Antes mesmo que complete cinco anos, os defensores da Reforma da Previdência começam a pressionar pra que novas alterações no sistema previdenciário sejam implementadas. A proposta, já amplamente divulgada pela mídia, e por um grupo de economistas que se dedica a criar consensos falsos, atende às necessidades do mercado financeiro.
O neoliberalismo, mais uma vez, direciona suas armas àqueles que estão mais vulneráveis. O público-alvo é composto pelos beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e trabalhadores autônomos que contribuem como MEI. O microempreendedor individual tem sido alvo de ataques por recolher uma taxa menor para a Previdência Social.
A Reforma da Previdência, feita no governo Bolsonaro, acabou com o sonho de milhões de brasileiros de se aposentar e, ainda, reduziu significativamente o valor das pensões pagas pelo INSS. Esse legado perverso penalizou os mais pobres que trabalham por mais tempo na informalidade e nem sempre podem contribuir para a Previdência. O que faremos com os idosos explorados por toda a vida?
A política de correção real do salário mínimo implementada pelo governo Lula fornece sustentação para os defensores de mudanças na Previdência, uma vez que as aposentadorias e benefícios estão atrelados ao Piso nacional. Atualmente, dos 39 milhões de beneficiários do INSS, apenas nove milhões recebem benefícios assistenciais no valor de um salário mínimo, atualmente em R$ 1.412,00.
O déficit previdenciário é uma farsa criada pelo mercado financeiro, uma vez que a Seguridade Social é mantida por um sistema de receitas e não só pelas contribuições dos trabalhadores. Os defensores da proposta, notoriamente, demonstram um grande poder de ganho, ao explorar o suor de outras pessoas.
Os frentistas perderam a aposentadoria especial que passou a ter idade mínima. O benefício é concedido a pessoas que trabalham em condições prejudiciais à saúde. O trabalhador de postos de combustíveis deve ter 25 anos de contribuição e, ainda, somar 61 anos pra ter direito ao benefício. A conta não fechará nunca e o desgaste físico será inevitável.
A discussão deve ser pra recuperar o que foi retirado dos trabalhadores e aposentados, o que tornou os mais pobres ainda mais pobres. Mesmo com o aumento da expectativa de vida, não temos garantido qualidade de vida satisfatória aos idosos, o que evidencia a importância da aposentadoria pra garantir o mínimo necessário à sobrevivência.
O objetivo, na verdade, não é diminuir o déficit, mas sim tirar do Estado a capacidade de promover políticas sociais e o crescimento do País. As críticas sempre serão usadas para desacreditar a política econômica de governos progressistas, que investem em programas sociais para reduzir a desigualdade.
Eusébio Pinto Neto. Presidente do Sinpospetro-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro).
Contatos: Fenepospetro (11) 3641.1655 | 3641.5310. Sinpospetro RJ (21) 2233.9926.
FONTE: Agência Sindical
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