Nunca tantos brasileiros viveram com uma remuneração que equivale ao piso nacional ou menos: 30,2 milhões de pessoas
O Brasil tem hoje um número recorde de 30,2 milhões
de trabalhadores remunerados com até um salário
mínimo (R$ 1,1 mil) por mês, o que equivale a 34,4%
do total ocupado no país. O percentual também é o
mais alto já apurado desde o início da série
histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad), do IBGE, em 2012.
Os dados, sistematizados em um estudo elaborado pela
consultoria IDados, com base nas estatísticas do
segundo trimestre deste ano e divulgados pelo portal
G1, refletem também a desigualdade brasileira, já
que as remunerações mais baixas afetam em especial
alguns segmentos sociais. O levantamento mostra que
43,1% dos negros ocupados recebem até um salário
mínimo. No melhor momento da série, no quarto
trimestre de 2015, este percentual era de 34,4%.
O cenário é ainda pior para o trabalhador quando são
considerados os efeitos da inflação no salário
mínimo. De acordo com o Dieese, o custo da cesta
básica subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em
agosto. No período de 12 meses, a cesta subiu em
todas, com aumentos que variaram entre 11,90%, em
Recife, e 34,13%, em Brasília.
Ainda de acordo com a entidade, o trabalhador
remunerado pelo piso nacional comprometeu, em
agosto, 55,93% do salário mínimo líquido, já
descontada a contribuição previdenciária, para
comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Sem política de valorização
O piso nacional não tem reajuste acima da inflação há seis anos e a proposta do governo Bolsonaro para o salário mínimo nos próximos três anos acaba de vez com a política de valorização.
Em 2004, as centrais sindicais lançaram uma campanha
de valorização, que teve como resultado a elevação
do piso nacional acima da inflação em três anos
seguidos, até a implementação, no segundo mandato do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da política
permanente. Ela levava em conta critérios como o
repasse da inflação do período, o aumento real pela
variação do Produto Interno Bruto (PIB), além da
antecipação da data base de sua correção até ser
fixada em janeiro, como é hoje.
Com a política de valorização, houve aumento de
poder de compra no período. Para efeito de
comparação, em 1995 o salário mínimo comprava 1,2
cesta básica, já em 2016, o trabalhador podia
adquirir 2,4 cestas.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
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