Pesquisa inédita do IBPAD mostra que 70% dos
entrevistados se dizem tensos, nervosos ou
preocupados
Apesar de saúde mental ainda ser tabu na relação
entre funcionários e empresas, o tema tem um apelo
crescente, que foi reforçado na pandemia. Desde o
início da crise sanitária global que também afetou
relações pessoais e profissionais, a saúde mental
dos trabalhadores brasileiros piorou.
Ao menos 70% se dizem mais nervosos, tensos ou
preocupados nesse um ano e meio sob a ameaça da
Covid e com muita gente trabalhando em casa. Os
dados são de um estudo inédito realizado pelo
movimento #MenteEmFoco com o Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).
Ansiedade acentuada foi citada por 55%, além de
estresse (51%) e tristeza (49%). Dos ouvidos, 62%
disseram que a empresa onde trabalham não ofereceu
qualquer suporte relacionado à saúde mental.
— É preciso trazer consciência sobre a saúde mental,
e as empresas têm papel nisso. A pesquisa indica
essa urgência — diz o diretor executivo do IBPAD,
Max Stabile.
Também chama atenção o fato de poucos procurarem
ajuda especializada. Só 16% foram a psicólogos ou
psiquiatras. A maioria (57%) não buscou ajuda, e os
demais recorreram a familiares ou amigos.
— Existe uma percepção de que faz parte sentir-se
tenso, nervoso ou preocupado quando se trabalha
muito. Há uma naturalização de que o mundo do
trabalho é assim mesmo — observa Stabile. — Mas isso
é preocupante, porque todos estão passando por isso
e falando pouco ou quase nada. Não se pede ajuda. É
papel das empresas mostrar que a cultura corporativa
não deve ser essa.
Compromisso das empresas
Entre os ouvidos, 29% relataram dificuldade de exercer alguma função por não se sentirem bem mentalmente, o que afeta também as empresas. Acumulam mais sintomas os jovens de até 34 anos.
Nesse cenário, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU
e a InPress Porter Novelli, em parceria com a
Sociedade Brasileira de Psicologia, lançaram o #MenteEmFoco,
que convida empresas a se comprometerem com a saúde
mental no ambiente de trabalho.
— Vivemos uma pandemia de burnout. Mas, muitas
vezes, falar de saúde mental é visto como sinal de
fraqueza. Um dos objetivos é quebrar isso — diz
Carlo Pereira, diretor executivo da Rede Brasil do
Pacto Global da ONU.
Já aderiram à iniciativa 38 empresas, com mais de
200 mil empregados. Elas se comprometem a ter
profissionais de referência para atendimento e
aconselhamento e a promover ações em favor da saúde
mental e da redução do estigma. A meta é superar mil
empresas e 10 milhões de pessoas até 2030.
Fonte: Jornal Extra - Do Blog de Notícias da CNTI
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