Entre março e abril, 1,1 milhão de empregos
formais foram fechados no país, segundo dados do
Caged.
É o maior número da série histórica, iniciada em
1992
Depois de se tornar novo epicentro mundial da pandemia de coronavírus, com o maior número diário de novos casos da doença, o Brasil corre o risco de também se tornar o líder do desemprego na América do Sul. Entre março e abril, 1,1 milhão de empregos formais foram fechados no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). É o pior resultado para o período da série histórica, que teve início em 1992.
Até o mês passado, eram 12,8 milhões de pessoas à procura de uma ocupação, segundo dados do IBGE. E apesar de o governo Bolsonaro ter editado medidas provisórias com a justificativa de garantir empregos, desde janeiro, o país registra mais demissões do que admissões.
“Esses dados indicam o quanto o mercado formal está sendo atingido e o quanto as medidas do governo para preservação de emprego não têm conseguido efetivar os seus objetivos”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. Segundo ele, esses números escondem, ainda, o desalento. São pessoas que desistiram de procurar uma vaga no mercado de trabalho, em função da deterioração do quadro econômico.
“Desde o começo da pandemia”, a posição do movimento sindical foi a posição de defesa do emprego. Foi a posição de que nós tínhamos que garantir estabilidade do conjunto dos trabalhadores formais e garantir renda para os trabalhadores informais. Essa é a lógica, é por aí que o governo deveria traçar. E que toda ajuda, inclusive, que o governo eventualmente colocasse para as empresas deveria ter como contrapartida a manutenção dos postos de trabalho”, afirmou à repórter Daiane Ponte, para o Seu Jornal, da TVT, nesta quinta-feira (28).
Mais pobres, mais afetados
Para a cientista social Léa Marques, conselheira do
projeto Conexões Periferias, a MP 936 garantiu a
preservação dos empregos apenas nas “megaempresas”.
Ainda assim, às custas da redução das jornadas e
salários. Segundo ela, os trabalhos mais precários e
com menores salários foram os primeiros atingidos
pelo desemprego.
“Os primeiros desempregados são os trabalhos mais precários, de menores salários. E, sim, essas pessoas estão localizadas nas periferias. Então hoje a gente tem uma situação bastante grave. Porque as pessoas já estavam passando pelo desmonte das políticas públicas e das políticas de geração de emprego e renda. E agora tem um contingente ainda maior de desempregados. E muita gente é empurrada para a informalidade”, disse ela.
Futuro nebuloso
Relatório elaborado pela Comissão Econômica para a
América Latina e Caribe (Cepal) e a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) aponta mais de 37
milhões de desocupados, quase 12 milhões de novos
desempregados e mais de 50% da população na
informalidade, ainda neste ano, em função da
pandemia. O levantamento também aponta o crescimento
34,7% da pobreza na região, que deve atingir mais de
214 milhões de pessoas.
Fonte: Agência Brasil - Do Blog de Notícias da CNTI
http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Brasil_corre_o_risco_de_se_tornar_tamb%C3%A9m_o_epicentro_do_desemprego
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