paradas no Brasil, isso cria uma nova expectativa de gerar emprego”, destacou. “Essas obras são retomadas praticamente de forma simultânea, eu tenho certeza que isso vai dar um grande impacto na retomada do crescimento da economia.”

O ministro destacou a reparação das relações trabalhistas como outra prioridade. “Passamos por um governo que trabalhou um processo de desmonte das relações de trabalho. Então o contrato coletivo, negociações trabalhistas, tudo isso foi atacado de forma feroz. A legislação trabalhista, a proteção ao trabalho, tudo isso foi atacado. Nós precisamos enfrentar esse dilema.”

Novas formas de trabalho

Novas modalidades de serviço, como o trabalho por aplicativos, foram abordadas na entrevista. “É preciso que seja introduzido nas negociações coletivas, se não nós podemos ter muita gente desprotegida no mercado de trabalho”, afirmou. “Neste (cenário) a história dos trabalhadores por aplicativos, que muita gente pensa que é só entregador de pizza, motorista do Uber, mas não é, está presente na saúde, na educação, na intermediação até do trabalho doméstico.”

FONTE: Rede Brasil Atual   - Por Redação RBA

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

O barco não pode afundar – por João Guilherme Vargas Netto

Às voltas com os escombros administrativos, o Ministério do Trabalho suspendeu por 90 dias os procedimentos para registro sindical, sensibilizou-se frente à crise da Americanas e prepara sua participação, com outros ministérios, representantes das Centrais Sindicais e Dieese, na comissão encarregada de discutir a política de valorização do salário mínimo. O ministro tem sido enfático em sua preocupação com o tema.

Mas o que tem chamado a atenção de todos que acompanham estes primeiros dias efetivos do governo (depois do período de transição e dos desatinos golpistas) é o abandono em que se encontrava o Ministério, suas estruturas e seus funcionários. A todas as dificuldades para o bom exercício do governo e composição das equipes somam-se as decorrentes desta situação calamitosa.

Em todos os Estados a própria estrutura física do ministério encontra-se dilapidada, mal se sustentando em alguns deles com o auxílio do movimento sindical que proporciona pequenas e necessárias doações para seu funcionamento.

Veja-se o caso da Fundacentro, que já teve seu excelente papel exercido e reconhecido no âmbito da saúde e da segurança do trabalho, com uma biblioteca especializada ímpar em toda a América Latina e um corpo técnico de provada competência. Hoje, o prédio imponente que é sua sede nacional encontra-se esvaziado, com salas fechadas, banheiros interditados, acervos abandonados e funcionários desmotivados e preocupados.

Dentre as tarefas de reconstrução do ministério avulta esta de salvar a Fundacentro, com uma direção capaz de recuperar o papel que já foi o seu, evitando o triste destino dos barcos condenados ao naufrágio.

João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.

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FONTE: Agência Sindical

Força Sindical quer definir já salário mínimo


A reunião dia 18 de janeiro, entre Lula e sindicalistas, foi produtiva, servindo  também pra reforçar o regime democrático duramente atacado por bolsonaristas 10 dias antes. Mas houve um erro ali: não anunciar o novo salário mínimo com aumento real de verdade.

A Força Sindical, alinhada a Lula, foi uma das primeiras a defender o aumento real do salário mínimo como política de Estado. Agora, volta a cobrar esse aumento.

A NOTA:

A Força Sindical declara apoio à aprovação urgente retomada  e da Política de Valorização do Salário Mínimo. Propomos que o valor do salário mínimo em 2023 seja de R$ 1.342,00, considerando a estimativa da inflação de 2022 somado ao PIB de 2021.

A responsabilidade fiscal não pode ser às custas dos trabalhadores e da população menos favorecida,  tampouco dos investimentos necessários para a reconstrução do País.

A Política de Valorização do Salário Mínimo que vigorou entre 2007 a 2019, instituída via negociação do movimento sindical com o governo federal, tem um enorme alcance como política pública, contemplando  milhões de pessoas entre assalariados e outros beneficiários de políticas sociais.

A elevação do piso nacional contribuiu para reduzir as perdas econômicas de categorias de trabalhadores e de aposentados. A política estabeleceu, ao mesmo tempo, regra permanente e previsível, promovendo uma recuperação gradativa.

Por esses motivos, as entidades sindicais defendem o reajuste do salário mínimo em 2023, com aumento real e uma mesa de negociação pra construir uma nova política de valorização permanente do salário para os próximos anos.

A classe trabalhadora conclama os parlamentares a se somarem na justa luta em prol de um País mais justo e igualitário.

Salário mínimo digno é uma forma de diminuir a pobreza no País.

São Paulo, 5 de fevereiro de 2023.

 Miguel Torres – Presidente da Força Sindical

FONTE:  Agência Sindical